eu sinto que o tempo está passando e eu não saio do lugar, mas ao mesmo tempo não estou no lugar onde comecei
e sempre de madrugada esses pensamentos ocupam a minha mente e sem saber como lidar eu transbordo
queria transbordar versos como antigamente, mas infelizmente transbordo lágrimas
que descem como ácido e mesmo sem saber mais o porquê delas escorrerem elas não cessam e assim eu passo a noite
a cada lágrima que desce eu tento desviar os pensamentos que as trazem, mas é como um rio, existem vários afluentes que chegam a pensamentos distintos até então
mesmo querendo que eles continuassem extintos eles continuam vindo e me impedem de ter uma boa noite de sono
e mesmo com esses versos melancólicos que expressam tal sentimento, será que ficariam surpresos se eu dissesse que não sinto nem a metade deles?
mas pensar que sinto me leva a escrever isso.
Não discordo de Fernando Pessoa, realmente sou uma fingidora, pois finjo tão completamente que chego a fingir que é dor a dor que verdadeiramente sinto
e antes que fale que esses versos nem ao menos fazem sentido, espero que entenda que esse foi meu primeiro delírio após um longo bloqueio criativo.
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talvez a próxima onda não me afogue
PoesíaO que todos escutamos sempre que vamos à praia é que o mar é traiçoeiro, perigoso. E se não prestarmos a atenção devida, ele nos afoga. O mar tem o poder de nos afundar, mas mesmo com medo, eu escolhi mergulhar. Já me afoguei, respirei fundo e volte...