Capítulo 27 - Dia 20 de Outubro

13 1 128
                                    

— Nem fodendo Clear! — Berrou Vinícius. — Isso já passou de todos os limites!

— Por favor! — Imploro me ajoelhando em frente à Vinícius.

Tínhamos vindo para minha casa ontem e Valerie também veio.

Hoje, contei para os dois o meu plano e agora só faltava o Vinícius tacar algo na minha cara.

— Eu concordo com o Vini, Clear. — Olho para Valerie incrédula. Traidora! — Isso já passou de todos os limites faz tempo.

— Era para você me apoiar Valerie!

— Eu apoio o que eu acredito ser certo. E para mim o que você está fazendo agora é só passar humilhação.

— Eu só preciso conversar com o Ryan, para esclarecer as coisas. — Volto meu olhar para Vinícius que está impaciente à minha frente. — Eu juro, prometo, que se ele não quiser conversar dessa vez, ou me rejeitar, ou tivermos uma conversa e dar merda de novo, eu vou parar de procurar ele. Por favor, Vini. — Peço e faço minha melhor expressão de piedade.

— O problema Clear é que se der ruim dessa vez não é só você e o Ryan que vão sair prejudicados nessa merda, eu também vou estar nessa!

— Clear é melhor parar. Escuta o Vini, isso só vai dar mais merda e vai acabar prejudicando outras pessoas. — Me levantei do chão e encarei Valerie frustrada e irritada. A mesma já estava de pé pegando sua bolsa. — Agora eu tenho um cineminha com a minha gata. — Disse piscando e veio até minha frente. — Só para, amiga. Já chega de tanto sofrimento. — Ela pegou meu queixo e inclinou minha cabeça um pouco para baixo para plantar um beijo em minha testa. — Beijos de luz, juízo e se cuidem. — Se despediu batendo a porta.

— Ela falou tudo. Esse assunto morreu, certo Clear Duarte?

Olho para ele frustrada. — Certo. — Pronuncio de má vontade. Me joguo no sofá e peguo o controle da televisão. — Vamos pelo menos ver um filme então. Não é no cinema, mas vale.

Vinícius checa o horário no seu relógio de pulso. — Ok, um filme e vou pro trabalho.

O mesmo se juntou comigo e depois de muita briga finalmente escolhemos um filme.

***

— Agora eu vou indo, beijinhos brilhantes vadia. — Se despediu Vinícius ao sair.

Assim que eu escutei o motor de sua moto rugir pulei do sofá.

Posso me considerar uma brasileira, já que não desisto nunca.

Sai de casa de fininho e vi sua moto se distanciar pouco a pouco.

Corri o mais sorrateiramente que pude até o táxi do outro lado da rua.

Eu posso ter pedido um táxi enquanto Vinícius estava no banheiro um pouco antes de sair.

— Segue aquela moto lá, moço. — Pedi para o taxista assim que entrei no carro.

O mesmo me obedeceu e seguiu a moto de Vinícius à uma distância razoável para não sermos vistos.

Após alguns minutos o seguindo por ruas duvidosas, finalmente ele estacionou.

Era uma rua vazia, a iluminação era pouca, alguns carros estavam estacionados, havia algumas lojas fechadas e um grande galpão.

Vinícius desceu da moto e seguiu em um beco paralelo à esse galpão.

Provavelmente é ali que ele trabalha, ou melhor, deve ser ali a fábrica de drogas. Ele e o Ryan.

Sim, meu plano era basicamente fazer o Vinícius me trazer até aqui e eu esperaria do lado de fora até Ryan sair. Assim ele não teria outra opção a não ser falar comigo.

Verdades De MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora