Capítulo 5

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Rosalie

Eu o estava esperando, como todos os dias dessas três semanas que se passaram.

Algo cutuca o meu pescoço e eu me encolhi diante da cócega que me deu.

Eu encarei o macho sentar do meu lado, encarando o céu da tarde assim como eu.

— Como você está? -ele questionou.

Eu suspirei dando de ombros.

Ele me encarou de relance.

— O que aconteceu? -perguntou ele.

— Nada. -falei sem encará-lo.

— Sabe que eu sei quando está mentindo, não é? Por mais que eu conheça voc e há poucas semanas. -ele disse.

Eu dei de ombros e encaramos o céu.

— O meu pai... Ele não gosta que eu saía. —falei— eu saio às escondidas, para respirar um pouco.

Ele me encarou.

— Você... Você vive presa em casa? É isso que está querendo me dizer? -ele questionou.

Eu suspirei.

— Não totalmente, mas sim, é um tipo de prisão. —falei baixinho— é sufocante.

— Por quanto...

— Desde os seis anos. —respondi distante— desde sempre, na verdade.

Eu balancei a cabeça.

Nyx puxou a mecha de cabelo que escondia o lado do rosto, fiz menção de cobrir novamente mas ele me interrompeu com um rosnado.

Provavelmente vendo o hematoma que estava alí.

— É o seu pai que faz isso? -um grunhido.

— Não quero falar sobre isso. -falei me encolhendo levemente.

Ele tocou a minha mão, olhando para o hematoma e depois  em meus olhos.

— Venha comigo. -ele disse.

Eu me engasguei com o próprio ar.

— Quê?? -praticamente gritei.

— Fuja comigo. —ele disse— eu garanto que pra onde vamos ninguém vai te fazer mal, ninguém encostaráum só dedo em você.

Eu balancei a cabeça.

— Quer que eu lhe prometa? Sabe que é perigoso um acordo em nossa raça, mas se assim você se sente mais tranquila, eu faço. -ele disse.

Eu levei o dedo a sua boca antes que ele falasse.

— Eu não posso. -murmurei.

Ele fechou a boca.

— Por que não? -ele questionou.

— Não vou deixá-los. -falei.

Ele me encarou pronto para protestar.

— Ele é o meu pai, Nyx, me mantendo ou não em um casulo de super-proteção, eu amo ele, e não vou deixá-lo, muito menos o meu irmão. -falei.

Ele suspirou.

— Mas o convite ainda está de pé. -ele disse.

— Agradeço mas... Não posso aceitar. -falei sacudindo a cabeça.

— Ainda está de pé. —ele repetiu— gatinha selvagem.

Eu rosnei baixinho e ele sorriu travesso.

Corte de Estrelas e RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora