O Desconhecido

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BOEING 901 da Jaym Linhas Aéreas (algures sobre o atlântico)

7/Abril/2015

07:09 am

"Muito bom dia senhoras e senhores, daqui é o vosso piloto falando. Venho lhes informar que já estamos em território atiniano e começaremos a descida em aproximadamente quarenta e vinte minuto. Por favor aproveitem o pequeno almoço que vos será servido em alguns instantes"

A voz do piloto ecoou pelos longos e estreitos corredores da fuselagem do avião. Alguns passageiros já haviam despertado enquanto outros dormiam profundamente em sua cadeiras. Logo depois de o piloto ter desligado o intercomunicador, Irene, uma das assistentes de bordo surgiu com o seu carrinho onde continha uma variedade de víveres que seria servida aos passageiros.

- O que vão querer para o pequeno almoço? – Perguntou ela a um casal que parecia estar na casa dos quarenta.

- Dois sumos de laranja e das sandes de queijo. – Disse a mulher enquanto o homem se limitava a comer Irene com os olhos.

Irene serviu o casal e continuou com o seu trabalho sem dar muita importância as reações do casal, era uma coisa que acontecia com muita frequência.

Irene é uma mulher de pele branca, cabelos negros e longos que realçavam os seus olhos castanhos claros, nasceu no interior de São Paulo, Brasil. Mudou-se para Atina com os pais quando ainda era uma adolescente, foram morar para a província de Alvin onde residem até o momento.

Passados cerca de nove minutos, ela já estava servindo a penúltima fileira de passageiros.A essa altura Érica ja se tinha juntado a ela para auxilia-la. Érica é uma garota de apenas 19 anos, com vontade de aprender, mas preguiçosa ao agir. Ela ostenta uns maravilhosos cabelos Crespo um lindo rosto, e um corpo de pele negra que já arrancara vários suspiros durante o voo.

O voo seguia calmo o seu trajecto que ligava a cidade capital do Japão, Tokio, à cidade de Avlin capital de Atina. 

Enquanto servia um homem asiático (provavelmente japonês), Érica lembrava distraidamente das notícias do dia anterior ao voo, quando de uma onda de violência se espalhou por algumas cidades rurais, ela lembra que segundo os canais de notícias, uma das vítimas sobreviventes (que viera a falecer pouco tempo depois) identificou os agressores como "demónios devoradores de homens". Claro que ninguém acreditou nos delírios de um moribundo, dizendo apenas que se tratava de algum tipo de animal selvagem. Mas a verdade é que bem lá no fundo, todos sabiam que algo estava seriamente errado.

Quando elas terminaram de atender os passageiros, George Takahashi, o co-piloto, surgiu da porta do cockpit, ele suava que nem um porco o que chamou a atenção das assistentes de bordo e não só.


-Você pode chegar aqui por instante?
Disse George, tentando disfarçar as suas emoções com um leve sorriso.

-Claro. Respondeu Iréne.

George levou-as ao cockpit onde Wlilliam Gregory lutava com os comandos.

-O que está acontecendo? Perguntou Irene.

-Lembra do que aconteçeu na noite passada? Perguntou William.

Na noite passada, o pânico instalou-se no avião apôs várias pessoas afirmarem terem visto "incêndios florestais" pela janela algumas milhas abaixo. Apôs alguns minutos de especulações, foram avistados mais dois daqueles "incêndios florestais". Incêndios florestais... era isso que os passageiros acreditavam ter visto.

Mas tanto William como George, sabiam muito bem que não era possivel que aquilo fossem incêdios florestais. No mar não há florestas.

-Sim, é claro que lembro. Disse Irene.

-E vocês também devem ter percebido que aquilo não foram incêndios florestais, correcto?

As duas assistentes de bordo trocaram olhares. -Sim, já desconfiávamos. Respondeu Erica.

