Capitulo III - Vida que Segue?

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InuYasha POV

Estávamos no início da primavera quando Miroku e Sango tiveram aquela ideia maluca de que eu deveria me casar.
Eu tinha acabado de exterminar um youkai centopeia que rondava a vila há um tempo quando Sango resolveu me apresentar uma mulher. Sem ao menos me consultar, a exterminadora aproximou-se contente  e esperançosa trazendo ao seu lado uma jovem mulher de cabelos cor de mel, um sorriso tímido e um semblante recatado. Admiti que a mulher era de fato bonita, ela tinha os olhos cor de mel, cabelos ondulados da mesma cor de seus olhos, sua pele tinha um tom avermelhado, como a de alguém que passou o dia no sol, mas não se comparava a beleza da minha Kagome.
A moça abaixou a cabeça em um cumprimento tímido e olhou de relance paras minhas orelhas.
Cumprimentei a moça e olhei para sango incrédulo. Ignorando-me solenomete Sango seguiu com sua apresentação.
-InuYasha, está é Yuzumi, filha de Eiji e Riko, donos da fazenda de algodão que fica ao leste do vilarejo, ela lê, canta e cozinha muito bem.
Esbocei um sorriso torto para moça e tornei a encarar Sango que insistia em me ignorar da mesma forma.
-Miroko vai viajar agora mesmo e as gêmeas precisam de mim!
Sango pronunciou suas últimas palavras na soleira da porta minha cabana e a passos largos seguiu seu caminho a fora me deixando em uma situação embaraçosa.
Olhei para Yuzumi e a moça sorriu timidamente.
-Ei garota, você gostaria de fazer um passeio. Fiz o convite um pouco sem jeito e ela assentiu.
Seguimos alguns metros da trilha em silêncio,  então resolvi começar dizendo sobre eu ser um haoyou e a batalha contra Naraku, ela prestava atenção em silêncio e tinha um semblante inexpressivo. Perguntei se possuía alguma habilidade de luta como arco e flecha e a moça franziu o cenho  parecendo não gostar da minha pergunta, pensei;
-Será que ela sabia de algo a respeito de Kagome?Seguimos calados por mais alguns metros e a moça em fim se pronunciou;
-Posso cozinhas a maioria dos pratos típico da nossa região, também faço infusões de ervas para temperos. Terminou a frase sorrindo gloriosamente, como a vencedora de um jogo.
-Pode fazer infusão de ervas medicinais também? Perguntei com o mesmo sorriso torto de antes.
-Não... mas, posso aprender. Respondeu a moça na tentativa de me agradar.
-Hum... assenti  reticente, eu gostaria muito de estender aquela conversa, para que no futuro isso se torne recorrente até que surja dentro de mim o desejo de construir uma família, mas definitivamente eu não estava pronto para tal façanha, eu queria muito fazer isso, mas não com Yzumi, nem com nenhuma outra mulher a não ser ela, minha Kagome, só ela poderia preencher esse lugar.
Em fim chegamos próximo a fazenda de algodão onde Yuzumi morava com seus pais.
-Obrigada pelo passeio, a moça agradeceu baixando a cabeça com um rosto inexpressivo. Assenti e voltei para casa o mais rápido que pude, -Sango não perde por esperar, ela me paga! praguejei no caminho até a minha cabana. Resolvi não entrar em casa e corri para floresta, aquela angústia resolveu apertar a boca do meu estômago e só consegui pensar nela.

