Improvável

Leila

No caminho de casa corri atrás da lista de papéis que eu tinha que apresentar ao RH da empresa ainda aquela semana.
Fiquei muito feliz por ter arrumado um trabalho, é simples, serei uma faxineira, mais depois de uma breve conversa com Débora eu fiquei chocada com o tanto de benefícios que tinha naquela empresa, e mais chocada ainda porque ninguém mais tinha se candidatado pra aquela vaga.

Cheguei em casa pouco mais de 14 horas e resolvi tomar um banho e relaxar um pouco com os pés pra cima já que eu andei muito e eles estavam doendo.
Trouxe da rua algumas compras de mercado porque queria repor algumas coisas na geladeira e fazer um jantar bem especial pra nós. Pouco mais de 17 horas Estela já estava em casa:

- Mana, cheguei!

Peguei uma bebida e fui ao encontro dela.

- Diga olá pra nova contratada da Saltman Interprises.

- Deu certo então? Poxa mana que bom.
Meu sacrifício de falar com a insuportável da Stephanie valeu a pena afinal.

- Valeu a pena sim, obrigado. Essa Stephanie é tão chata assim?

- Ela é esnobe na verdade. Nunca tinha conversado com ela, mais temos amigos em comum, ela não é de muita conversa, mas é rodeada de amigos, tomara que a familia dela com quem você vai trabalhar não seja igual a ela.

- Meu papel na empresa vai ser chegar, limpar e sair, provavelmente não vou ter contato com ninguém grande lá dentro.

- Sorte a sua. Gente rica é insuportável.

- Não acho que seja cem por cento verdade isso. Você não é rica e é insuportável.

Ela riu e me mostrou a língua.

- Tô preparando o jantar, macarrão com molho de 4 queijos do jeito que você gosta, vou te agradar hoje porque você me ajudou. Não se acostume.

- Obrigado mana, já sabe quando começa?

- Amanhã eu levo os papéis com tudo que o pessoal do RH me pediu e acho que começo no outro dia.

- Rápido né? Que bom, você não gosta de ficar parada.

Estela me ajudou no preparo do macarrão e do suco natural que a gente ama, lavamos a louça, assistimos a nossa novela, conversamos por mais alguns minutos, até que deu 21 horas e cada uma foi pro seu canto, Estela foi mexer nas suas redes sociais e eu fui ler.

Sempre gostei muito de ler. Depois de assitir a filmes e séries esse é meu hobbie preferido. Estela gosta de redes sociais, odeia ler, ela diz que já lê o tempo todo na escola e no estágio. Nós duas respeitamos muito essa coisa de horário. Temos horário pra tudo.  Enquanto estamos comendo, conversamos, ninguém pega no celular, nem liga a tv. Fazemos cada coisa no seu devido tempo. Foi uma maneira que encontrei de fazer com que Estela tenha disciplina e também que fôssemos amigas confidentes além de irmãs. Depois que passamos a maior parte do nosso tempo juntas em casa, cada uma vai pro seu canto cuidar das suas próprias coisas.

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Na manhã seguinte o celular despertou e Estela já tinha saído. Tomei banho, me arrumei e fui pra empresa levar os papéis que me pediram. Ao chegar lá me mandaram subir pro RH que ficava alguns andares acima do térreo, chamei o elevador e entrei apertando o botão 5 do RH.

- Ei, segura a porta pra mim por favor!

Eu estava de cabeça baixa mais estiquei a mão pra porta não fechar e um homen entrou. Junto com ele um cheiro maravilhoso de perfume importado. Ainda olhando pro chão pude ver que seus sapatos também pareciam caros. Meus olhos foram subindo por uma roupa social bem ajustada em um tecido fino de rico. O homem carregava uma maleta, fiquei olhando pras suas mãos que eram bem grandes e lindas. Quando eu disse que eu tinha gostos peculiares era disso que eu estava falando. Eu adorava olhar pra mão de um homem, achava lindo, porque? Não sei, eu apenas gostava. Tem gente que tem fetiche por pé, eu tinha por mãos e Estela também. Ri quando lembrei dessas particularidades que tínhamos em comum.

