𝛀 Capítulo 15 𝛀

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#Uva&Canela

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#Uva&Canela

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Por alguns segundos permaneci sentado no mesmo lugar na cama, de fato internalizando o que tinha acabado de perceber. Olhei para mim mesmo meio eufórico abrindo instantaneamente um sorriso genuíno, jogando-me de volta para o colchão de braços abertos assim que notei ser real.

-Estou de volta! - exclamei me sentindo renovado, percebendo não haver qualquer sentimento de solidão, nenhuma saudade de um corpo que nunca precisei antes, e muito menos qualquer tristeza pelo o que aconteceu ontem. A única coisa que ainda residia em mim era a raiva pelo orgulho ferido, mas isso eu já estava acostumado a lidar, e era reconfortante perceber que o meu normal tinha sido trazido à realidade novamente.

Não ter que encarar sentimentos e conflitos que nunca havia sentido, por si só era um alívio. Estava ciente de que algumas coisas nunca mais seriam as mesmas, e estava disposto a tentar me adaptar à elas, porém saber que agora não eram tantas mudanças me deixava até mesmo de bom humor.

Em meio a devaneios senti meu estômago apertar dando quase que um resmungo para mim, repreendendo-me por não ter jantado ontem. Subi para o quarto tão agoniado que nem mesmo senti a necessidade de comer, e agora ele estava me maltratando devido a negligência que cometi. Ao levantar finalmente colocando os pés no piso morno, como um interruptor ligando meus sentidos pela primeira vez naquela manhã, senti o resquício do aroma de canela que se recusava a sair de minha pele. O alfa não tinha reclamado a toa sobre a aromatização, já que o seu gosto estava impregnado em meu corpo como se já fizesse parte de mim.

Assustei de súbito ao colocar o nariz sobre o braço, e ainda sentir ele tão gostoso como da primeira vez. Mas rapidamente entendi que era simplesmente indiscutível, o perfume natural dele tinha sido criado para conquistar, e não importava em que época do ano eu estava. Não que eu conheça muitos outros aromas, já que mal os sentia antes dessa semana, mas acreditava fielmente nas palavras da Sra. Bak, que era uma mulher experiente, e em todas as amigas que já havia trazido. Não sabia exatamente como seria ver ele de novo agora, sem toda aquela atração estranha que sentia, mas estava claro que não deixaria de ser fodidamente atraente, e eu já tinha entendido como aquilo funcionava.

Só a ideia de ver o homem depois da palhaçada na piscina me deixava ainda mais embrulhado, lembrando-me da cena ridícula que fiz ao puxar seu rosto pelos cabelos e encostar nossos lábios. Por Deus que aquilo fosse esquecido. Ainda mais pela reação grotesca que o mesmo teve pelo simples selar, que havia me emputecido completamente. Entendi que não existia qualquer interesse, e está claro agora que também não possuo, mas algo tão bobo como um toque de peles tinha se tornado o maior dos pecados em seus olhos incrédulos. Aquilo não sairia tão cedo da minha memória, junto do meu desgosto por sua face.

Precisava tirar aquela lembrança sua da minha derme, nem que fosse preciso esfoliar ela inteira por horas a fio. Queria se possível remover todas elas, fazendo-me esquecer de todas as idiotices que disse, e que fiz nos últimos 5 dias. Mas aceitando de uma vez que aquilo não seria possível, contentei-me por apenas seguir até o banheiro para tentar parar de expelir canela misturada à uva, mesmo que já houvesse tomado banho antes de dormir.

I'm Not An Alpha {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora