Já disse que adoro o seu sorriso? - pergunto-me a mim mesma, pois a resposta é clara.
Observo-o a ir embora outra vez, lamentando novamente ao fazer beicinho. Não sei porque o faço, mas algo me faz gostar que ele esteja por perto. Faz-me sentir segura e gosto das conversas que tenho com ele, apesar de eu não falar muito entre elas. Eu gosto da sua voz, dos sorrisos que ele me atira, quando os seus olhos ganham brilho, a sua simpatia para comigo, tudo. Acho que isso apenas se deve ao facto de ele sempre me livrar da minha prima. Acho até que ele me entende, pois ele sempre intervém entre nós, fazendo-me escapar das conversas chatas e aborrecidas dela.
Motorista: Vai ficar aí especada a olhar para o passeio? - a voz grossa de um homem soa por detrás de mim, fechando assim a porta que se situa à minha frente.
Já me havia esquecido que estava num autocarro. Odeio andar de autocarro, estou rodeada de gente que não conheço de lado nenhum e, por alguma razão desconhecida, sinto sempre que há alguém a olhar para mim.
Avanço agora até a um lugar, tropeçando pelo caminho devido ao movimento do transporte e fico admirada com quem acabo de encontrar.
Andrew: Oh, Naomi, certo? - sorri-me e eu ganho coragem para me sentar no lugar vago ao seu lado.
Assinto afirmativamente, esticando os meus braços e colocando as minhas mãos entre as minhas pernas devido à minha timidez.
Andrew: Como estás?
Eu: Bem - respondo baixinho e continuo a assentir com a cabeça.
Andrew: Então e para onde é que vais?
Eu: Para casa... - olho para baixo, pois odeio manter contacto visual também devido à minha timidez.
Sim, a minha timidez limita-me a muito e eu odeio isso.
Andrew: Estás a morar com a tua prima, certo? - limito-me a assentir, pois é pouca a vontade para falar sobre ela - Eu paro logo a seguir.
Não consigo deixar de reparar que ele tem um saco cheio de tintas ao colo e estou quase desde o início da viagem a olhar para dentro dele, pois, obviamente, sinto-me curiosa.
Andrew: Também queres uma tatuagem, é? - solta uma risada leve.
Eu rio de volta e assinto negativamente, pois prefiro ser eu própria a fazê-las.
Andrew: Já vi que também gostas de tatuagem - atravessa o seu olhar pelo meu braço e sorri, pois penso que tenha gostado - Vou fazer tatuagens a casa de um amigo, queres vir?
Assinto negativamente, pelo simples fato de que ainda não me sinto segura perto dos cidadãos daqui. Eu gostava de poder ir e talvez tatuar na pele de outra pessoa como nunca o fiz, mas provavelmente não a conheço, logo, recuso.
Andrew: Vá lá, Naomi... - aperto os meus lábios, pois, sinceramente, odeio dizer que não - Não sei se sabes, mas acabas de passar a tua paragem - ele solta uma gargalhada a gozar comigo e eu sinto-me desapontada comigo própria por não ter prestado atenção.
Quero frisar a mim própria que só vou por uma razão: depois não tenho maneira de voltar. Rezo agora para que quando chegar a casa a minha prima não me massacrar a cabeça por ter acabado por sair com um amigo dela. O melhor é não dizer-lhe.
Andrew: É aqui.
As portas da parte de trás do autocarro abrem-se e eu sigo-o até à saída.
[...]
Ele saca de um comando que estava no seu bolso e abre agora a porta da garagem que se situa à nossa frente. A garagem está praticamente vazia, só tem alguns balcões de lado com ferramentas pousadas. Ele entra e eu limito-o a segui-lo. Pega agora numa mesa desdobrável que se encontrava encostada a uma parede e abre-a, pousando-a no chão. Reparo que está a ficar escuro lá fora e isso não vai ajudar se ele quer tatuar alguém. Faço-lhe o favor de mudar a direcção do interruptor e assim a luz acende-se. Ele agradece-me e volta a sacar do comando, fechando desta vez a porta automática da garagem. Acaba de arrumar as tintas que tinha no saco na mesa para poder ter tudo organizado.
Começa agora a fazer um desenho no papel e presumo que ele esteja a treinar o desenho que vai fazer. Aproximo-me, sentando-me na cadeira que ele colocara ao lado da mesinha e ganho campo de visão até ao papel. Em 1 hora, ele faz 3 belos e diferentes desenhos sobre a mesma ideia: um morcego. Aprecio o desenho mais simples deles todos, pois faz mais o meu estilo.
Ouvimos agora uma porta a ser destrancada e o Andrew olha directamente para lá e eu sigo o seu olhar. Ambos vemos alguém entrar e o Andrew tapa a minha visão ao aproximar-se da porta, provavelmente para cumprimentar alguém.
Andrew: Malik! - cumprimenta um rapaz em que só reparo no seu cabelo escuro ao chocar as palmas das suas mãos - Como estás?
"Malik": Como é, meu puto? - reparo agora no seu sorriso e finalmente reconheço o rapaz moreno que se situa mesmo à minha frente.
Zayn?! O que é que ele faz por aqui? Oh, será que ele é o tal rapaz que vai ser tatuado?
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Estou tão confusa com as atualizações do wattpad... Se algo estiver errado por aqui, não me julguem, mas sempre podem comentar a dizer-me como posso resolver isso.
Mas passando ao que interessa: a @ari-njh deu-me uma grande ideia para parte da fic e agradeço-lhe muito por isso. Praticamente ela já virou a minha fonte de ideias haha ela é uma fofa.
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TATTOOS | z.m.
FanfictionNaomi, uma mera jovem com os seus 16 anos. Uma grande admiradora de arte ou uma fanática, como queiramos chamar. Sofre de um distúrbio que pode ser visto a partir de dois pontos de vista: um distúrbio benigno ou maligno. O seu nome é Síndrome de Ri...