Susto e, alivio

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Viro para trás com o punho fechado e dou de cara com Rodolfo. Sou solta e a surpresa domina-o. Espera, o que!? Esse miserável deveria estar nas escadas! Fecho a cara e fuzilo-o com meu olhar, querendo saber porque raios ele está aqui e vejo-o gesticular, como se dissesse: "Estava preocupado e vim atrás de você!" 

Bufo em ira e, quando abro a boca para xingá-lo, sou interrompida por um grito. Trocamos olhares arregalados e voltamos a atenção para o corredor, onde o monstro musculoso berra com as mãos no próprio pescoço. Caindo de joelhos ao ter violentos espasmos musculares, ele parece agonizar e não entendo o que está acontecendo.

O que está acontecendo com aquela coisa!? O peito dele brilha e outro grito rasga o local. Arrepio e meus instintos gritam novamente. Preciso sair daqui. A pele branca do ser começa a escurecer e seus olhos negros brilham, focando no corpo da aranha enquanto o brilho roxo é intensificado, clareando todo o peitoral dele. 

Seu sorriso macabro parece sugar a luz do local e Rodolfo segura meu braço. Olho para ele, assustado. Entendo o recado. É melhor sairmos daqui. Engulo seco e começamos a correr, voltando para as escadas. 

No caminho, olho para o braço de Rodolfo no suporte improvisado. Aparentemente, está um pouco melhor do que antes. Mas ainda péssimo. Como esse louco consegue andar com isso!? Eu estaria gritando se eu estivesse assim! 

Abro a porta para as escadas e pego as nossas mochilas, arqueando as sobrancelhas ao ver um pano um pouco molhado sobre a dele. Ele tenta pegá-lo e jogo-o nele, abandonando alguns cadernos meus no chão junto aos de Rodolfo, que já havia jogado ali mais cedo. Deixo apenas uma agenda e um estojo, fechando e colocando a mochila nas costas com a minha ao levantar.

Sinalizo para subirmos e assim vamos, tomando o máximo de cuidado para não fazermos nenhum barulho. Passamos pelo terceiro andar e escutamos alguns ruídos vindos dele, nada normais. Continuamos com muito medo e um estrondo acontece.

Paralisamos, nos olhamos de relance enquanto o silêncio domina o local, volto a respirar e ouso dar um passo, não ouvindo mais nada. Rodolfo balança a mão para eu acelerar e subimos logo para o quarto andar. Ele abre a porta e entramos no corredor. 

–Vá pelo lado esquerdo e eu vou pelo direito. –Sussurro, olhando ao redor e ele concorda, indo para o outro lado. Sigo para a cantina e procuro qualquer sinal de vida, ouvindo a porta ranger ao ser fechada. Nunca entendi o motivo da cantina ser no quarto andar, mas isso pode nos ajudar, estamos longe de toda a confusão da cidade aqui.

Porém, mesmo estando seguros aqui, longe de toda a confusão da cidade e dos monstros, como iremos sobreviver? Estamos basicamente encurralados na escola, sem saber o que fazer!

Sinceramente não tenho a menor ideia de como agir, principalmente se toparmos com outro monstro como aquele. Sério, mal subimos um andar e demos de cara com aquela coisa! É como se estivéssemos em um filme de apocalipse zumbi e cercados! Onde eles os protagonistas são encurralados em um prédio e são obrigados a pensar em um plano! No caso, presos na escola! A diferença é que não vai ter nenhum roteiro para me salvar se formos encurralados!  

–Espero que essa não seja uma história onde todo mundo morre no final... –murmuro, olhando para Rodolfo do outro lado do corredor, preocupada com o que será de nós. Quase morremos hoje. Ele olha para mim e faz um joinha. Pelo visto a barra por lá está limpa. 

Olho para cada canto do local, procurando por qualquer movimento e não acho nada. Esse local está deserto. Encosto as mochilas em uma cadeira e vou para a outra entrada para as escadas, conferindo se realmente estamos sozinhos. Ela está fechada, destrancada, mas fechada. 

Passo os olhos pelo local, procurando algo para barrá-la e dificultar o acesso. A intenção nem é tentar impedir que algum monstro entre, porque a porta vai ser mandada pelos ares, mas sim tentar atrasá-lo de alguma forma.

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2023 ⏰

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