"carteira"

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Eu não respondi sua mensagem, fiquei muito nervosa para fazê-lo. Quando chegasse em casa eu pensaria no que falar e tentaria procurar sua suposta carteira.
Na casa de Kevin, meus colegas e eu nos reunimos na sala de estar envolta da mesa de centro, que por ser de vidro refletia a luz que invadia a janela. Começamos a discutir sobre o projeto e sobre as maneiras de destacá-lo. Julia, a cacheada, estava pensando em manter o tema de todos os anos e apenas caprichar na decoração. Na teoria não é uma ideia ruim, mas se quiséssemos deixar uma marca precisaríamos fazer algo fora do convencional. Foi então que eu tive uma ideia, me baseando na temática de espantalho e abóbora.

-Sabe, no Brasil temos um evento chamado Festa Junina, com fogueiras, bandeiras, muita comida e brincadeira típica. É como se fosse a festa da abóbora, só que sem a temática do halloween. - todos pararam pra prestar atenção, me deixando um pouco insegura. -E se juntássemos as duas festas, de modo que as brincadeiras e comidas se juntassem?

-Não é uma má ideia. - concordou um dos garotos. - Mas é uma festa brasileira, precisamos de alguém que entenda da cultura.

-Eu sou brasileira. - falei, como se fosse óbvio.

Eles fizeram uma cara de espanto, não acreditando na minha palavra. É certo que eu não tenho os "traços brasileiros" como uma bunda grande e a pele bronzeada, mas eles nunca notaram o meu sotaque? Eu falo "hoti doggi" constantemente e nem ligo pra isso.
Expliquei melhor sobre a minha ideia e até fiz algumas anotações no caderno sobre como transformar a festa junina em uma festa de halloween. Eles resolveram deixar a ideia guardada e esperar até o resto do grupo chegar, feito que ocorreu depois de meia hora. Um menino e uma menina adentraram a casa e se juntaram a nós, eles eram bem parecidos então julguei que fossem irmãos.
A garota, de cabelo rosa e ondulado, sentou no chão perto da lareira sem brasa. Já o garoto, com pele levemente bronzeada e um sorriso brilhante, sentou no braço do sofá do meu lado.
Continuamos a discutir sobre a ideia e planejar as compras da decoração, até o momento que Kevin decidiu fazer uma pausa e pegar alguns biscoitos para nós. O que estava do meu lado, então, saiu do braço do sofá e se acomodou perto de mim no acolchoado.

-Lisa, né?

-Sim, e você é?...

-Samuel, sou da sua turma de inglês avançado, não lembra de mim?

-Cheguei na escola recentemente, ainda não tive tempo de aprender os nomes. Mas você aparentemente aprendeu o meu, me desculpe por isso.

-Como esquecer?

Nesse momento ficou um silencio constrangedor entre nós, eu não consegui esconder a minha vergonha. Para minha sorte, Kevin chegou bem na hora com os biscoitos e eu não precisei responder Samuel.
Depois de algumas horas de reunião, decidimos seguir a minha ideia e eu teria que elaborar tudo já que eu conhecia bem a cultura. Eu ficaria com a parte teórica do projeto e eles cuidariam de montagem e decoração. E claro, as comida e as receitas seriam escolhidas por mim.

Fui para casa o mais rápido possível, estava ansiosa para responder Finn. Por algum motivo, passou pela minha cabeça que ele estivesse apenas tentando puxar assunto e que na verdade sua carteira estava sã e salva junto a ele.
Subi correndo para o quarto e me joguei em cima da cama, ligando o celular fugazmente e abrindo o direct.

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@finnwolfhard:
acho que deixei minha carteira na sua casa.

@_lisa.bel:
tem certeza? eu dei uma procurada e não achei.

@finnwolfhard:
eu lembro de ter colocado no balcão da cozinha enquanto comia aquele belavira :)

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⏰ Última atualização: Jan 07, 2022 ⏰

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That Blonde Girl // finn wolfhard.Onde histórias criam vida. Descubra agora