Kagome POV

Dessa vez Eri resolveu comemorar seu aniversário em uma matinê e reservou um camarote no terraço com espaço suficiente para todos os nossos amigos, ela era muito popular e não economizou no número de convidados e
lá estava eu mais uma cumprindo meu papel de adolescente normal, pedi um suco de melancia e um rapaz de cabelos pretos pediu o mesmo, ele sorriu e se apresentou.
-Sou Yamamoto do terceiro ano, você é Higurashi certo?
-Olhei para os lados procurando outro alguém com quem ele possa estar se referindo, imediatamente me dei conta do quão boba foi essa minha reação, logo que o rapaz disse meu sobrenome.
-Sim sou Kagome Higurashi do segundo ano.
Respondi com um sorriso amarelo e sem graça, o rapaz iniciou uma conversa sobre o fato do lugar estar muito cheio e logo depois algo sobre astrologia. Depositei minha atenção em algumas características bem peculiares do rapaz, ele tinha uma franja bem lisa penteada para frente dos seus olhos e levemente jogada para o lado esquerdo, vários brincos em uma só orelha e algumas pequenas tatuagens nos braços. Ele também era muito bonito, mas nada além da estética me atraía para algo mais do que aquela conversa. Senti um par de olhos fulminantes do outro canto do camarote, era o Roujou que parecia não gostar nada da nossa aproximação, tentei ignora lo e continuei prestando atenção em Yamamoto me forçando a um interesse no rapaz.
-Acho astrologia incrível e também amo olhar as estrelas a noite. Quando terminei a frase minha mente se preencheu com o céu da era feudal, logo depois com a imagem do InuYasha sorrindo.
-Talvez eu curse jornalismo.
Disse eu sem ânimo algum.
-Jornalismo parece bem interessante, ainda lhe falta um ano para escolher seu curso.
Acrescentou Yamamoto,
sorri assentindo com a cabeça.
Uma silhueta familiar surge entre a fumaça e cruza a pista de dança em nossa direção num andar afobado e senta no banco que vagou do meu lado.
-Boa noite Higurashi, como está sendo a sua noite? Gostaria de se juntar a mim e...
Roujou falava um pouco mais alto do que deveria e pude sentir um hálito alcoólico misturado as palavras ditas num volume desnecessário.
-Boa noite Roujou, minha noite está sendo agradável, obrigada pelo convite.
Respondi com o máximo de gentileza que eu pude na esperança de diluir um possível desentendimento entre os dois rapazes. Depois de alguns instantes sem me mover sinalizando me juntar a Roujou, o mesmo continuou a me fitar esperando tal reação.
-Higurashi, gostaria de me acompanhar até um lugar mais tranquilo?
Perguntou Yamamoto num tom brando como a brisa do mar. Provavelmente sentiu-se menosprezado, logo que Roju ignorou sua presença.
-Obrigada pelo convite Yamamoto mas acho que preciso ir para casa.
Dispensei o rapaz numa nova tentativa de apartar um possível desentendimento mas foi em vão
-Eu te acompanho até sua casa!
A afirmação soou em duas vozes perfeitamente sincronizaras. Os rapazes se entreolharam de maneira hostil e antes mesmo de um deles pronunciar a primeira palavra, eu disse num tom firme.
-Obrigada mas posso ir sozinha!
Me levantei sem me despedir de ninguém e quase corri até a saída. Já na rua olhei para traz e não vi ninguém me seguindo, respirei aliviada. No fim do percurso de uma quadra ouvi uma voz próxima.
-Por favor não se assuste e... me desculpa por te seguir mas...
Yamamoto parecia sem graça demais para explicar que Roujou foi extremamente inconveniente.
-Está tudo bem.
Procurei meu melhor sorriso.
-Acho melhor tomarmos um Táxi.
Yamamoto disse com a mão estendida para o carro que estava próximo, meu rosto fico quente e fiquei sem ação.
Seguimos por toda a viagem conversando e quando avistei a escadaria do templo senti um frio na espinha, será que...
-Muito obrigada Yamamoto, foi muita gentileza sua. agradeci assentindo com a cabeça. Meu rosto pegou fogo quando Yamamoto segurou minha mão e disse;
-Higurashi, você parece ser alguém muito especial.
Ao final da frase Yamamoto fitou os olhos em minha boca e se aproximou bem devagar, fiquei estagnada e não consegui reagir, o rapaz colou seus lábios aos meus por alguns segundos e se afastou na mesma velocidade na intenção de observar minha reação, permaneci quieta e inexpressiva então o rapaz se aproximou num beijo delicado, sua mão percorreu meu braço e estacionou no meu ombro bem próximo a nuca. Aquilo pareceu o certo a se fazer, então movi minha boca cedendo de vez ao beijo,
Abri os olhos por um breve segundo e visualizei as folhas da árvore sagrada, uma corrente elétrica percorreu minha coluna e me afastei sutilmente de Yamamoto.
-Eu preciso ir.
Disse de cabeça baixa e logo o finalizar a frase olhei para o rapaz com um sorriso sem graça. Subi as escadas o mais rápido que pude e parei diante da árvore sagrada, dobrei os joelhos aos prantos quando percebi o que acabei de fazer. Não sabia ao certo dizer se o motivo do choro é pelo fato do Yamamoto não ser o InuYasha ou, se era por não conseguir estar com Yamamoto por ainda ter esperanças de ver InuYasha novamente.

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