Boca seca.
Visão turva.
Respiração acelerada.
Pernas que nem gelatina.
É assim que eu reajo ao anúncio feito por Tamaki.
A mulher de cabelos castanhos me encara com um sorriso vitorioso nos lábios.
Grávida?.
Olhei para Kiba como se ele devesse me dar uma explicação.
No entanto é óbvio que ele não me deve nada, e não tem porquê de repente eu sentir que o buraco que tenho no peito é um abismo sem fim do qual eu quero me jogar.
Uma sensação de não existir mais gravidade e mesmo assim eu ainda ser puxada para baixo.
Kiba e Hinata me olham como se estivessem esperando a minha reação.
No entanto é o olhar de Tamaki que me faz reagir.
- Parabéns. - Eu digo assumindo o meu tom mais profissional. - Está de quanto tempo?.
Ela parece ficar surpresa com a minha pergunta.
- Ainda não tenho certeza, uns dois meses ou mais...
- Você consegue saber isso em um exame de sangue. - Eu respondi. Era o mesmo procedimento que fazíamos no hospital.
- Ainda não fiz o exame, mas não preciso disso... Uma mulher sempre sabe. - Ela respondeu sorrindo falsamente para mim e colocou a mão na barriga.
Mesmo sem olhar, eu sentia o olhar de Kiba em cima de mim.
- Estão vamos fazer esse exame agora!. - Ele falou me puxando pela mão.
Sério? Eu precisava mesmo ir?.
Tamaki não apresentou resistência e foi andando como uma rainha, mãe do primogênito, ao nosso lado.
- Já consigo ver ele com os seus olhos. - Ela falou sorrindo e eu senti o meu estômago se revirando.
Kiba foi em silêncio o caminho todo, igual a mim, e eu sentia que ele estava tenso só pela maneira que segurava a minha mão.
Será que ele nunca pensou em ser pai?.
Entramos no hospital e para a nossa sorte, Ino estava de plantão.
Ela arregalou os olhos azuis em surpresa, e bufando, acompanhou Tamaki até o ambulatório, onde faziam os exames.
Eu e Kiba sentamos juntos no sofá da sala de espera, em silêncio.
Ele estava tenso, e acho que eu não estava muito diferente.
Um bebê é algo que muda a nossa vida para sempre. A minha tinha sido afetada de tantas maneiras e eu nem consegui ver o seu rostinho.
Suspirei pesado.
- Desculpe, eu não...
Antes que ele pudesse terminar, Ino se aproximou de nós. Pelo seu rosto eu já sabia.
- A cobra... Desculpe. - Ela sorriu amarelo olhando para Kiba. - Tamaki está mesmo grávida. Dois meses e meio.
O chão não existia mais sob os meus pés.
- Eu a encaminhei para um ginecologista e obstetra, mas está tudo bem com o bebê. - Ino continuou falando e eu não ouvia.
Kiba se sentou no sofá, as mãos tapando os olhos.
Saímos do hospital com Tamaki exalando alegria e falando o quanto queria uma menininha.
- ... Acho que podemos transformar aquele escritório em um quarto para o bebê. Ele pode ser rosa, com alguns gatos desenhados na parede. - Ela grasnava o tempo todo sozinha. - Ah amor, seremos uma família muito feliz você vai ver.
- Não vamos ser uma família, Tamaki. - Kiba respondeu enquanto deixava-mos ela no portão da casa azul. Eu podia ouvir os latidos dos cachorros no quintal.
- Quê? Como assim? Você ouviu a médica confirmando a minha gravidez. - Ela falou grosseiramente cruzando os braços.
Eu queria simplesmente correr e desaparecer dali, mas fui impedida por Kiba que segurava fortemente a minha mão.
- Sakura e eu somos um casal agora, Tamaki. - Ele respondeu me olhando e eu dei um sorriso triste. - Nós dois terminamos, mas eu vou cuidar do nosso filho. Não vai faltar nada para você e nem para ele, mas nós não vamos voltar.
- Você está louco? Você está enfeitiçado por essa mulher! - Ela gritou.
- Não vamos conversar sobre isso agora, Tamaki. Fique bem e descanse. - Ele recomendou mais algumas coisas e me puxou pela mão.
- Onde vamos?. - Perguntei quando vi que não estávamos voltando para casa.
- Preciso gritar.
Acho que eu também precisava porquê saímos correndo de mãos dadas até a nossa clareira.
Eu sentia o mundo desabando em minhas costas, o chão se abrindo aos meus pés, mas ainda não era o nosso fim.
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.As coisas estão tensas em Konoha :(
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KIBASAKU | uma chance para nós dois
FanfictionA vida de Sakura Haruno dá um giro de 360° após a Quarta Guerra Mundial Ninja. Traumatizada pela mãe que foi embora, a fama (que nunca desejou ter), e o retorno de um amor que parece não corresponder aos seus sentimentos, Sakura tenta se proteger d...