𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫𝐨𝐮𝐬 - Chuuya Nakahara

Chapter 2

Sinto os raios de sol que insistiam em entrar pelas frestas da cortina se chocarem contra meu rosto e devagar começo a me despertar. Me viro passando a mão do outro lado da cama para verificar se Chuuya estava lá, porém minha pele se depara com a maciez do tecido felpudo da colcha que nos cobria na noite anterior. 

Ele já não estava mais lá.

Levanto subitamente procurando por algum bilhete ou algo do tipo que contivesse uma explicação, encontrando uma folha em cima da tela de meu celular.

  "Sinto muito por ter te deixado acordar sozinha. Queria muito ter ficado ao teu lado para te ver acordar com todo o seu charme matinal, mas só iria ser mais difícil de me despedir.

  Espero que me perdoe.

  Unicamente seu,
 Chuuya."

A ficha ainda não tinha caído. Ficamos juntos por tanto tempo que é difícil de acreditar que não estamos mais juntos. Mas a vida tem que seguir. Mesmo que não fosse tão fácil eu não posso parar minha vida pelo término.

Me levanto da cama sentindo o vento frio do ar condicionado se chocar contra minha pele quase exposta, sendo apenas coberta pela lingerie que havia vestido na noite passada. Visto as peças de roupa que faltavam, pego minha bolsa colocando dentro meu celular e o bilhete que meu amado havia me deixado e saio.

Chegando em casa me deparo com silêncio. Retiro minhas botas e vou em direção ao quarto de Osamu, abrindo a porta tentando não fazer barulho e vendo que não havia ninguém ali. Procurei pelo resto da casa e também não estava lá. Ele havia saído para beber e até agora não voltou. Tinha certeza disso.

Já em meu banheiro retiro minhas roupas e tomo um banho rápido, logo saindo e vestindo um pijama confortável. Vou para a cozinha e retiro da sacola de papel um croissant que havia comprado em uma padaria no caminho para casa. Enquanto preparava um café conversava com Yosano no aplicativo de mensagens. Falava com ela sobre qualquer coisa até que tocamos no assunto sobre o que aconteceu na noite passada. Ela não havia respondido a mensagem que tinha mandado explicando, mas recebo uma ligação dela e atendo prontamente.

— COMO ASSIM VOCÊS TERMINARAM E VOCÊ NEM ME DIZ???

— Eu ia te contar amiga, mas eu precisava de um tempinho ainda pra digerir tudo.

— Puxa vida, tinha tanta esperança que ia conhecer ele algum dia. Não sei o porquê de ter adiado tanto nosso encontro.

— Ele sempre está muito ocupado pelo trabalho. Tanto que nos víamos uma ou duas vezes por mês. Mas agora acabou, então vida que segue né…

— É isso ai! Por isso vou te levar numa boate que inaugurou essa semana aqui perto, fica uns vinte minutos daqui. Sei que agora você deve estar na fossa e precisa levantar esse seu astral. Passo ai às 19:00 pra nos arrumarmos. E não adianta dizer não.

Solto um longo suspiro passando a mão por meus fios. — Ok Sano, vou estar te esperando. Vê se não atrasa igual a última vez.

Ela concorda e ouço a porta bater e o barulho dos diversos chaveiros de minha chave batendo uns nos outros.

— Tenho que ir, um certo alguém chegou. Até mais tarde.

Nos despedimos e desligo a chamada. Vou para a sala com minha xícara e meu croissant em mãos e me deparo com uma figura com uma das mãos na cabeça andando cambaleante em direção aos quartos. Ponho meu café da manhã em cima da mesa de madeira de tampo redondo e sigo para o quarto de meu irmão, me deparando com ele esparramado e de bruços na cama. Tento o puxar da cama enquanto ele relutava para não levantar.