Capítulo 3.1

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- Conheço-a. - Responde Blond. - Penso que trata-se de um conceito que tem as suas raízes na alquimia. Mas honestamente, eu não acredito que trata-se de uma troca. Por exemplo: no caso da vida e da morte penso que não trata-se de uma troca equivalente, pois ambas são viagens.

- Talvez tenha razão Blond.

Pensando melhor, toda a minha trajetória fora forjado por momentos que funcionavam como portais abrindo-se um após o outro. Alguns deles desejei-os apreciando a vista, e já outros tivera tanto medo de os desejar que não se lembra da aparência da sua paisagem. Mas a mais pura e angustiante verdade, é a que ainda que tivera sido de olhos fechados ou abertos, em barulho ou em silêncio, eu os tivera desejado.

- Viver é a troca equivalente e a recompensa. - Acrescenta Eunoia.

- Pois, tu não és apenas a passageira, tu também és o bilhete de passagem.

Por essa altura, ele já encontrava-se extasiado! Sentia que nem a mesa que encontrava-se atravessada entre os seus corpos pudesse impedir a fecundação de suas mentes. Consequentemente, seus corpos despertaram sinais provenientes do aconchego das suas almas.

- Está tudo bem Blond? - Sentiu a necessidade de perguntar, pois o homem havia se perdido em algures entre a conversa, trazia consigo um semblante distante, embora à cada instante que trocavam perspectivas ela sentia-o cada vez mais próximo.

- Sim! 

"Nunca tivera sentido sentir, até o momento em que sentir-te permitiu-me sentir-se." - Pensa Blond... Mas na esperança de que não tenha pensado em frequências tão altas ao ponto de despertar vibrações em seu corpo.

- Tá bem! Se o diz.... Perguntei, porque me parecia perdido.

- Mas não estamos todos de certa forma? - replicou Blond.

- Pois faz sentido. Lembro-me do meu antigo eu perder-se, e na tentativa de resgatar-lo dei a luz ao novo eu.

- Mas o que ele procurava? Caso sinta-se confortável em falar sobre o assunto com um estranho é claro.

- "Estranho? Não tens noção do quão íntimo acabaste por se tornar. Tão íntimo ao ponto de sentir-me inteiramente desnuda, porém, poder sentir-se confortável, abraçada pela sensação de estar em casa. Tão íntimo ao ponto de penetrar-me até as cavernas mais escuras do meu ser, e ainda optar por ficar... Tão íntimo ao ponto de permitir que enxergasses-me trajada no avesso." - Assim vagueava Eunoia em seus pensamentos. - "Não tem problema nenhum em responder. Penso que por essa altura já não somos tão desconhecidos assim."

- Respondendo a tua pergunta: ela procurava pela fórmula perfeita.

- Fórmula perfeita?!

- Sim, tal como o seu pai, minha mãe sempre dizia-me que existe uma fórmula para tudo que existe, e que devemos encontrar a nossa fórmula de vida.

- Percebo! Não sou apenas percebo como sinto-a.

- E ela encontrou a fórmula perfeita?

- Quem? O meu antigo eu?

- Sim!

- Não! Perdeu-se nas entrelinhas da imperfeição.

- E desde então ela permaneceu perdida?

- Sim!... Porque perder-se também é caminho.

- Ou seja, perder-se é o caminho para reencontrar-se certo?

- Exatamente!

"Oh Eunoia! Como é magnífico viajar em sua galáxia, como é esplêndido esse lugar." - Mais uma vez lá estava Blond perdido em seus pensamentos.

"Que homem estranhamente interessante és Blond." - Pensara Eunoia.

- Terra chama Blond, Blond?

- Sim! Exclamou Blond após ter despertado.

- Blond chama terra -sorri em seguida.

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