4.singing your song Ahh

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Harry Potter pov


O doce sabor dos bolinhos preenchiam minha boca, degustando as delícias a minha frente, quase me esqueci da presença de Córmaco, que me olhava com desdém incomodado pela forma que eu comia.

Me senti desconfortável e logo abandonei os bolinhos dizendo que estava satisfeito.

- Claro que está satisfeito, comeu bastante, hein - Alfinetou. Sempre assim.

Não disse nada, apenas sorrindo forçado e me ajeitando no estofado da lanchonete. Era bonita e tinha cores chamativas, um rosa lindo em suas paredes imitando a cobertura de um bolinho. Ele me trazia aqui às vezes.

- Harry - Limpou a garganta chamando minha atenção. - Quero lhe fazer um pedido, pois penso que já estamos em uma fase boa.

Assenti, meio perdido naquela conversa. O vi tirar uma pequena caixa do bolso e abri-la colocando na mesa a minha frente. De início ainda não tinha entendido, mas logo saquei.

Córmaco me pediu em noivado?

Senti meu ar faltar e prendi a respiração quase automaticamente. Olhei para o rosto bonito e orgulhoso a minha frente.

E agora?

- Harry!

Me tirou do transe, me fazendo lhe encarar assustado.

- Sim?

- Então, o que me diz? Quer casar comigo?

Aquilo me acertou em cheio.

Casar. Ser noivo.

Eu era! Até a porra do destino decidir me deixar viúvo antes do tempo. Ou então, caso Draco só tenha fugido sem mim, me deixou feito otário.

Não me leve a mal, mas não posso esperar toda a minha vida por alguém que até agora não voltou. Ele foi embora quando Ammy tinha um ano e agora com cinco - porque hoje era seu aniversário - O mesmo não voltou. Estava sempre tentando apagar ele da memória dela porque não suportaria vê-la pedindo pela presença de alguém que não pode ter. Porque só eu sei o quanto sofri chorando e pedindo a Deus que ele voltasse e nada aconteceu.

Só eu sei.

Não tinha mais nada a perder, eu já o perdi...

- Sim...

Um triste, vazio e falso sim. Um sim de quem tem medo de passar o resto da vida sozinho por ter perdido o amor da sua vida.

Um sim de quem dependia da presença de outras pessoas para tampar a lacuna que a partida de outra deixou.

Eu não amo Córmaco, mas dependo dele. Para não ficar sozinho naquele apartamento deixando que meus pensamentos me levem para o fundo do poço.

Estava com dependência emocional e isso era problemático, porque sei que ele também não me ama. Mas eu necessito de alguém.

- Ótimo! Sua família sabe muito pouco sobre nós, não acha? - Assenti. - Só vi seus padrinhos uma vez, e sua mãe só falou comigo por telefone. Não conheço a sua filha e supus que pudéssemos contar a família e me apresentar a ela hoje em seu aniversário.

Quê?

Não o convidei para a festa de Ammy.

- Tudo bem. Se é realmente necessário...

- Claro que é! Malfoy não me conhece pessoalmente, talvez nem saiba que você tem um namorado, estou certo?

- Sim, e por favor, não precisa chama-la pelo sobrenome! - Pedi, me sentindo intimidado com como soou o Malfoy, como se ele referisse a Draco Malfoy, e não a Amora Malfoy.

Santo MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora