3. Ataque Em Nova Berk

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P.O.V. Raven

Antes que me julguem, eu tentei pedir o livro para Valka, mas ela negou todas as vezes. Eu realmente quero ir ver esses dragões, e Soren tem razão, não podemos ir sem saber de nada, seria muito perigoso. Soren já me garantiu que deixaria pelo menos um bilhete para nossos pais, então eu estava mais tranquilo.

Assim que voltei da casa de Valka, após receber diversos: "Não", percebi algo estranho.

O Grande Salão, onde ocorre as reuniões, geralmente ficava trancado por uma tábua, mas agora ela havia sido removida. Quando ela era removida significava que os Oito Grandes deveriam estar em uma sessão, e quando eles estavam em uma sessão significava que a coisa iria ficar feia. Da última vez, tivemos um conflito com os Willorckanos no dia do Tratado de Paz. Apesar de sermos aliados, ainda temos ideias diferentes, então acabou rolando uma briga daquelas. Quase houve uma guerra.

No final das contas, eu nunca soube o que desencadeou o conflito.

Saltos, palmas e giros. Isso resumia muito bem a segunda festa da Semana Bork. As estrelas cobriam o céu escuro naquela noite animada. Enquanto os vikings se divertiam, eu estava de frente para a porta da casa de Valka. Sei que era errado furtar, e principalmente um livro tão importante para a história do meu povo. Mas não há outro jeito! Ver dragões é o meu sonho desde que soube da existência deles. Eu lidaria com consequências dos meus atos depois.

Abri a porta com apreensão. Encontrei a mesma sala de sempre: Uma mesa jogada para o lado da janela com duas cadeiras, um tapete bonito no chão e uma tapeçaria de um Corta-Chuva. Na estante encostada a parede começo a procurar pelo Livro dos Dragões. Meu dedo indicador passa pela lombada do "Manancial do Caos" e eu sinto uma coisa estranha. Uma sensação.

Olhei aos redores, e não vi nada de estranho, até bater os olhos numa árvore alta que se sobressaia às outras na floresta. Olhos me encaravam, ansiando pela minha morte.

Eu respirei fundo, repetindo para mim mesmo que estava ficando maluco, afinal, até mesmo Soren disse que não havia nada lá. No entanto, eu não arrisquei virar de costas. Localizei o Livro dos Dragões com a minha visão perpendicular e sai correndo da casa de Valka, deixando a porta encostada.

Eu definitivamente nunca havia corrido tanto quanto eu corri naquele momento. Parecia uma corrida sem fim, penhasco abaixo. Eu tropecei nos meus próprios pés para conseguir parar de correr, e então ofeguei ao me sentir seguro próximo à festa.

Decidi olhar por cima do ombro, somente para ter certeza de que nada me perseguia.

Céus, por que eu fui fazer isso?

Com uma aparência meio-humana meio-dragão, Skímsli me encarava na beira da floresta. Pude ver a sua língua grande de uma maneira desumana lamber os lábios, passando por cima dos olhos também. Meu estômago se revirou. Seria uma maldição? Quantas vezes mais eu veria aquele demônio até que eu fosse finalmente morto?

Dei um passo em direção à aldeia.

Espere. Meio-humano, meio-dragão. Skímsli seria um dragonblood? Mas não faz sentido já que ele deveria ter uma mente humana, e não uma sanguinária. E se fosse uma mente dracônica, bem, não teria a menor necessidade de fazer o que faz com o rosto de suas vítimas - desfigurá-las.

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