Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ Beauty and the Beast • Sʜᴏʀᴛ Fɪᴄ

Capítulo 02

Os dias passam em uma corrida de atividade. Eu ajudo meus pais ao redor da fazenda, fazendo o que eu posso antes que o festival da colheita aconteça. Eu não vou estar aqui para ajudá-los.... Depois. Ou eu vou remover a maldição como Lisa disse, ou eu vou acabar sendo outra garota desaparecida, para nunca mais se ouvir falar de novo.

                     
Eu penso sobre o que Lisa me disse, uma e outra vez. À noite, quando eu deveria estar relaxando com um livro ou o meu tricô, eu costuro as vendas dos olhos. Não apenas qualquer venda, mas aquelas com camadas extras de tecido, então eu não vou pegar um vislumbre da fera. Vendas de olhos com laços extras para que elas não escorreguem. Vendas de olhos equipadas só para mim. Vendas de olhos para o dia, e vendas de olhos confortáveis o suficiente para dormir.

                     
Meus pais não percebem. Eles estão muito ocupados em luto pela minha morte iminente. Eu tento não deixar que a tristeza chegue até mim. Eu quero dizer a eles que eu vou quebrar a maldição, mas e se eu não conseguir? Então eu não digo nada. Eu os abraço e digo a eles o quanto eu os amo, e faço o que eu posso para tornar a vida deles confortável antes de eu partir.

                     
À noite, meus sonhos estão vazios, até a noite antes ao festival da colheita.

                     
Naquela noite, eu sonho com a fera de novo.

                     
Eu estou andando na floresta, assim como no último sonho. O vento é refrescante com um toque de frio, e as folhas são trituradas sob os meus pés. Eu ainda não consigo ver nada. Eu estou com os olhos vendados, assim como Lisa disse que eu deveria estar. Mas, apesar de que a minha visão se foi, eu ainda posso sentir alguém nas proximidades. Alguém... esperando.

                     
— Eu sei que você está ai. — eu digo suavemente.

                     
— Por quê você está aqui? — Ela pergunta. — Por que você está no meu caminho? Na minha floresta?

                     
— Eu estou aqui para me casar com você. — eu digo a ela. — Estou aqui para quebrar a maldição.

                     
Ela ri, e o som é profundo, rouco, e quase desumano. Eu ouço passos conforme ela se aproxima, e depois um grande corpo se pressiona contra as minhas costas. Uma mão com garras se curva no meu pescoço. Ela não aperta, apenas permite que isso demore lá.

                     
— O que você quer?

                     
— Quebrar a maldição. — Por que eu estou excitada por seu toque ameaçador? Por que a minha pele está formigando com a consciência de sua proximidade? Por que o meu pulso está acelerado porque eu posso sentir o calor do seu corpo contra o meu?

                     
— É isso que você realmente quer? — Algo escova contra a minha orelha. Lábios? — Ou é algo mais?

                     
E eu arfo porque ela está certa. Eu quero algo mais. Algo mais do que apenas remover a maldição. Algo mais do que apenas libertá-la. Eu quero... Mais de tudo. Eu quero sua mão, garras e tudo, para fazer mais do que apenas acariciar meu pescoço. Eu quero mais toques.

                     
Eu quero saber como sua boca se sentiria contra a minha.

                     
Mais do que tudo, eu quero ver seu rosto.

                     
Eu retiro a minha venda, desesperada. Eu me viro, porque eu quero ver seu rosto. Mas o mundo fica preto em volta de mim e eu ainda não consigo vê-la. Eu não posso ver nada.