Capítulo 1

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Rosalie

Eu entrei em casa, na ponta dos pés, esperando não fazer o menor ruído.

Bem, este era o meu plano, se o meu pai não tivesse uma audição fora do normal.

— O que eu falei para você sobre sair? -questionou meu pai.

Eu encarei aqueles olhos esmeraldas gêmeos aos meus, que estavam duros como pedra.

Eu engoli em seco.

— Foi só um passeio. -me justifiquei.

Ele inspirou fundo e eu já sabia, lá vem bronca.

— Quantas vezes já te falei? Rosalie, não deve sair...

— Sem a minha permissão. -o imitei.

Ele me encarou sério.

— Um passeio pela corte, pela nossa corte é perigoso? -questionei erguendo as sobrancelhas.

— Todo o cuidado é pouco. -ele disse.

— Não acha que é cuidado demais? Não poder sair nem na minha própria casa? -questionei.

Ele rosnou.

— Eu te dei uma ordem, e você desobedeceu. -ele grunhiu.

— As ordens são bobas! Eu só fui ao jardim! -falei indignada.

— Não importa! Inimigos podem invadir a corte, podem levá-la! Podem matá-la, tudo pode acontecer. -ele vociferou.

— Os seus inimigos imaginários? —questionei— as cortes estão em paz, não há nada o que temer, você está fazendo de novo papai! -falei fechando as mãos em punhos ao lado do corpo.

Controlei as garras que queriam surgir.

— Tudo o que digo e faço, é para o seu bem, para proteger você. -ele disse lentamente.

— Não preciso de proteção, eu sei me defender sozinha. -falei.

— O que disse? Rosalie Calisto Morgnstar. -ele me encarou severo, os olhos furiosos.

Eu me encolhi.

— Nada. -murmurei.

— Ótimo. -ele disse.

Ele me encarou.

— Deveria aprender com o seu irmão, Ethan não me desobedece. -ele disse.

— Não sou seu soldadinho de chumbo! —disparei— necessito de ar e meu irmão só obedece porque não quer mais brigas nesta casa.

Ele rugiu, as paredes se encolhendo, eu dei um passo para trás e meu irmão surgiu diante de mim, em minha frente.

— Chega, pai, ela apenas foi ao jardim, eu estava a monitorando da janela. —ele disse— ela está bem.

Poucas as vezes que meu irmão enfrentava o nosso pai, e em todas eram para me defender.

Meu pai bufou um rosnado.

Talvez... Tenha sido essa prisão que matou a nossa mãe aos poucos, eu tenho certeza de que foi.

— Me desculpe. —murmurei— mas eu precisava de ar, estava tonta.

Ele disparou um olhar alarmado para mim.

— O que está sentindo? -meu pai me segurou pelos ombros, me analisando.

— Nada, já passou. -murmurei.

Ele assentiu.

— Suba para o seu quarto, está de castigo. -ele disse mais calmo.

Corte de Estrelas e RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora