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Acordei com o sol das 7 da manhã entrando pela janela e batendo direto no meu rosto

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Acordei com o sol das 7 da manhã entrando pela janela e batendo direto no meu rosto. Ana ainda dormia tranquilamente ao meu lado na cama dela.

Peguei meu celular e pude ver no reflexo que eu havia esquecido de tirar a maquiagem da noite passada, mas nem me preocupei com isso. Levantei cuidadosamente da cama e fui até o banheiro. Procurei minha escova de dentes no meio das coisas da Ana e me olhava no espelho enquanto escovava. Meu cabelo loiro bagunçado caía pelas minhas costas, e a maquiagem preta borrada, em conjunto com meu vestido prateado e a dor de cabeça intensa indicavam uma coisa: ressaca.

Mas nada que eu já não estivesse acostumada. Ana e eu somos melhores amigas desde sempre e nosso ponto forte é saber aproveitar uma boa festa.

Caminhei em silêncio até a porta do quarto e tentei ouvir algum barulho pela casa. Aparentemente, não havia ninguém acordado, e os pais de Ana tinham ido viajar à serviço. Desci as escadas em direção à cozinha, minha boca estava completamente seca e eu precisava muito de água.

Assim que cheguei, me deparei com cabelos loiros e um sorriso forçado ao me ver, Roger Guedes, o irmão mais velho da minha melhor amiga.

- Bom dia. - Ele resmungou enquanto tomava uma xícara de café.

- Não precisa fingir que você gosta de mim, a Ana não tá aqui.

Eu odeio ele desde a primeira vez que o vi. E tudo me faz crer que o sentimento seja recíproco. Mas somos obrigados a conviver um com o outro por causa da Ana.

- E você poderia pelo menos fingir que é um pouco educada. - Revirei os olhos. Eu era extremamente educada, mas apenas com quem merecia. - Agora se me dá licença, preciso ir treinar. Nem todo mundo aqui é vagabundo que só pensa em encher a cara, tem gente que trabalha.

- Eu trabalhei a semana inteira, mereço um final de semana bom. Não que eu te deva explicações sobre minha vida, mas você deveria ficar calado ao invés de falar o que não sabe.

O clima ficou tenso, como sempre acontecia quando a gente se encontrava. Esperei ele ir embora para me sentar e finalmente tomar um pouco de água. Parecia que eu não bebia água a anos.

Ouvi passos atrás de mim, e logo vi que era a Ana.

- Bom dia dorminhoca. - Brinquei enquanto ela se sentava ao meu lado.

- Você e meu irmão podiam discutir mais baixo da próxima vez. - Ela riu e abaixou a cabeça na mesa. - Mas bom dia.

- Desculpa, pretendo nem perder meu tempo discutindo com esse babaca da próxima vez.

- Talvez vocês só precisem se conhecer melhor. - Seu tom de voz entregava que ela estava morrendo de sono.

- Isso seria uma tortura. Além do mais, a gente se conhece desde criança. Já tivemos todo o contato necessário pra eu saber que ele é ridículo.

- Ele é um ridículo legal. -Nós duas rimos. Apesar de tudo, tinha que admitir que a relação deles dois era muito boa.

Ficamos conversando por um tempo, lembrando dos acontecimentos da festa de ontem e rindo. Como o dia estava quente, decidimos ir para a piscina um pouco. Peguei um biquíni emprestado dela e fomos até o quintal enorme que ela tinha. Era tudo muito luxuoso naquela casa, mas o mini bar dentro da piscina tinha um lugar especial no meu coração.

Sempre quis ser rica e ter uma vida de luxo, mas é bem difícil quando se é abandonada pelos pais aos 13 anos de idade e tem que se sustentar sozinha. Desde que eles foram embora, eu moro com minha avó, mas ela vive com o pouco dinheiro da aposentadoria que recebe, então tenho que trabalhar dobrado, e meu emprego de atendente de loja de roupas não é um dos melhores. Ainda tenho que aguentar comentários como "nem todo mundo aqui é vagabundo".

Revirei os olhos automaticamente só de pensar na falta de noção dele, mas esses pensamentos foram embora assim que ouvi Ana me chamando do outro lado da piscina.

- Bianca, você tá livre hoje? - Ela colocou os óculos de sol na cabeça enquanto olhava alguma coisa no celular.

- Sempre tô livre.

- O João disse que vai ter uma festa muito boa hoje, e que tem ingressos VIP pra gente. Coisa de jogador.

- João? - Tentei me lembrar quem era, ela tinha muitos amigos.

- O menino que eu tô ficando. João Gomes.

- Peraí, o do Flamengo?

- Sim. - Ela riu, como se fosse uma pessoa qualquer.

Eu não passo nem perto de ser torcedora do Flamengo, mas esse lance de ficar com jogadores ainda me deixava um pouco impressionada. Era uma coisa fora de cogitação para mim, Ana tinha seu mundo de sair com famosos e eu tinha o meu de sair com homens feios que eu conhecia no Tinder. O mais perto que eu havia chegado de um jogador era o irmão dela, e eu preferia que nunca tivesse acontecido.

- Eaí, topa? - Novamente ela me tirou dos meus pensamentos sobre o tanto que Roger Guedes era insuportável.

- Claro que sim!

Fiquei animadíssima com a ideia de ir em uma festa de celebridades. Ana já tinha me levado em algumas, mas nunca conseguimos chegar perto da área VIP, onde os famosos ficavam. Coisa de jogador, como ela dizia.

- Ótimo. Ele disse que passa aqui as 22.

Concordei com a cabeça e relaxei na água quente da piscina, deixando o sol queimar minha pele.

Hoje a noite tinha que ser perfeita.


under control » roger guedesOnde histórias criam vida. Descubra agora