Jimin aos seus 18 anos, tem total certeza de que é um alfa, apesar de ainda não ter sua classificação definida pela sua puberdade atrasada. Porém, em um dia chuvoso, o seu cio acontece de repente, trazendo uma notícia que vai mudar a sua vida para s...
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#Uva&Canela
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Certamente era mais difícil do que pensei;
E dentre amigos a colegas que já destratei, não saberia explicar a sensação de receber em torno de trinta olhares adversos, sem poder ignorá-los ou dar as costas como havia feito no café, agora que me encontrava na porta da sala recém aberta, completamente exposto para todos ali presentes. Contrariamente ao estabelecimento anterior, aqueles não eram desconhecidos a quem poderia pensar que não os veria mais, e sim o meu ciclo social de toda uma vida, do ano inteiro que viria pela frente, e muito provavelmente dos anos seguintes também.
Caminhei para dentro com calma fechando a porta às minhas costas, observando o cômodo que parecia tão pequeno com aquele tanto de gente olhando para um só ponto fixo; todas as carteiras estavam preenchidas como raramente acontecia, mas era óbvio que logo hoje todos acordaram muito bem dispostos para me caçoarem até o fim dos tempos.
Os únicos lugares não ocupados eram dos antigos amigos que resolveram matar aula nesse momento, ocasionando no precoce e catastrófico encontro anterior, especificamente como o universo havia preparado zombeteiramente para mim, e eu tinha certeza. Tudo parecia estrategicamente calculado para que isso se tornasse ainda mais difícil do que previamente seria, e eu xingaria por horas para os céus agora se já não tivesse entrado.
No entanto, fiquei me questionando se os olhares indiscretos conseguiam mesmo superar o espanto estático da Sra. Kang, que havia deixado o seu piloto cair no chão assim que me aproximei da mesa, olhando-me com aquela familiar estranheza, a qual já estava começando a me acostumar. Certamente foi ignorado por todos o meu rosto levemente inchado e os olhos avermelhados, já que eles tinham coisa melhor para observar, e sem perceber, acabei agradecendo mentalmente por esse detalhe.
A mulher completamente perdida, notavelmente sem saber o que fazer em uma situação tão singular, apenas pediu meio hesitante que eu sentasse em meu lugar alegando uma reclamação futura pelo atraso. Porém, não foi possível evitar os extensos segundos de silêncio até que eu de fato me acomodasse, e ela se virasse de volta para o quadro retomando o foco. Ela tentou ao máximo continuar a aula sem gaguejar ou direcionar os olhos para mim de novo, no entanto, não poderia dizer o mesmo do resto da classe, que como as outras pessoas dos lugares públicos, não tinham qualquer pudor para me examinar dos pés a cabeça, fazendo comentários duvidosos e tirando conclusões precipitadas.
Fora difícil até mesmo fingir que tinha algum tipo de atenção pelas regras gramaticais, enquanto me sentia tão sufocado dentro daquele cubículo escolar nada confortável, sendo o centro das atenções de todas aqueles olhos carregados de um observar curioso, junto novamente àquela explosão de aromas distintos, misturando-se no ar em um sabor sensorialmente enjoativo. E sentindo-me agoniado, logo quis saber quando que eu finalmente me acostumaria a estar em um meio social, com ômegas e alfas ao meu redor, sem me sentir tão caoticamente embrulhado. Lembraria deperguntar depois à únicaômega que poderia me tirar essa dúvida.
