Capítulo 1

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                                 Victor

2 anos atrás

— arrume suas coisas e saia dessa casa agora - meu padrasto grita, me seguro pra não chorar

— mãe, eu não tenho pra onde ir - olho pra ela implorando por ajuda

— isso é mesmo necessário John?- ela questiona com
um cigarro entre os lábios .

— claro que é - ele dá um tapa forte na minha nuca  fazendo meu corpo cambalear - esse moleque só causa despesas- as lágrimas começaram a deslizar pelos meu rosto- é dinheiro pra escola, remédio, comida não dá mais Angélica

— mãe por favor

— você ouviu o John, arrume suas coisas e saia .

Fungo e vou até o meu quarto enfiando tudo que posso em duas mochilas.

Não consigo evitar o choro, o que eu vou fazer ? Não tenho nenhum outro parente, não tenho amigos e muito menos dinheiro .

Dobro tudo bem pequeninho par caber mais coisas na mochila .

O quarto da minha mãe é do lado do meu então não tem como evitar escutar o barulho da cabeceira da cama batendo na parede, meu estômago se revira .

Aproveito que eles estão ocupados e pego algumas coisas na cozinha pra não ficar com fome .

                                         🫀

Estico  um cobertor no chão e me deito.

Está chovendo e garças a Deus eu consegui chagar até um lugar que pode me manter enxuto.

Depois de muito tempo consigo dormir um pouco

Sinto algo cutucar minhas costelas, abro olho vendo um pé me chutando levemente .

Ergo o olhar vendo o treinador Passos me olhando confuso .

— o que você tá fazendo aí moleque?

— eu... hmmm- não sei o que dizer .

— cadê seus pais ? - merda, mordo o lábio com força — pega suas coisas e vem comigo

— o que ?

— vem comigo - ele anda até uma caminhonete- de uma vez cara

Levanto e pego minha coisas ando meio que tropeçando até o carro dele.

— vai me levar pra delegacia? - droga

— fica quieto .

Calo minha boca e fico observado a estrada até ele parar na frente de uma casa simples mas muito bonita .

Atualmente

Levo a garrafa de água na boca e tomo metade do conteúdo de uma vez só .

—  vocês não foram ruins - ouço a voz do treinador - foram péssimos, se alguém me perguntar se conheço vocês nego até a morte .

E ali tava ele com uma cara feia xingando todo mundo .

— que porcaria de passo foi aquele Ramos ? - ele reclama - minha vó faz melhor e olha que ela tá morta

Vejo Arthur encolher os ombros

— Gilson - ele chama atenção - você acha que tá fazendo o que ? Você tá passando mais tempo no chão do que com a bola - ele bufa frustrado- o jogo é daqui a três semanas acho bom vocês melhorem ou abandono vocês .

Ele fala isso desde que entrei no time mas sei que ele nunca teria coragem de deixar a gente pra trás .

Sigo pro vestiário com o resto do time, espero todo mundo entrar na ducha para eu poder pegar a mais afastada possível dos garotos .

— vai ter uma festa na casa do Samuel você vai? - meu melhor amigo que está a dois chuveiros de distância de mim questiona - vai tar cheio de gatinhas - faço careta .

Sei que o objetivo dessas festas é ficar bêbado e pegar geral.

Mas eu não bebo, tenho um certo trauma e também não vejo graça em pegar uma garota diferente por dia .

— não sei Arthur, você sabe que eu não curto muito

— a qual é cara, tomar umas cervejas e pegar uma mina gostosa - ele suspira como se fosse a melhor coisa do mundo .

— vou pensar -enrolo no chuveiro até ser o último a sair.

Não me sinto confortável de ficar nu na frente do outros que nem os membros do time

Deslizo o dedo pelo meu quadril, sentindo as dezenas de queimaduras de cigarro que meu padrasto fez em mim ao longo dos anos .

Me visto e  vou até o estacionamento onde a caminhonete está me esperando .

Ainda não acredito que o Alan me deu ela de presente.

— oi- viro vendo os  cabelos loiro da Carolina- você vai na festa ?

— acho que não

— você precisa  viver cara - ela me dá um soquinho no ombro - prometo que não vou sair do seu lado - ela ergue o mindinho - não vou beber e espanto qualquer vagina que aparecer perto de você .

— tudo bem Carol - engato meu mindinho no dela - te vejo de  noite .

Dirigi até em casa e assim que entro escuto Alan discutir com alguém no telefone .

— ela botou fogo ? Como assim Flávia - ele passa a mão pelos cabelos - é claro que ela pode ficar comigo desde que não bote fogo em nada .

Vou até meu quatro largar minha mochila e volto pro primeiro andar

— tudo bem ? - me sento no sofá

— minha filha tá vindo passar um tempo comigo - ele não parece muito feliz com a notícia

— pensei que ela tava em um internato na Inglaterra

— tava mas foi expulsa por colocar fogo no carro de um professor .

Uau

— hmm, sei e quando ela vem ?

— chega daqui a dois dias .

Nunca soube muito da vida do treinador Passos, desde que ele me trouxe pra morar com ele tem sido um cara incrível .

Mas não fala muito sobre seus filhos, tudo que eu sei é que ele tem dois, e sei isso só por causa das fotos espalhas pela casa

— vou precisar de um favor seu Victor

— claro, o que precisar .

E foi assim que me meti na maior furada da minha vida

My first loveOnde histórias criam vida. Descubra agora