Capítulo 8- Biscuit

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*Jace

Estou em pânico. O Simon acabou de me ver com a Clary, coisa que não era suposto acontecer. Claro que ele vai dizer à Izzy, ela é a namorada dele e mais importante líder do Instituto. Tudo o que envolve o instituto e os Shadowhunters que nele habitam são responsabilidade dela e, portanto, ela tem que ter conhecimento de tudo. O meu medo é que eu já sei o que vai acontecer. Ela vai-me proibir de continuar a ver a Clary e eu não aguento isso. Eu sei que é o dever dela, mas só gostava que alguém percebesse e compreendesse o porquê de eu estar a fazer isto.

Estou perdido nos meus pensamentos quando um barulho me chama a atenção. Vem de um beco próximo e parece caixotes do lixo a serem revirados. Começo a aproximar-me da origem do som quando reparo em pegadas no chão com um formato familiar. Abaixo-me e toco no liquido que envolvia as pegadas. O liquido é pegajoso e cheira a terra queimada, requisitos que confirmam a minha teoria. Não era alguém, mas sim algo que estava a revirar os caixotes e esse algo era um demónio jaxy. Saco a minha lamina seráfica e encontro-me em posição para entrar no beco e deparar-me com a criatura. Ao entrar na viela solto um suspiro, um sinal que diz que estou pronto e um pouco surpreendido. O demónio que se encontra a minha frente tem cerca de 2 metros e meio de altura e 1 metro de largura. Deve ser bastante velho pois nunca tinha visto um jaxy deste porte. Tem 4 pernas e 4 tentáculos em vez de braços. A sua cabeça e hedionda e possui uma dentadura com 300 dentes afiados que nem facas.

Continuo a dirigir-me para o demónio com passos silenciosos, mas ágeis pois este parecia muito entretido a comer restos. Com a minha visão toda focada no mostro a minha frente não reparo numa lata de refrigerante que calco. O barulho é estridente e o demónio é captado pelo barulho do meu desmazelo. Mal me poe a vista em cima dá um grito ensurdecedor e começa a correr para mim. Só tenho tempo de saltar para o parapeito de uma janela para não levar com um tentáculo na cara. Contudo este meu salto serviu para nada, pois, o demónio facilmente consegue atingir este meu posto. Vou saltando para janelas e escadas de incendio até conseguir pensar numa estratégia. Não consigo alcançar o meu telemóvel que num dos saltos estatelou-se no chão logo ajuda do instituto é coisa com que não posso contar. O que significa que vou ter que combater esta "muralha" sozinho. Dou lanço e consigo saltar para cima do demónio. pego na lamina e corto um tentáculo. Esqueci-me que o demónio não ia gostar pois só dou por mim a voar em direção ao chão. Ao embater com o chão senti as minhas costelas a partirem-se e uma dor excruciante que percorre o meu corpo de cima a baixo. Rapidamente vou com a mão ao bolso, mas a minha estela não esta lá. Não me consigo mexer, não consigo curar-me e estou prestes a ser morto por um demónio horroroso como este. Já aceitei o meu destino quando de repente oiço uma voz.

-JACE, ESTÁS BEM? -grita alguém cuja voz é familiar. Começo a sentir os olhos pesados, mas recuso-me a adormecer. Reúno forças para erguer a cabeça e fico chocado com o que vejo. Clary no mesmo beco que eu e o demónio que me fez isto. Ela continua à entrada com a cara de choque voltada para mim e a minha estela na mão. Dava tudo para ela se lembrar de quem era. Agora vamos os dois morrer e eu sem poder fazer nada.

-CLARY VAI EMBORA-grito de volta. ela tem que sair daqui o mais depressa possível.

-Jace, o que se esta a passar? O que é isto? Eu devo estar a sonhar só pode. Isto não e real. Clary, respira fundo.

-Clary por favor corre e não olhes para trás.

- O desespero na minha voz denuncia o quanto eu quero que a Clary vá embora.

-Jace eu não me vou embora e deixar te aqui.

A dor começa a aumentar e os meus olhos recusam a manter-se abertos até que dou por mim a ficar com sono, cansado e a ver tudo negro.

Shadowhunters: O apósOnde histórias criam vida. Descubra agora