No Expresso

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- Pode ir Rose... Eu vou ficar... - Respondeu Albus deixando a prima de cara torta pela recusa de encontrar outra cabine onde não houvesse uma presença irritante como a de Scorpius Malfoy.

Provavelmente fruto de anos de ódio gratuito pela família Malfoy destilados por Ron e até mesmo Harry em certas ocasiões.

Até aquele momento Albus não havia se aproximado melhor de Scorpius que ainda parecia estar muito focado em sua leitura. Um livro muito grosso e grande, disse Albus para sí mesmo em pensamento.

- Olá? Tudo bem? Posso me sentar aqui? - Pediu tentando puxar o mínimo de assunto já que teria uma longa viagem de horas naquela cabine e não queria passá-la em um silêncio mortal.

- O-oi... - A voz meiga e falha de Scorpius chamou a atenção de Albus que esperava algo maior de Scorpius. Já que ele era o famoso e nada amigável Scorpius Malfoy. Pelo menos era assim que Ron e Harry o descreviam em uma única vez que haviam visto o jovem malfoy em uma loja de roupas bruxas.

- Eu sou Albus, Albus Potter... E você?

A resposta não veio de imediato e como taurino impaciente que era, levou sua mão até o livro o empurrando para baixo, para que pudesse ver seu rosto.

- Merlin... - Aqueles olhos grandes e acinzentados, um tanto distantes, pode perceber. O fitaram e logo Albus sentiu que nunca mais queria ver outros como aqueles.

Algo de novo e apavorante estava acontecendo consigo, pois bruscamente soltou o livro e se encolheu em seu banco.

Scorpius baixou seu livro com o rosto vermelho e respiração ofegante, levou a destra até a orelha e começou a tamburilar seus dedos nos cabelos esbranquiçados.

Uma forma de se manter no controle já que aquele pequeno ato de Albus havia o assustado. Ele apertou o livro com a outra mão e começou a se movimentar de frente para trás.

- Scorpius? - Albus percebeu no mesmo instante oque estava acontecendo, não precisou de muito para entender da condição de Scorpius.

Sua tia Hermione havia lhe falado muito sobre o autismo e como era importante que pessoas com espectro também possuíssem, mesmo que não de forma plena. As mesmas oportunidades que pessoas neurotipicas.

Albus pensou como faria para se comunicar com Scorpius, agora as dúvidas vinham assombrar sua mente. Além de outras mil referente ao que estava sentindo pelo jovem do espectro autista a sua frente. Mas ele precisava ser rápido e o mais direto possível. Pelo menos era oque sua tia havia lhe falado em algumas oportunidades.

- Você, é meu amigo?

Scorpius olhou para ele com seus olhos vermelhos que ainda lacrimejavam um pouco. Percebeu que Albus extendeu sua mão para a apertar e ele assentiu de forma assustada, concordando com a pergunta.

Mal sabia ele que aquela resposta afirmativa mudaria a vida de ambos e provavelmente a de Albus de uma forma que ele jamais teria se quer imaginado.

- Posso sentar? No seu lado? - Albus tremia de nervoso, queria poder se aproximar mais de Scorpius. Tocá-lo, não seria ruim, mas sabia das limitações do mais novo amigo.

Tirou do bolso alguns sapos de chocolate e colocou ao seu lado no banco. Onde em uma das figurinhas estava a imagem de Albus Dumbledore e claro, seu pai.

- Sapo! - Scorpius como uma mariposa atraída pela luz saiu de onde estava e sentou ao lado de Albus pegando uma das embalagens e logo a abrindo de forma animada.

- Pega! - Albus avisou assim que o sapo se mexeu. Mas não foi o suficiente para Scorpius ter o rápido raciocínio e logo o anfíbio de chocolate estava grudado na testa de Albus. - Opa...

Scorpius soltou uma risadinha e levou a mão carinhosamente até a testa do moreno pegando o doce e levando direto aos lábios o sujando por completo.

Sua hipersensibilidade ao toque foi ativada ao perceber a estranha textura e forma dos cabelos encaracolados de Albus que pareciam atraí-lo.

Então assim que devorou seu sapo, levou sua destra até a nuca de Albus e ali começou um movimento de fricção entre seus cachos sentindo um grande estímulo.

Por outro lado Albus não sabia oque fazer, se ficava parado, se falava algo, se o afastava ou oque quer que fosse. Olhava Scorpius que parecia estar tão realizado que apenas suspirou, com um sorrisinho fraco e ficou quieto. Aproveitando aquele cafuné gratuito que havia acabado de ganhar.

- É... Está sendo um bom primeiro dia...

----- FIM -----

Essa história não será contínua, haverá passagens de tempo. Mostrando apenas fases importantes da vida dos dois, nesta "realidade".

SCORBUS - Love on the EspectrumOnde histórias criam vida. Descubra agora