'' a noite ''

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Ofereci minha cama para Finn dormir, mas como esperado ele não aceitou. Me senti mal de ele ter que dormir no colchão do chão, então, já que fora tão gentil comigo, lhe dei o meu melhor travesseiro, o mais macio. O quarto estava iluminado apenas com a luz da lua que vinha da janela e uns pisca-piscas pendurados na parede. Ele estava deitado apoiado em seu braço direito, olhando para o teto. Eu poderia dar uma moeda para saber os pensamentos dele agora. Comecei a ficar com sono, mas tinha algo que eu precisava fazer primeiro.

—Éh, Finn? — chamei ele, em meio a escuridão. Acho que foi a primeira vez que o chamei pelo nome assim.

—Pode falar.

—Eu tenho um problema... uma condição na verdade. — fiquei relutante com isso, sempre que falo disso alguém começa a fazer piadinhas. —Então eu meio que só consigo dormir com música tocando no fundo. Você não veria problema se...

—Nenhum problema, pode colocar.

Levantei e liguei meu mini rádio, conectando o cabo dele no meu celular e ligando minha playlist do Spotify. Eu tinha uma lista de músicas calmas para conseguir dormir bem, desde que deixei o Brasil, acabei tendo que morar longe da minha mãe que dormia comigo todos os dias. As músicas foram a única forma de me deixar calma o suficiente para conseguir dormir longe dela. Eu acabei me acostumando.
A primeira música que tocou foi Back to the River, da Lily & Madeleine, uma das minhas músicas favoritas. Me deitei novamente e deixei a música invadir o ambiente. Ela não estava alta para não incomodar minha tia, e claro, para não incomodar Finn.
Eu já estava quase dormindo quando ouvi ele falar baixo:

—Fazia tempo que eu não me sentia tão bem assim. Sabe, sem preocupações. Quer dizer, amanhã a produção de ST vai me matar por não ter ficado no hotel e não ter comunicado ninguém, mas eu não estou nem ligando. As vezes é bom ficar longe das coisas.

—Imaginei que você pudesse fazer isso quando quisesse.

—Na verdade não. — falou ele, enquanto começou a tocar Bored da Billie. — Eu não posso sumir por três minutos que alguém já sente minha falta. Não posso sair com meus amigos sem ser reconhecido por alguém. Por isso que é tão bom estar aqui, sem preocupações. Só você e sua tia sabem que eu estou aqui.

—E vai continuar assim. — me virei de lado, ficando de frente pro lado onde sua cama estava. — Relaxa, eu não vou contar pra ninguém que você esteve aqui. Sei como é esse negócio de fan clube, eles vão começar a criar um monte de teorias e fazer trinta shipps diferentes.

—As vezes eu dou risada disso. Eles me shippam com tanta gente que chega a ser engraçado. E em todas elas eu nunca tenho nada com a pessoa.

—Eu não vou ser hipócrita e dizer que nunca te shippei com alguém. — franzi os dentes. Ele virou seu corpo para mim, incrédulo. — O que? eu tinha uma paixão por você mas sabia que era impossível, então comecei a te shippar com a Millie.

—Millie? Que sem criatividade.

—Queria eu eu te shipasse com quem?

—Alguém bem improvável, tipo...

—Card B? — sugeri enquanto ria baixo.

—Card B é uma pessoa totalmente improvável, isso é definitivo. — Wolfhard deu risada, arqueando as sobrancelhas. —Ela é casada, não é?

—Que coisa feia, Finn, pegando mulheres casadas. — franzi os olhos com sinal de reprovação.

—Vai me dizer que nunca pegou um homem casado? — Ergueu uma das sobrancelhas.

—Só o seu pai. TÁ TUM TA. — Fiz uma mímica de batería com as mãos, junto com uma péssima sonoplastia, para dar ênfase a piada de 5° ano. —Desculpe, é mentira, eu não peguei seu pai e nunca pegaria seu pai.

That Blonde Girl // finn wolfhard.Onde histórias criam vida. Descubra agora