A chave para os 3 mundos

Olhos da noite.

Após ter comido toda a tigela de vegetais macerados na tarde anterior, sheik ficou bem durante toda a viagem. Foi a mais curta e agradável de todas que havia feito sobre as aguas, era noite em alto mar, após guiar a caravela por horas. A feiticeira Shura decidiu ir até o porão. Ao chegar lá, três corpos, cadáveres que ainda não estavam em estado de decomposição. Ela trancou calmamente a porta pela escada que levava até o porão do convés e sozinha, começou a devorar os cadáveres. Só se ouvia o som do mar agitado do lado de fora. E acima dela, alguns passos rápidos, como se alguém estivesse correndo de um lado para o outro sem objetivo. Que iam aumentando e diminuindo de intensidade até pararem subitamente.
Minutos depois o barco começou a navegar de forma violenta extremamente instável como se fosse virar a qualquer momento mudando drasticamente o direcionamento, com ódio mortal, a senhorita subiu até o leme onde sheik guiava o navio com movimentos aleatórios e descoordenados.

-Sssaia! Rosnou Shura com feições de ódio mortal e expressão seria.

-Não! Eu quero dirigir! Sai você!
-Você não tem medo de ser cozido vivo em ácido fervente?

-Bruxa! Parece a minha madrasta! Ela é igualzinha a você gemeu o garotinho.

A senhorita ergueu o garoto com as duas mãos como se fosse arremessa-lo no mar, mas apenas o jogou seu corpinho para trás.

-Eu quero dirigir, eu quero!! Aaaah!

-O que está acontecendo!  Murmurou Celeste com sonolenta sem mal conseguir andar.

-Tire esse sseu verme daqui! 
-Venha comigo, sheik! É hora de dormir! Disse Celeste com voz fofa.

-Tudo bem! Disse ele caminhando até uma das cabines.

-Foi fácil...estupidamente fácil!  Desconfiou Celeste passando as mãos no rosto e dando um bocejo. Ela acompanhou o garoto com os olhos, Sheik continuou andando normalmente até que desviou o caminho rapidamente e desapareceu.

-Ei! Elfo...! Drow..., menino? Venha cá! Menino! Celeste entrou em uma sala pequena com uns livros abertos, folhas bagunçadas, com apenas uma porta e sem janela.

-Haha! Ninguém vai me fazer dormir!
Sheik correu desesperadamente quase escorregou e começou a fazer uns gestos com as mãos e dizer palavras em código magico e a porta brilhou, um verde reluzente e se trancou permanentemente. Sendo que força alguma no mundo poderia abrir, apenas o responsável por selar a porta com o feitiço.

-Sheik! Abra essa porta! Abra! Abra agora! Você faz magia é? Seu infeliz, você faz magia?

Gritou Celeste.

-Sim! Amanhã eu prometo que solto você! Mas não vou dormir. Disse ele colocando os pés juntos e correndo
Poucas horas depois, com o nascer do sol foi possível ver o porto da cidade olhos da noite, Sheik foi até a porta e abaixou a mão com um gesto único desfazendo a magia. A princípio não viu ninguém, mas ao virar de costas sentiu alguma coisa puxando seu ombro e dando um soco no seu rosto com muita força, o menino se pôs a chorar.

-Você precisa obedecer a gente, tá bom? Não pode fazer esse tipo de brincadeira! Está certo? Disse Celeste furiosa de ódio tentando ser fofa, mas ao olhar para o rosto do garoto, pegou um pano húmido e passou em sua bochecha machucada com carinho.

-Não dá mais para ficar com ele! Ele só atrapalha! Pergunta onde ele mora leva ele para casa, mas só... tira esse menino de perto de mim!

Exclamou Anny.

-Eu concordo em deixar ele em casa, pois aqui é perigoso para ele. Estamos sendo procurados e creio que ele não vai durar muito! Celeste fez uma expressão triste.