Capítulo 7 - O jantar

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*Alec*

Dormi muito mal a pensar naquilo que diria ao Magnus quando acordei esta manhã. Não sabia ao certo o que estava a sentir naquele momento, precisava de desabafar com alguém. Por isso decidi que ia ter com o Jace para poder falar sobre aquilo que estava a sentir e levava a Madzie comigo para puder deixar o Magnus clarificar as ideias sozinho, até ia ser divertido para a Madzie, ela adora a tia Izzy.

 - Madzieeeee! - grita o Jace quando vê a sobrinha. Ele abre os braços e a Madzie corre para ele e salta, o Jace rodopia e ouço o riso dela. Sempre que se encontram fazem isso, coisas de tio e sobrinha.

Ao ouvir o barulho aparece a Izzy.

  - O que se passa aqui? - pergunta - Haa a minha sobrinha favorita, vem cá.

Lancei um olhar à Izzy e ela entendeu o recado, pegou na Madzie e saiu. O Jace entendeu que se passava algo e foi direto ao assunto.

  - Então o que se passa?

Ponderei durante alguns segundos como é que haveria de responder àquela pergunta.

  - Descobri ontem que o Magnus tem uma filha. - disse tentando parecer o mais sereno possível

Consegui perceber o olhar de surpresa do Jace.

  - O quê? Alec no papel de padrasto? - riu-se com a piada que fez

  - Jace não é o momento para piadas.

  - Desculpa. - disse coçando a cabeça, mas ainda assim orgulhoso da sua piada - Fala-me mais do assunto, não estou a entender.

  - Ontem apareceu lá em casa uma moça que nem eu nem o Magnus sabíamos quem era, ficamos ambos confusos e perguntamos quem era e ela diz que é filha dele.

O Jace estava bastante atento a acompanhar a história. Continuei a contar os pormenores e ele parecia cada vez mais interessado.

  - Deixa-me ver se entendi, o Magnus tem uma filha que até há 24h não sabia da sua existência e vão ter um jantar com ela? - perguntou

Assenti e fiquei a olhar para o chão.

  - Alec, não é o fim do mundo se tu realmente amas o Magnus vais ter de apoiá-lo nesta fase, assim como tu ele também deve estar confuso. Tenta falar com ele, a comunicação é a chave para um bom relacionamento.

Concordei com o que ele disse e decidi que o melhor que eu tinha a fazer era ter uma conversa séria com o Magnus e contar-lhe todos os meus receios.



Cheguei a casa e o Magnus estava sentado no sofá pensativo

  - Mazdie, podes ir para o teu quarto para eu conversar com o pai?

Sem fazer nenhum tipo de pergunta, dirigiu-se ao quarto. Dirigi-me para o sofá onde ele estava e sentei-me ao seu lado.

  - Podemos falar? - perguntei

  - Claro. - respondeu

  - Acho que devemos dizer um ao outro aquilo que sentimos em relação a este assunto. Sei que ainda deves estar mais confuso que eu e percebo-te.

Não disse mais nada durante alguns segundos para deixar o Magnus formular o que ia dizer.

  - Não consigo perceber como é que a Ylana foi capaz de me esconder uma coisa destas. Sinto-me culpado de certa forma eu apenas... - a sua voz quebrou e levou as mãos a cara.

Naquele momento percebi que ele precisava de apoio e abracei-o. Acho que nunca conheci esta faceta do Magnus. Ele é sempre tão positivo e confiante, mas agora estava frágil e sem chão.

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