Capítulo 28

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A Lua escondida

Sarah

... Estacionei a moto um pouco distante do local indicado.
As ruas escuras ao redor do galpão me fizeram pensar em o quanto Juliette deveria estar sofrendo naquele lugar. Tinha algumas pequenas casas ao redor, mais certamente essas pessoas não se envolvem com esses bandidos por medo.

Sem perder muito tempo, carreguei a arma e segui encapuzada para perto.
Pulei uma pequena cerca que havia envolta do galpão e comecei a rondar, a procura de uma entrada que não fosse a da frente.
Meu coração batia acelerado, minha pulsação era alta e audivel. Houve um momento que pensei estar sendo seguida, pois o barulho dos meus passos era tão altos que confundiam meus sentidos. Eu estava nervosa ...

Não sei oque era pior, retornar a ver a delegada e deixar vir a tona todos os meus sentimentos, ou estar correndo perigo de vida por tentar salva-la.

Achei uma pequena janela, era tão minúscula que meu medo era não conseguir passar.
Ela já estava quebrada então só afastei alguns cacos de vidro e me encolhi devagar.
Antes de passar totalmente, dei uma breve olhada no ambiente.

Uma pequena sala com algumas cordas e caixas.

Pulei alcançando o chão e respirei fundo. Com a arma posicionada entre as mãos, comecei a investigar o lugar.

Era de se dar nojo, havia vários restos de comida jogados ao chão, como se um animal tivesse passado ali.
Sai da sala calmamente. Quando abri a porta percebi que o sequestrador das mensagens estava sentado perto de alguns tonéis. Mas não vi sinal algum da delegada, estranhei.

Silenciosa voltei para mesma sala e procurei por vestígios seus. Achei fios de cabelos pretos e detalhes nas cordas que denunciavam uma luta, supostamente para desamarra las.
Foi quando percebi, ela não está mais aqui. Conseguiu fugir...

Quando eu estava prestes a ir embora, o ouvi passos, que desta vez não eram meus. O homem já estava abrindo a porta, me escondi atrás da mesma e aguardei.

- Cadê você sua cadela?! - Gritou assim que notou a ausência da delegada. - Puta que pariu... A vadia fugiu!! O que eu vou fazer?

Antes que este virasse para trás me aproximei com a arma em sua cabeça.

- Deita no chão seu escroto!

- Aonde arrumou essa arma? - Perguntou sem se virar.

- Não sou Juliette.

Depois de deitado ao chão, conseguiu ver meu rosto e indagou:

- Sarah ... Veio atrás da amiguinha?

- Você tá ferrado.

- Garanto que não mais do que você.

Reti alguns chutes em seu estômago e questionei:

- O que ele quer comigo? O que ele quer com ela?

- É simples, dela ele só queria você. De você ele só quer...

Me senti furiosa naquele momento. O aparato para minha raiva foi justamente aquele homem que se encontrava deitado ao chão. O agredi diversas vezes, assim como fiz com o outro. Creio que a surra que dei não foi o suficiente para pagar o tanto que ele devia ter maltratado a delegada.

Quando acabei susurrei baixo ao seu ouvido.

- Diz pra ele que nunca vai me ter de volta.

Sai do lugar e me lastimei, tudo isso para nada. Não consegui encontrá-la.
Antes que eu pegasse a moto, percebi algumas crianças brincando próximas ao vilarejo, fui até lá e recorri a um garoto.

- Você viu uma moça morena passar por aqui?

- Eu não sei de nada, tia. - O inocente garoto recusou a questiona, como já era de se esperar.

- Olha... Por favor me ajuda! Preciso muito encontrar ela. Toma - Peguei no bolso uma certa quantia e persisti. - Compra um brinquedo.

- A gente não pode abrir o bico se quiser continuar morando aqui, mas... - o menino chegou mais perto do meu ouvido e susurrou. - Ela estava machucada, passou por aqui correndo a uns vinte minutos. Não deve estar muito longe.

- Que direção ela seguiu exatamente?

- Por ali. - Assim que o garoto apontou, peguei a moto e segui com pressa.

- Obrigado!

Realmente ela não poderia ter ido tão longe por cerca de vinte minutos, mas com certeza já havia conseguido pedir ajuda.

Rondei algumas ruas na esperança de vê-la, mas não consegui.

Chateada voltei pra casa, agora Rodolfo sabia que eu estava na cidade, sua isca foi mordida com sucesso. Mas o que ele quer de mim?

•~•~•

Já no hotel, retirei toda a roupa e tomei um longo banho. A única coisa que me confortava era saber que ela tinha conseguido fugir.

" Uma danada"

Sorri boba.
Ela não precisa de nenhum príncipe encantado para salva-la. Acho que essa força que emana de si, é uma das coisas que mais me fazem sentir atração por ela.
Só queria poder beija-la de novo. Queria poder dizer que vai ficar tudo bem e que não iria mais abandona-la.

Narradora

A loira saiu do banho ainda pensativa. Começou a imaginar hipóteses sobre o paradeiro de Juliette.

" Ela não voltaria pro mesmo lugar sabendo que Rodolfo a encontraria novamente."

" Também não iria para nenhum hospital mesmo estando machucada, seria de muito fácil acesso."

" Pro antigo apartamento então... Nem pensar, ela deve estar suja e sem dinheiro algum. "

Só havia um lugar que fazia sentido, e que certamente era o único que a morena se sentiria segura neste momento.
Tendo isso em vista, Sarah logo se vestiu e correu até a garagem do prédio novamente.

Montou na moto e partiu para a casa do melhor amigo e confidente da delegada.

" A casa de Gil ".



Notas finais

Será que agora vai??
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۪۪۪۪ꦼꪳ❥۪۪۪۪۪۪۪۪۪۪۪ꪳ͜Entre Rosas e Espinhos... {ʂαɾιҽƚƚҽ}Onde histórias criam vida. Descubra agora