Improvável

Logan

Eu estou nas nuvens.
Fazer sexo com Leila tinha sido maravilhoso da primeira vez, mas fazer agora, depois de descobrir que tenho sentimentos por ela foi insano, perfeito.
Leila está se lavando junto comigo e está em silêncio, ela está assim desde que acabamos e começamos a tomar banho, e reparei também que não fez contato visual.
O que eu fiz de errado?
Toco em seu braço.

- ei, tudo bem?

- sim - ela responde ainda sem contato visual.

- então porque parece que não?

- eu preciso ir - e desliga o chuveiro, pega uma toalha e sai do box.

- não, por favor, passe a noite comigo - eu nunca pensei que isso um dia fosse acontecer comigo, eu Logan Saltman implorando por algo. Leila mexeu com minha mente mais do que eu gostaria.

Meu pau já estava duro de novo porque eu estava apreciando Leila tomar banho e vendo a espuma pelo seu corpo, os cabelos que agora estavam na altura da cintura porque estavam molhados. Ela parecia uma deusa e eu tinha impressão de que minha vida era ficar de pau duro sempre que ela estava por perto.

- eu vim pra trabalhar e olha o que aconteceu, mais já que não precisa dos meus serviços como sua funcionária e o que queria já conseguiu eu vou embora, ainda dá tempo de aproveitar a noite com os meus amigos.

Eu não tô acreditando nisso. Desde quando os papéis se inverteram? Desde quando eu tô sendo dispensado?
Estou sendo trocado por amigos.
Não, espera.

- com quais amigos você quer aproveitar a noite Leila? Com o carinha do TI?

- e se fosse Logan? Isso não é da sua conta, já teve o que queria.

- não eu não tive nem 1% do que quero. Eu quero você a noite toda, queria que soubesse o que se passa na minha cabeça em relação a tudo que penso sobre você.

Sinto meu coração apertado e meus olhos ardem, parece que vou explodir.
Esse sentimento me assusta.
Não quero que Leila vá embora.
O que eu fiz? Ou o que posso fazer pra ela entender que não é só sexo.

Leila já saiu do banheiro e eu saio atrás, ainda molhado e sem toalha.

- Leila você está me fazendo implorar.

- apenas não implore.

- isso vai acontecer de novo? Esse sexo perfeito que fazemos juntos?

- não não vai. - ela diz isso se trocando e nenhum contato visual até agora. O meu peito dói.

Ela não me quer.
Ela não me quer.
A possibilidade de não transar com ela nunca mais me deixa chateado, mais a possibilidade de não poder ficar com ela, de nunca ouvir sua respiração enquanto dorme nos meus braços, de nunca acordar ao lado dela, de nunca levá-la para jantar, de nunca sair com ela de mãos dadas pra todo lugar, ah, isso me apavora.

- Leila... fica - minha voz sai baixa, embargada.

Nesse momento Leila está pondo os sapatos e me olha.

- eu não sei o que está acontecendo, parece que eu vou morrer, você não me quer... Eu não sei o que fiz... Você não me olha... Meu coração está acelerado demais... Eu quero...eu quero.

Que raio de sentimento é esse, que faz meus olhos arderem de vontade de chorar?
Lembro que a única vez que chorei foi quando eu me vi sem mãe, eu era criança e via o sofrimento do meu pai e um dia nos abraçamos, os três e choramos e desde então eu nunca mais havia chorado. Dizem que a dor de perder alguém que se ama causa isso também.
E nesse momento eu percebo que não chorei porque estava vendo meu pai chorar, eu chorei porque eu havia perdido a minha mãe. A figura feminina que eu tanto amava.
E agora eu estou perdendo outra figura feminina que eu amo.