Capítulo V - O Céu

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Kaede POV 

-Dona Kaede, se apresse! O bebê está prestes a nascer!
A menina Rin chegou até a mim em polvorosa. Nos apressamos até a casa de Miroku e Sango e a pobrezinha estava só, Miroku e InuYasha haviam saído mais cedo para exorcizar um youkai nas terras do Sul com a promessa de retornar à tarde. Esse já era o terceiro filho de Sango e Miroku em três anos.
-Dona Kaede, foi um parto seguro e saudável.
Rim já me ajudara com alguns partos anteriormente e a pesar de ainda jovem, executava a tarefa com maestria.
-Sim querida Rin! Sango,você se saiu muito bem, meus parabéns, é um lindo menino.
Horas depois Miroku entra pela porta com um largo sorriso.
-Nasceu!
Exclamou o monge indo em direção a família que agora completa e reunida em um futon.

InuYasha POV

Aquele monge ganancioso cobrou três sacos de arroz para expulsar o espírito de um youkai fraco. Mas não o julgo por isso, com uma família daquele tamanho ele terá muitos gastos. Três anos se passaram e eles já tem três filhos, que coisa!

Kagome POV

Estávamos todos radiantes e não era para menos a final, era o dia da nossa formatura, além disso todas nós fomos aceitas na Universidade.
Eiri, Ayumi e Yuka optaram por cursar jornalismo e esperavam que eu fizesse a mesma escolha porém,  lá estava eu novamente com mil e uma dívidas pairando em minha mente ainda indecisa.
Cheguei em casa e fui até o templo em busca de respostas, ao tocar a borda do poço come ossos logo mudei o foco dos meus devaneios e passei a imaginar.
Será que o poço parou de funcionar por causa dos meus sentimentos? Eu estava tão assustada e apreensiva na escuridão da joia que nem percebi o tempo passar, o poço se fechou para sempre e vou ter que passar o resto da minha vida na era atual mas... InuYasha, eu queria vê-lo novamente. Fechei os olhos a borda do poço e senti uma brisa fresca secar a lágrima que escorreu do meu rosto. Ao abri os olhos e me deparei com um céu azul com poucas nuvens no fundo daquele poço, imagem essa que busque obstinadamente agora estava bem na minha frente, meu estômago congelou.
-Kagome querida, o que houve?
Perguntou minha mãe com uma voz doce porém temerosa.
-O céu!
Respondi sem consegui encara-la, ela recostou ao me lado em um abraço sútil por alguns minutos.
-Está tudo bem!
Me virei para em fim olhar sua expressão, ela tinha um sorriso no rosto porém lágrimas nos olhos.
-Querida, sua felicidade é a minha também.
Suas palavras me acalentaram junto com seus abraço.
-Obrigada por tudo mamãe!
Agradeci pela vida que tive e pulei no poço sem olhar para traz.

InuYasha POV

Sango e Miroku estavam ocupados com tarefas domésticas enquanto as gêmeas atacavam minhas orelhas com suas travessuras de sempre, uma tarde como todas as que passávamos no vilarejo até o momento em que uma brisa que veio da floresta trouxe cheiro que eu jamais poderia esquecer.
-Vão matar a raposa!
Me pus de pé imediatamente lançando as meninas no colo do Shippo e corri para floresta. Quanto mais  próximo eu chegava do poço, mais forte e presente se fazia aquele cheiro. Parei de correr a três passos do poço, hesitei alguns instantes antes de me aproximar, estava tenso e receoso de pensar que tudo isso pudesse ser fruto da minha imaginação. Dei os três passos restantes, inclinei meu corpo e estiquei meu braço direito alcançando sua mão, uma sensação quente percorreu meu corpo reagindo ao contato, alavanquei-a para fora com firmeza e como eu já havia pressentido era ela mesmo, minha Kagome que por um breve instante pareceu flutuar antes de pisar na borda do poço, uma mulher adulta e mais bela ainda do que a Kagome que guardo nas minhas memórias.
-InuYasha me desculpe, você estava me esperando?
Kagome pronunciou suas primeiras palavras, essas que me fizeram despertar do transe dando espaço para uma enxurrada de emoções.
-Ka... kagome!
Puxei-a pela cintura colei seu corpo ao meu  em um emocionante e saudoso abraço, enterrei meu rosto na curva do seu pescoço onde pude sentir seu cheiro de maneira embriagante. Kagome retribuiu com um dos seus braços em minhas costas e  sua outra mão afagava minha cabeça, era um momento inefável. Permanecemos naquela posição por alguns minutos, até quando afastei somente minha cabeça para olhar seu rosto, estava encabulado e com sorriso tímido porém seus olhos brilhavam.
-Sua boba, o que você estava fazendo esse tempo todo?
Perguntei de maneira calma e doce. Antes que Kagome pudesse responder algo, ouvimos as vozes de Sango, Miroku e Shippo se aproximando.
-Kagome!
Todos gritavam seu nome.
Kagome tentou se afastar do abraço mas eu a contive, apertei gentilmente seu corpo contra o meu enterrando meu rosto em seu pescoço novamente, seu cheiro inebriante invadiu minha mente e logo a libertei, porém hesitante. A última parte dos nossos corpos a se desprender foram nossas mãos, nesse instante Kagome olhou em meus olhos com um sorriso misterioso e assentiu com a cabeça. A separação dos nossos corpos foi quase dolorosa, eu não queria me desvencilhar daquele abraço tão cedo. Kagome correu em direção ao nossos amigos e fui tomado por outra enxurrada de emoções, recostei na borda do poço e deixei que aquelas emoções transbordassem pelo meu rosto.

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