𝛀 Capítulo 6 𝛀

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#Uva&Canela

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#Uva&Canela

Olhando-me no espelho, percebo que estou finalmente pronto. As roupas que ela tinha escolhido eram realmente confortáveis, e ficavam lindas em mim, mesmo que simples. Deixei o cabelo em um meio termo entre penteado e bagunçado, que eu gostava muito, e não passei nenhum perfume dessa vez. Agora eu exalava um natural que tinha gostinho de bala. O que fazia o meu antigo perfume de cheiro amadeirado, porém comum entre alfas, parecer piada.

A Sra. Bak então segura em meu braço, e me auxilia ao descer as escadas, um degrau de cada vez. Sinto que posso falhar a qualquer momento, mas me mantenho firme tentando não causar um acidente vergonhoso. Meu corpo estava exausto, parecia estar travando uma interminável guerra debaixo da minha pele.

Finalmente na sala, consigo me estabilizar mais um pouco sozinho, estou começando a me acostumar com a dor e o incômodo, e isso torna as coisas um pouco mais fáceis. A Sra. Bak vai me soltando devagar, mas sem tirar seu corpo de perto do meu, preparada para qualquer vacilo que pudesse ocorrer. Isso se segue até chegarmos à mesa de café da manhã muito bem arrumada, com meu pai sentado já tomando seu café preto, provavelmente sem qualquer açúcar, enquanto lia uma matéria em seu tablet.

Sento-me em sua frente, agradecendo a gentileza da mulher de cabelos longos, porém agora presos em um coque formal, vendo-a sair em direção à cozinha. Meu pai me olha de soslaio franzindo levemente o nariz, indicando seu incômodo, e eu sabia que não ia demorar para ele comentar algo ofensivo.

-Olhe pra você... Precisou que a empregada lhe ajudasse a andar - ele soltou o ar indignado - Como eu posso ter um herdeiro tão fraco - ele não retirou seus olhos da tela para me alfinetar logo no meio da refeição matinal.

Ele deixou claro o que eu já sabia, eu não era digno de assumir nada seu. Por que um homem ômega não poderia liderar seus negócios, um homem ômega era claramente inferior e mais fraco. Não passaria liderança, muito menos autoridade. Essa não era a imagem que ele queria para a sua empresa.

Eu estava pronto para respondê-lo quando Jungkook chegou no cômodo em seus passos calmos porém certeiros. Ele estava em seu típico blazer preto, com certeza não o de ontem, sua camisa também preta gola alta, e os cabelos arrumados de um jeito que o deixava extremamente sexy. Por alguns segundos me perguntei se ele sempre se veste desse jeito, por que ele nunca me pareceu tão bonito. De novo o meu interior se remexeu de forma instintiva ao vê-lo, e minha respiração se tornou mais profunda quando novamente aquela droga de canela invadiu o ambiente. Eu estava passando a odiar como o cheiro dele sempre parecia me envolver loucamente. Meu pai também tinha um cheiro característico de vidoeiro com uma leve ardência no final, mas ele parecia sumir no meio do aroma do Jungkook. Eu estava odiando por que eu sentia meu corpo ficar mole com ele. Como se eu fosse aceitar qualquer pedido seu caso ele me inundasse daquele gosto.

Seus olhos se cruzaram com os meus por míseros segundos, ou seriam milésimos? Antes que ele voltasse ao meu pai, como sempre de forma séria. Mas aqueles curtos segundos, enquanto ele se aproximava, pareceram um pouco maiores em minha mente, e eu senti o seu olhar invadir o meu de forma diferente. Era como se fossemos adolescentes, e eu soubesse de um segredo dele. Era aquele olhar quase de confidente, por mais que tenha sido tão singelo que ninguém notaria. Aquele pouco tempo que se bateram no ar, foi justamente aqueles milésimos de segundo onde você sabe que o olhar está dizendo tudo, mesmo que só vocês saibam.

I'm Not An Alpha {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora