Diário de um depressivo... (L.H)

Diário de um depressivo parte 1

ideias tortas ou ideias certas,
sabe aquela vontade de ser matar, então matei ela.

mas as vezes me perguntou aonde estou,
e infelizmente essa vontade resucitou.

cansaço emocional, mata.
eu falo tudo o que eu penso, não minto,
já foram mais de 3.000 dias depressivos.

texto assim não dá vizualização,
faço poema por arte e não por cifrão.
nada mais me satisfatiza , se eu pudesse me internar, eu juro, eu iria.

meu cérebro toma um banho de sangue, como vou falar da minha dor pra minha mãe.

eu aprendi cedo, eu vi um homem dizendo no busão
" tá dolorido demais irmão, vou seguir firme, pé no chão, mas não vou chorar, minhas lágrimas são em vão"
tempestade em mim sempre mora, as vezes me pergunto
"qual é a minha hora?"
i, pera lá, muda de assunto
"não."
ler essa sessão.

olho pra minha mãe, ela sabe o que eu desejo, sabe o que eu penso.
o céu tá chorando, e eu tô chovendo.
me afasto de beber, me afasta de remédio,
mas minha chance de ser curar, de 0 a mil, é zero.

falaram na minha cara
que eu não me curaria,
pode crê, tá certo a estáticas.
não quero que sinta dó de mim, mas eu tô bem ruim.

masmorra do caralho
mas eu quero sair, quero gritar, quero me divertir e  quero ser feliz.
i, olha lá, um jovem incolor,
será que a ponta da laminar vai tirar a sua dor?
o que eu busco por meu cérebro?
-sanidade.
mas como eu vou ter, se eu só tenho crise de ansiedade.
a mão soa,
o grito na minha mente se ecoa,
pernas frias e bambas,
pode crer, a dor é branda.

sofrimento é opcional?
-a, cê tá tirando, diz isso pra uma criança de 5 anos.
machucado eu nasci,
e assim até hoje sobrevivir.
ninguém chora as minha dores, muito menos seus temores, tendeu, pode pá?
mas mesmo assim, eles vão me crucificar.

parabéns, eu sou a minoria.
ganhei o troféu ovelha negra da família.

pra ser servo não precisa de correntes de ferro.
meu estômago dói, minha mente não pensa,
ae universal, me cura com água benta.

um profissional particular, tentou me ajudar, mas eu não sabia o que ele pensava, e o que ele ia falar.
"Luan, você nem sabe, mas seu caso é grave, você pode sobreviver, até festejar, mas, 100% você não vai se curar"

eu ouvir aquilo, não acreditando,
se acredita, que não época eu só tinha 11 anos.

mas já teve coisa pior, na minha vida, essa dor vocês vão ver em várias linhas.
espero que eu não fraqueje, porque se eu tirar minha vida, vão me chamar de herege.

mas ae, persista,
espero que nenhum ser-humano desista,
eu tenho uma missão, essa é a minha  saga, meu sonho é que essa doença, seja erradicada.

era a profissão do cara, era difícil sim, mas infelizmente ele desistiu de mim.
vendeu o céu, construiu seu império, eu te dei o verde, e ele meu deu um inferno,
problema assim no país inteiro, foda que o cuzão não me ajudou, e pegou o meu dinheiro.
resumo de 11 anos de sofrimentos, diário de um depressivo,
dia 6 de janeiro.