- Obrigado por segurar o elevador pra mim!

Eu fui olhar pra dizer que não tinha de que e quase morri. 
Que homem lindo da porra era aquele? Parecia esses modelos de capa de revista.
Além de estar bem vestido, cheiroso e ter uma mão grande e cheia de veias aparentes ele tinha olhos verdes, grandes cílios, um cabelo bem grosso e meio ondulado. Seu maxilar era quadrado, tinha uma barba bem desenhada, uma boca bem carnuda e rosada que sorria pra mim em agradecimento e confusão, talvez pela minha cara de trouxa olhando pra ele sem nem piscar.

- Não tem de que! - gente eu não estava nem disfarçando, Leila, menos minha filha.

- Sobe? - Ele perguntou ainda sorrindo.

- Sim, eu vou no quinto andar.

Ele assentiu e apertou o botão do elevador.
Nunca demorou tanto pra chegar nesse RH. Que tortura eu num elevador com um homem desse que mesmo eu não olhando pro lado dele eu sentia sua presença forte e seu cheiro inebriante.
O elevador abriu no RH.

- Está entregue.- ele disse.

- obrigado! - e sai, quase correndo de vergonha por parecer tão tonta perto de um homem bonito.
Mais como eu devia reagir? Eu não via muitos homens desse por aí.

Resolvi todos os trâmites da contratação e eu ia começar no outro dia.
Estavam com pressa por falta de funcionárias, e como é tudo setorizado alguma das faxineiras estava sobrecarregada.

Me entregaram um uniforme e eu fui pra casa, precisava me organizar porque a partir de amanhã, eu pegaria no batente.

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Estela chegou no horário de sempre e eu já preparava o jantar.

- oi mana, e aí quando começa?

- oi, amanhã, já resolvi tudo hoje pra começar amanhã, eles tem pressa.

- e como foi? Conheceu algum ricaço?

- eu segurei o elevador pra um cara muito bonito, cheiroso e educado, mais foi só ele que eu reparei.

- pensou mana você encontrar um Richard Gere, igual em uma linda mulher? Rico, bonito e que te dê uma vida de princesa?

- não mana, eu vou ser meu velho rico e bonito um dia. Estou pensando em voltar a estudar, fazer algum curso, sei lá. Nunca fui ambiciosa, meu desejo sempre foi trabalhar pra que você seja alguém na vida e... - ela me corta.

- mas você entende que sempre seremos  uma pela outra, mas teremos que ter nossas vidas um dia, cada uma com o seu canto e a sua família?

- sim eu estava pensando nisso, por isso todo esse pensamento de investir também em mim.

- e eu super te apoio mana, você merece o mundo.

Nos abraçamos, trocamos palavras de afeto e fizemos da nossa noite a de todos os dias. Já estávamos acostumadas com rotina, como agora eu estava com alguns planos acerca da minha vida, também iria mudar isso. Colocar uma vez na semana pelo menos algo de diferente, sei lá, uma ida ao cinema, uma lanchonete. Algo do tipo.

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Coloquei o relógio pra despertar uma hora mais cedo do horário que eu pegaria o onibus pra que eu consiga me arrumar com bastante calma. Tomei meu banho, depilei as pernas, que não estavam peludas porém meu uniforme é saia. Saia, com essa bunda desse tamanho, quase não acreditei na hora que abri o embrulho que me deram, mais pelo menos o tamanho deu certinho, só na cintura que ficou larguinho mais eu vou colocar um cinto. Esse problema sempre acontece comigo por ter a cintura fina e o quadril largo. Mais enfim, as 6:30 estou pronta e no ponto de ônibus devidamente uniformizada, fiz um coque no meu cabelo, soltei alguns fios nas laterais, fiz um baby hair, passei protetor e pronto, maos a obra.

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Amores gostaria de pedir que votassem e comentassem, é meu primeiro livro ( já fiz outro mais apaguei, porém nesse estou confiante com a história)
Desde já obg