cunhadinha

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Esse capítulo eu dedico ao ALEXANDRE. aquele grande filho da puta que fodeu meu psicológico ao ponto de me fazer voltar a escrever. Espero que você e sua nova namorada queimem no inferno.


Os humanos não foram feitos para voar, ou então teriam asas. Por isso a sensação de voar pode ser estranha da primeira vez.

No entanto, nem se compara com a sensação de ser teletransportado pra algum lugar. É como se a matéria que compõem seu corpo fosse totalmente dispersada e depois voltasse a se agrupar, mas nem todas as células conseguissem achar o caminho de volta. É incomodo, causa enjôo e algumas vezes dor.

Olho para Lúcifer um tanto perplexo.

- Quê? Cê não esperava que eu fosse sair voando e te carregando para o céu não né? - diz ele em um tom sarcástico - você deve estar pesando o quê uns setenta quilos? Sai fora!

- Então pra quê as asas? - pergunto segurando a bile que sobe pela minha garganta.

Ele por sua vez ajeita o terno e a gravata Armani antes de responder.

- Estilo, é óbvio.

- Sempre mentiroso, não é mesmo Luh? - uma voz masculina, porém doce e quase infantil soa atrás de nós.

Nos viramos e um anjo vestindo apenas uma túnica com asas azuis e braços estendidos sorri para nós.

- Theliel, meu irmão!

Meu pai o abraça e é a primeira vez que vejo uma demonstração sincera de afeto vinda dele. Sem sarcasmo, sem segundas intenções, ele realmente parece feliz em ver aquele a quem chama de "Theliel".

Não sei dizer como me sinto com isso, incomodado? Com inveja do homem negro e baixinho com um sorriso no rosto? Largo isso de lado e presumo que o incomodo seja apenas por causa da viagem.

- Quanto tempo que não o vejo, Lúcifer. Às coisas não são as mesmas sem você.

Os dois se afastam e por um instante posso jurar ver lágrimas nos olhos de Lúcifer.

Theliel me olha e vem ao meu encontro, por instinto agarro a faça escondida no meu cinto, mas a solto ao ver o sorriso mais largo que o homem da a mim.

- Céu é a maneira mais banal que os humanos encontraram de chamar esse lugar, na verdade estamos em um plano superior. Voar não adiantaria para chegar até aqui, mas só um anjo pode emanar as vibrações certas para encontrar esse plano. Por isso as asas devem estar abertas, elas ajudam a encontrar a vibração certa.

Os olhos gentis e sua voz suave me deixam entre o pico alto de querer esfaquea-lo e o pico baixo de querer deitar aos seus pés e dormir como um cachorrinho. Quem é esse anjo afinal?

Olho ao redor, não há nada. A sensação é estranha, como se tudo estivesse em stand by, como se o próprio Deus tivesse se esquecido de criar algo para aquele local. Não sei dizer se é claro, escuro; se há chão, ou teto. É apenas o nada e o vazio.

Um arrepio sobe pela minha espinha junto ao desespero de sentir que aquele lugar é o nada e que não há algo além.

Lúcifer percebe minha inquietude.

- Esse local é manipulado pelo usuário, é um espelho da mente de quem o domina, ou está presente. Não se desespere, ou vai acabar trazendo algo ruim para cá.

O tom dele é diferente do usual, quase preocupado. Theliel ainda sorri de maneira gentil e passa uma segurança como se dissesse que não há nada a temer.

Tento relaxar, em instantes sinto a presença de Samira e isso me tranquiliza. Pelo menos até eu ver a cara de louco do "anjinho da guarda" dela.

O Filho de Lúcifer: O Anjo CaídoOnde histórias criam vida. Descubra agora