Quando Eunoia já tivera terminado, abriu os olhos e deparou-se com Blond perdido outra vez, ou quem sabe reencontrado dessa vez. E ele falara no tom imbuído de uma sensibilidade que causava-lhe arrepios a alma, nenhum homem havia sentido-lhe, ou tocado-lhe de tal forma, nunca um outro homem havia provocado um tsunami de sensações com tanta sutileza. Ele sabia acompanhar o ritmo das suas ondas. Nunca havia se sentido tão profundamente íntima de algum homem, nem de si mesma.
Fecundava-lhe com as suas perspectivas intemporais, tele-transportando toda a sua existência para infinitos lugares, fazendo-lhe vibrar por dentro até ao ponto, o ponto de ejacular saber, emoções por todos os lados.
"Essa é a fórmula do conhecimento já agora".
E mais uma vez lá estava ela em seus devaneios, esperando não ter pensado tão fora da órbita.
- "Por quê disse aquelas coisas Blond?" - Pensa Eunoia.
"Por quê além de a compreender, eu consigo sentir o que diz. Sabe, fizeste-me perceber que apenas somos quando sentimos, quando não sentimos, apenas parecemos ser." - Pensa Blond.
- Boa noite mais uma vez Sr. Blond! Está tudo bem, deseja mais alguma coisa? Vejo que está em muito boa companhia. Eunoia é uma das melhores funcionárias, ou se não mesmo a melhor. - interrompe Fernando.
- "Eu a melhor? Seu hipócrita mercenário." - Pensou Eunoia.
- Não senhor, está tudo bem. Na verdade eu já devo estar demasiado atrasado.
- Mas com certeza irá voltar a nos brindar com sua presença?
- Acredito que sim. Não vejo razões de não o fazer.
- Certo, ficaremos ansiosos com o seu regresso.
- Sinto-me lisonjeado, Senhor.
- Pois bem vou deixar-vos em paz então, o dever chama-me. Até a próxima Sr. Blond! E dão-me licença. - despede Fernando.
- Até a próxima.
- Esse homem tresanda a hipocrisia! - Acrescenta Eunoia.
- Conheço uns milhares de homens como ele Eunoia, sei lidar muito bem com eles.
- Já agora, disse ao Francisco que estava atrasado. Do que se tratava?
- Sim, tenho algo relativamente a minha estadia para resolver. É sobre a pensão que pretendo acomodar-me enquanto por cá estiver. E sinceramente penso que já tenha perdido o alojamento, por essa hora.
- Por quê não vai para um hotel? Estão sempre abertos.
- Por uma questão de hábito. Mas talvez o faça, caso não tenha outras alternativas por hoje. Acompanhas-me até a saída?
- Acompanho sim..