Capítulo 20 - Dia 06 de Outubro

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Hoje, como vocês bem devem se lembrar, é o dia dos meus pais viajarem. E estou neste exato momento ajudando a retirar as malas dos meus pais de dentro de um uber.

— Você não precisava vir. — Reclama a minha mãe colocando sua mala no chão. — Vai ter de voltar para casa, logo foi uma viagem perdida, já que não veio fazer nada aqui.

— Precisava sim, eu vim aqui me despedir de vocês direito.

— Ou veio se certificar de que fomos mesmo embora. — Comenta meu pai descendo a última mala do carro. Minha mãe lhe dá um olhar severo e ele se cala.

— Se vocês quiserem eu posso ficar aqui fora esperando para levar a menina de volta para casa. — Sugere o motorista do uber e olho para ele rapidamente.

— Você poderia fazer isso? — Pergunta meu pai se interessando pela ideia. Não, não, não…

— Não precisa. — Intervenho. — Eu vou demorar e o moço pode certamente fazer outra viagem com esse tempo, eu só desperdiçaria seu tempo.

— Mas isso nã…

— Não precisa mesmo, obrigada. — Digo e me apresso a pegar as malas dos meus pais e entrar para dentro do aeroporto.

Após alguns segundos os dois me alcançam dentro do aeroporto.

— O que foi isso, filha?! — Pergunta minha mãe revoltada.

— Isso o que?

— Não se faça de desentendida! Aquilo foi uma imensa falta de educação, não te criei assim!

— Eu só fiquei estressada do modo como ele falou, como se eu fosse uma criança.

— O que?! E desde quando isso deixaria você estressada para ser mal educada?

Parei bruscamente de andar. — Eu estou de tpm, ok? Agora podemos mudar de assunto?

Meus pais se entreolham e continuamos a andar em silêncio.

Eles fizeram o check-in e esperamos por alguns minutos no portão de embarque deles, até chamarem o número do seu voo.

— Tchau, minha filha. — Diz minha mãe que me dá um abraço caloroso e carinhoso.

— Desculpa. — Sussurro no seu ouvido ainda em seu abraço.

Ela balança a cabeça. — Não é nada. Até daqui a 3 meses. Se cuide!

Ela me solta e vejo seus olhos lacrimejando. Meu pai vem até mim e me dá um curto abraço.

— Juízo, Clear.

Dou a ele um fraco sorriso. O número do voo é chamado novamente.

— Se cuida filha. — Repete minha mãe segurando minhas mãos.

— Temos que ir Emma. — Diz meu pai pegando minha mãe e a levando para longe.

— Tchau, Clear. Eu te amo. — Vejo uma lágrima escorrendo pelo seu rosto.

— Também te amo.

Vejo os dois indo embora e sinto um aperto no peito.

Vou até uma das paredes de vidro e observo o avião decolando até ele não estar mais na minha vista.

Por fim, pego meu celular e envio uma mensagem enquanto caminho para sair do aeroporto.

Alguns minutos depois… 

Estou sentada num banco na frente da entrada do aeroporto, esperando.

Finalmente, me levanto e vou até o meio fio.

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