-Estamos a horas tentando contactar a torre de controle para tentar saber que merda está acontecendo, mas tudo que consseguimos é estática. Disse George.

Neste momento Érica colou os seu olhos no panorama que se estendia a sua frente. Alguma coisa não estava bem.

-Mas então o que eram aqueles incêndios? Perguntou Iréne dirigindo-se à George.



-Nós achamos que foi um navío petroléiro, mas os outros dois...

-Os outros dois oquê? Perguntou Iréne agora com um ar visivelmente preucupado.

-Acreditamos que foram duas aeronaveis que se chocaram.

-Oquê, aeronaveis como isso é possivel? Eles não deviam ter um sistemas de navegação ou algo assim? Perguntou Erica incrédula.

-Os sistemas de navegação estão todos em baixo, rádio satélite, gps, tudo, e sem a torre de controle para dar instruções, o mais provavel é que os dois não tivessem visto um ao outro e terem chocado. E nós estamos na mesma situação. Respondeu William, que neste momento ja suava tanto quanto George.

William Gregory o piloto abordo, é um sujeito ruivo de olhos super azuis, nasceu na cidade de Airam há 43 anos atrás, filho de emigrantes ingleses, seu pai tinha uma carpintaria e sua mãe era empregada doméstica. Ele sempre viveu uma vida simples, mas agradável. Até que sua mãe foi diagnosticada com leucemia morreu pouco tempo depois quando ele tinha apenas dezoito anos. Pouco tempo depois seu pai chegou ao ponto de tirar sua própria vida.  Desde então, William mudou-se para a capital e lá completou os estudos e tornou-se um piloto.

-Mas devemos chegar ao aeroporto em menos de 10 minutos, esperemos apénas que esteje tudo bem por lá. Disse George. Ele tanspirara tanto, que seu uniforme que a algumas horas estava totalmente seco, agora parecia ter sido mergulhado completamente em água.

Iréne e Érica abandonaram o cokpit tremendo rezando silenciosamente para que tudo ficasse bem. Sem imaginar que em poucos minutos suas vidas mudariam para sempre...


CIDADE DE ALVIN

(Um dia antes)


08:23 am

"Ha merda, denovo não."

Esse foi o único penssamento que passou pela cabeça de Balt enquanto corria em direção ao portão da escola, ele corria com todas as suas forças enquanto desviava das pessoas que iam e vinham pelos passeios das avenidas.

"Só mais um pouco". Balt corria agora sobre os longos corredores do Institúto Médio Yamamoto.

Minutos depois ele chegou na porta da sua sala de aulas...
-Posso... entrar sensei? Perguntou Balt com a respiração entrecortada e ofegante.
-Senhor Baltazar, você está atrazado... Denovo. Respondeu o professor Yoshiro Atake dirigindo-se na direção de Balt.

O Institúto Médio Yamamoto, ou simplesmente Imy, é uma instituição composta por cerca de 60% de cidadãos, ou descendentes de cidadãos asiáticos. Ela foi criada por Yro Yamamoto há cerca de 40 anos atrás quando havia falta de escolas onde se podia aprender ao estilo oriental. ( foi alí onde George Takahashi, o co-piloto, fez o seu ensino médio)
-É que eu perdí o trem e tive que chegar aqui correndo. Disse Balt envergonhado.
-Entre. Disse Yoshiro em meio a um suspiro.

Balt agradeceu com uma vênia apreçada e mal feita que chegou a arrancar sorrisinhos da turma

-Mas que seja a ultima vez que isso acontece, ou eu vou ter que chamar o seu encarregado.
-Está bem professor. Respondeu Balt dirigindo-de ao seu lugar no fundo da sala.

E esta seria mesmo a ultima vez que Balt iria se atrasar, na verdade, seria a ultima vez que alguém se atrasaria para entrar naquele instituto. Em poucas horas o caos mataria a sociedade civilizada que até então eles conheciam.

ZONA MORTAOnde histórias criam vida. Descubra agora