۪۪۪۪ꦼꪳ❥۪۪۪۪۪۪۪۪۪۪۪ꪳ͜Entre Rosas e Espinhos... {ʂαɾιҽƚƚҽ}

capítulo 23

Luto

Sarah

Parei para pensar sentada em frente a uma das oito maravilhas do mundo antigo, enquanto degustava um delicioso chá de hortelã admirando a paisagem do longo Big- Bang.

As pessoas más sempre teram um bom motivo para serem más. As pessoas boas que se tornam más sempre teram um bom motivo para se tornarem más. Porém, uma pessoa boa não tem motivo algum para ser boa, ela simplesmente é. Quando raras pessoas são boas, ninguém as julgam de o porquê de serem tão boas, mas por quê? Por que não as perguntam? Já que a natureza de todo ser humano é cometer maldades, por que quando uma pessoa boa demonstra bondade ninguém a questiona?

Essa é uma dúvida que jamais serei capaz de suprir, e pensando nisso acabo me perdendo nas minhas próprias conclusões.
Tenho um dom que realmente é de se gabar. Consigo ver a bondade nas pessoas de longe, se elas são incertas ou mentirosas, eu sinto.
Mas aparentemente fui tolamente enganada...

Enxerguei no olho de cada pessoa com quem trabalhei a ambição e o egoísmo. Tais pessoas nunca sairiam de um carro afim de proteger outras, ou qualquer ato parecido.
Nenhum que se entregaria para ser morto em prou de outra pessoa.

Apenas uma em tantos anos de trabalho.

Mas por que eu ainda penso nisso todos os dias após partir?
Eu deveria estar pensando em o quanto estou magoada, em o quanto foi difícil descer Lucas até o fundo de uma cova, ver ele receber tantos tiros, ver ele morrer sem ajudá-lo.

Depois de tudo por que eu ainda acho que estou no lugar errado?

(Dia do funeral)

- Ele era um rapaz incrível senhora Penteado. - Falava como se o conhecesse, um hipócrita.

A doce senhora por outro lado, apenas concordava com a cabeça e se debulhava em lágrimas enquanto o padre recitava algumas palavras ensaiadas.

Nada daquilo era oque ele desejaria, isso me fez voltar no tempo por alguns minutos, em um diálogo onde ele sorria dizendo:
"Não quero ninguém chorando no meu enterro, se isso acontecer vou fazer o favor de me levantar do caixão e bater no infeliz.

Acabei abrindo risadas sem parar e sequer me toquei de que aquela situação era real. As pessoas a minha volta quase me xingavam, os burburinhos ao pé do ouvido me deixaram constrangida mas apenas seus olhares de julgamento foram o suficiente para que eu me afastasse do local e me apoiasse em uma árvore a espera do término.

"Quero putas dançando no meu caixão. Como um baile no porto. Esses sim valiam a pena cada centavo."

As frases se repetiam na minha cabeça como uma forma de anestésico. Talvez fazer isso tornava a situação um pouco menos dolorosa. Quem sabe eu poderia superar isso sem precisar voltar atrás em algumas decisões.

Pelo menos era oque eu achava.

Poucas horas depois a choradeira deu lugar para o silêncio constante do quarto de hotel vazio.

Joguei as chaves na estante desocupada e retirei o colete me atirando na cama.
Não quis voltar ao apartamento pois era muito possível ter o desprazer de ver Juliette por lá. Eu não suportaria dizer adeus novamente.