Capítulo 14.

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~S/N P.O.V.~

(Han): O que foi?

(S/N): Por quê a pergunta?

(Han): Aconteceu alguma coisa pra te fazer sorrir assim.

(S/N): Ah... Isso... Então, primeiro promete que não vai discutir, brigar, emburrar, nem me proibir de nada.

(Han): Prometo...

(S/N): Estou namorando. -Digo rápido.

(Han): O que?!

(S/N): Você prometeu.

(Han): Não devia ter me interrompido. Prometo não prometer nada. -Diz cruzando os braços. -Quem?

(S/N): O Hyunjin.

(Han): O garoto que te levou pra sair?

(S/N): Sim.

(Han): Se conhecem a quanto tempo?

(S/N): Desde que eu entrei na faculdade.

(Han): Ok... Um ano, já é considerável. Conversaram de verdade quantas vezes?

(S/N): Acha mesmo que eu conto quantas conversas eu tenho com alguém?

(Han): Okay, reformulando a pergunta... Com quanta frequência conversam?

(S/N): Bem, conversávamos todos os dias, então ele se afastou mas voltamos a conversar de novo.

(Han): Tá... Até agora não vi nenhum ponto que me preocupe, mas isso pode mudar com o tempo.

(S/N): Não acho que vai mudar, vocês podem se dar bem.

(Han): Depende...

(S/N): Antes de começar com aquelas briguinhas clichês porque você acha que ele pode me afastar de você, vamos ser racionais e práticos. Nada vai me afastar de você, somos irmãos e isso não vai mudar nunca, não nos afastamos nem quando estamos bravos um com o outro, e o Hyunjin sabe que você é uma das pessoas mais importantes pra mim então ele não nos afastaria.

(Han): Você também é uma das pessoas mais importantes pra mim... Está entre o top três. -Diz me abraçando.

(S/N): Você também. -Digo sorrindo.

(Han): Promete que nada vai nos afastar?

(S/N): Prometo ciumento.

(Han): Então também prometo chata.

(S/N): Te odeio.

(Han): Te odeio mais.

~Hyunjin P.O.V.~

Acordei com o despertador tocando, estava quase na hora, o sol já estava se pondo e não demoraria muito pra que já não estivesse desse lado do mundo. Me levantei da cama e fui pro banheiro lavar o rosto.

(I.N.): Melhorou?

(Hyunjin): Sim.

(I.N.): Que bom.

(Hyunjin): Bom mesmo, não sei se conseguiria com aquela dor.

(I.N.): Não acha que seria melhor ir ao médico?

(Hyunjin): Provavelmente não é nada sério, talvez fosse só cansaço.

(I.N.): Teorias não são verdades absolutas.

(Hyunjin): Bem... talvez seja mesmo melhor. Amanhã posso ir antes da aula.

(I.N.): Vou marcar um lembrete.

(Hyunjin): Acho que te preocupei mesmo.

(I.N.): Ás vezes uma dor de cabeça não é só uma dor de cabeça.

(Hyunjin): Aconteceu alguma coisa?

(I.N.): Podemos falar disso depois, temos que ir.

Fiquei me perguntando se foi algo que eu disse, mas ainda poderia perguntar quando chegássemos então só decidi focar nas criaturas por enquanto. Eu saí e tranquei a porta, eu podia esperar que o Minho também aparecesse, e dessa vez eu estava preparado pro que pudesse acontecer de qualquer forma.

Já estava pronto e o sol já não demoraria muito mais pra descer pela linha do horizonte. Logo a luz da lua já não parecia ser suficiente pra segurar a própria escuridão, as criaturas já vagavam pela cidade ainda movimentada. Senti o protótipo ser ativado e eu já me encontrava no meio delas.

Cada uma parecia pior que as outras, elas não eram assim quando eu comecei, talvez com menos tempo, se tornariam cada vez piores. Mas de qualquer forma não me pareceu mais difícil acabar com cada um ali. Era como antes, atravessar o corpo de cada um separando os membros e já não tendo que me preocupar com os restos.

Já sentia o sangue pulsar com mais intensidade pelas minhas veias, a adrenalina subindo cada vez mais e o sangue das criaturas escorrendo pelas minhas mãos. E foi assim até que o sol voltasse e então eu já podia descansar. Cheguei em casa e depois de um banho eu me joguei na cama sentindo meu corpo se pesar sobre ela.

(Hyunjin): Já pode dizer o que te deixou assim?

Ele apareceu e se sentou na cadeira da minha escrivaninha, e pela expressão dele já podia imaginar a história que ouviria.

(I.N.): As dores são sinais que o seu corpo envia quando algo dá errado, mas os seres vivos nem sempre entenderam isso. Se algo doía era um sinal de fraqueza, ou a ira dos deuses. Por isso a maioria morria por problemas sérios sem terem a mínima noção disso. A Amy foi uma das primeiras guerreiras a ser escolhida, no início a Star ensinou ela a como lidar com o protótipo, mas depois da aposta ser lançada, ela já não podia ajudar, então ela me mandou pra continuar auxiliando a Amy. Não demorou pra que nos apegássemos um ao outro e o mesmo pra que eu me sentisse apaixonado por ela, mas como em todas as noites as criaturas sempre vinham, e naquela não foi diferente, é normal que em uma luta você também sofra com algo, e com ela também foi assim. Uma das criaturas conseguiu distrair ela e quando percebi ela estava no chão, mas não demorou pra se levantar e acabar logo com cada uma das criaturas que estavam ali. Mas algumas horas depois ela não parecia mais tão bem, ela sentia dores mas não dizia, e eu sabia que podia ser algo sério, mas alguns humanos são guerreiros tão orgulhosos que nunca receberiam ajuda por nada nem admitiriam estarem mal com algo. Então... Não demorou pra que eu visse ela ir embora do meu mundo da pior forma que eu podia pensar.

(Hyunjin): Sinto muito...

(I.N.): Tudo bem... Fiquei um tempo pensando que não faria isso de novo, não queria mais estar com vocês com medo de que algo parecido acontecece, mas depois de tanto pensar eu decidi que não ia deixar vocês. Então... Aqui estou eu de novo. Por isso insisto tanto pra que vá pra um hospital, ela não tinha essa opção, e a Star também não podia curar ela, e eu não vou deixar acontecer a mesma coisa com o meu melhor amigo.

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