Arrival

𝚀𝚞𝚊𝚝𝚛𝚎

Woman

Sou egoísta, eu sei
Mas não quero mais ver você com ele
Sou egoísta, eu sei
Eu te disse, mas sei que você nunca escuta

Não tinha certeza de que tinha sequer conseguido completar quatro horas de sono nessa noite, meu corpo inteiro estava dolorido. Continuei deitada na cama e virei em direção a janela, que eu sempre deixava aberta, o sol brilhava muito pouco no cêu, o tempo não estava dos mais amistosos há pelo menos uns três dias e olhar para o cêu cinzento e carregado só me deixava ainda mais desanimada. Às vezes nem parecia que ainda era de manhã quando eu precisava acender a luz do quarto.

Ouvi duas batidas na porta depois de horas absorta nos meus próprios pensamentos.

- Pode entrar.

Direcionei meu olhar para a porta e Emily entrou, com uma bandeja em mãos. O cheiro de café impregnando o quarto.

- Oi, bom dia. Pensei que fosse querer comer algo. Trouxe algumas coisas para você.

- Obrigado, mas eu não tomo café da manhã. — Voltei para minha posição anterior e me cobri novamente com o cobertor branco.

-  Para de birra, você precisa se alimentar.

- E você precisa parar de encher meu saco, Dickinson.

Percebo seus pasos pelo quarto, Emily caminha até a beirada da minha cama, escuto a bandeja sendo posta na escrivaninha. E logo depois o colchão afundar ao meu lado.

- Eu não gosto de chá, Emily. — Falo no intuito de faze-lá ir embora

- Quem disse que eu trouxe chá? Acordei cedo e passei um café para você, sem açucar. Do jeito que você gosta.

- Desde quando você sabe do que eu gosto.

- Desde sempre, Sue.

Tiro o cobertor do meu rosto e me viro em sua direção. Emily estava vestindo uma calça de moletom cinza e um casaco preto escrito 1D em vermelho na parte de trás. Adoravél e fanática pelo One Direction.

- Você não acha que ta muito grandinha para isso não?

- Você quer levar um soco nessa sua carinha linda?

- Não, mas se você for dar, acerta o lado direito por favor.

- Por que?

- Porque o esquerdo é meu lado bonito, Emily! Preciso estar apresentável.

- Não me diga. Você está ainda mais rabugenta, sabia?

- E você não para de me insultar desde que me viu. Ja não basta isso. — Apontei em direção ao meu abdômen.

Antes que ela pudesse responder, alguém bate na porta. Lucca, meu infermeiro, entra por ela.

- Perdão Susan, não sabia que você estava com visita.

- Não tem problema.

- Eu vim trocar o curativo, e trouxe seus remédios.

Emily levanta e vai em direção a Lucca, pegando os remédios de sua mão.

- Pode deixar comigo, Doutor. Eu cuido disso.

- Não vai ser um incomodo para você Emily?

- De jeito nenhum, obrigado.

Lucca sai do quarto e fecha a porta atrás de si.

- Por que ta fazendo isso?

- Isso o quê?