2. Capítulo

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Seguia Manjiro pelo centro da cidade, indo e saindo de loja em loja. Não tínhamos muito dinheiro para gastarmos, então entravamos em algumas lojas e provávamos óculos, chapéus. Tirávamos fotos juntos com meu celular, já que eu fazia questão que fosse com ele, pois gostaria de ter fotos desses pequenos é únicos momentos que tínhamos juntos. A mão do loiro sempre a segurar a minha para qualquer lugar que íamos, o sentia sempre apertar minha mão levemente, como se certificasse que eu estava atras dele. Vez ou outra eu me pegava observando a forma de como nossas mãos se encaixavam tão bem.
Paramos em frente a uma lanchonete, já que Mikey reclamou se sentir fome. Dentro do estabelecimento e após fazermos nossos pedidos, o vejo reclamar para o garçom sobre sua comida não vir com a bandeirinha. Eu coloquei minha mão sobre a boca para segurar minha vontade de rir, ao ver como ele se comportava como criança em determinadas situações. Ao ver daquela forma, ninguém imaginaria que ele e líder de uma gangue como Touman ou que carrega um grande peso sobre si.

Após eu o fazer comer sem a bendita bandeirinha, saímos da lanchonete com casquinhas de baunilha em nossas mãos. O sol estava mais fraco em comparação a hora em que chegamos ao local. Procurando um local para descansar, acabamos por encontrar um parque bem pouco movimentando. Nos sentamos debaixo de uma arvore, a grama macia a tocar minha pele que se encontrava descoberta na área das pernas, o vento fresco a bater contra nossos rostos, fazendo meus fios pretos voarem para trás. Limpo minha boca com o guardanapo que pegamos na lanchonete, assim que acabo meu sorvete.

Sou pega de surpresa por Mikey, assim que o mesmo põe sua cabeça em minhas coxas cobertas pela saia do uniforme escolar. Sinto meu rosto ruborizar com esse ato dele, por impulso ponho as mãos em meu rosto, com medo de que ele veja meu rosto vermelho. Porém quando olho por entre as brechas de meus dedos, o vejo de olhos fechados, com uma expressão suave em seu rosto. Afasto minhas mãos do rosto, para assim ver melhor o loiro.
Eu não sabia dizer em palavras o que eu sentia nesse exato momento. Sua respiração calma, seus lábios levemente entre abertos, as mãos sobre sua barriga... tudo nele era perfeito aos meus olhos. Meio receosa eu me atrevo a tocar em suas madeixas loiras, a enrolando em meus dedos. Eu me sentia calma, sentia meu coração bater de forma tranquila, pois naquele momento tudo o que ele me transmitia era uma completa calmaria. Minhas mãos descem de seu cabelo para seu rosto, o ouço suspirar de forma calma, sem me afastar. O vejo abrir seus olhos, me fazendo afastar minha mão de forma brusca de sua pele macia e quente.

- Por que fez isso? – seus olhos confusos de encontro ao meu. Sinto sua mão se envolver ao redor do meu pulso e a levar até seu rosto novamente. – Continua. – meu coração que antes estava calmo, acelerou de uma forma absurda, aposto até que ele conseguia ouvir o "babum". Volto a acariciar seu rosto como ele havia pedido, porém sem ele desviar seus olhos do meu rosto.

- O que tem em meu rosto? – viro meu rosto para o lado, sentindo-o queimar em vergonha. Seu olhar parecia que iria queimar minha face a qualquer momento daquela forma.

- Não é nada, apenas estava vendo a quão bonita é. – suas palavras fizeram meu rosto esquentar ainda mais, provavelmente eu deveria estar pior que um tomate naquele momento. Ouço a risada de Mikey abaixo de mim, enquanto eu resmungava algo e cobria meu rosto com as mãos. – O que foi? Até parece que nunca a elogiei antes. – o peso de sua cabeça saiu de minhas pernas, logo sinto suas mãos sobre as minhas, tentando as tirar de meu rosto.

- Mas e porque você nunca fez isso antes. – eu sussurro. Porém um silêncio se instalou no local, não ouvia o dizer nada, será que eu disse algo demais? Porém quando tiro as mãos de meus rosto, encontro Mikey com uma expressão completamente diferente de minutos atrás. As mãos dele jogadas para baixo, enquanto o via perdido em algo, como se estivesse viajando em seus próprios pensamentos. – Mikey? – chamo por ele, enquanto passava minha mão em frente ao seu rosto. Ele pareceu despertar com o som de minha voz, pois logo levantou sua cabeça para poder ver meu rosto.

Chance To Change - Manjiro Sano Onde histórias criam vida. Descubra agora