DEGUSTAÇÃO
Mary Collins, 29 anos, formada em gastronomia, testemunha o seu sonho de se tornar uma grande Chef ruir quando acaba sendo demitida injustamente de um Resort da região.
Com o currículo queimado, após passar por um longo período desemprega...
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— Nunca troquei nenhum prato, sempre fui elogiada. Hoje aconteceram diversas falhas na minha cozinha e ele não achou estranho?
Abaixo a minha cabeça, que ainda está dolorida, e a apoio em minha mão.
— Olha, eu sou só a enfermeira do local, mas eu ouvi nos corredores, após todo o desastre, que a nova Chef é amante do gerente. Os seus colegas estão arrasados, pois boa parte deles colocariam a mão no fogo por você.
O que ela me diz faz soar um alarme, lembro-me bem da noite passada, quando vi os dois bem próximos e entendo o ocorrido.
Mas eu aparentemente não tenho provas.
E se os dois são amantes é certo que sequer conseguirei imagens da cozinha, que comandei durante tanto tempo, para provar a minha inocência.
— A minha vida está acabada, se realmente não conseguir reverter isso. Não terei chance em nenhum outro lugar.
Parecendo se compadecer da minha situação, a enfermeira repousa a mão em meu ombro.
— Eu sinto muito, mas tenha fé. Os seus pratos sempre foram apreciados. Não é apenas uma noite fatídica que vai queimar todo o seu currículo.
Eu agradeço-lhe o conforto e em seguida sigo o meu rumo.
DOIS MESES DEPOIS
Sem trabalho, com o currículo completamente queimado, quase sem economias, de malas prontas, prestes a ir embora de Sunville, local que amo e já vivi inúmeras histórias, da janela da minha moradia, um pequeno apartamento de um quarto e sala, olho o mar e tento encontrar respostas para tudo o que aconteceu nos últimos meses e ainda assim não encontro.
Como pode um relacionamento entre uma Sous Chef e um gerente ser suficiente para eles agirem de maneira tão infeliz comigo?
A sensação de derrota e impotência toma conta de mim, então, pela primeira vez em dias, permito-me chorar.
Penso que finalmente me entregar a emoção será a chave para me libertar de tanta dor e superar a injustiça, mas nada acontece.
Nos últimos 60 dias, até nas barracas de praia tentei arrumar um emprego, contudo ouvi piadas e desconfiança sobre o meu profissionalismo.
— É, o jeito vai ser voltar para a casa dos meus pais e recomeçar. Eu só não sei como arrumarei coragem.
Será que daria certo montar um delivery?
Ainda sem saber o que pode ser do meu futuro, decido tomar uma ducha, lavar os cabelos e, após estar de banho tomado, visto um vestido de cor verde e vou preparar o meu último jantar no meu apartamento querido, contudo, antes mesmo de iniciar o preparo, ouço batidas na porta, ainda segurando uma toalha de prato vou atender.
