Quarenta e dois

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Coldplay -hymn for the weekend

Você colocou suas asas em mim, asas em mim
Quando eu estava tão pesado
Derramou uma sinfonia
Quando eu estava baixo

Tony

Era tão estranho como a vida era, algumas horas a trás eu estava morrendo de medo que pudesse perder a minha mãe

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Era tão estranho como a vida era, algumas horas a trás eu estava morrendo de medo que pudesse perder a minha mãe. Se passavam mil coisas pela minha cabeça, e quando isso acontecia eu sentia minha ansiedade aumentar, tudo isso misturado com o medo. Quando meu pai aparecendo falando que tanto minha mãe, quanto o bebê estavam bem, foi como se um peso enorme tivesse saído de dentro de mim, e toda a angustia que eu estava sentindo se foi como se fosse um passo de mágica. 

Minha mãe era uma das pessoas mais importantes para mim, se eu a perdesse minha vida não teria mais sentido algum. Desde que Julia chegou na minha vida ela sempre esteve do meu lado em tudo, ela e o meu pai nunca soltaram minha mão, mesmo quando eu estava perdido e no fundo do poço arrastado pelo mundo sombrio das drogas. Certa vez um paciente da clinica de reabilitação em uma das sessões de grupo me questionou o porque eu buscava as drogas se eu tinha uma família bem estruturada com pais amorosos, uma típica família de comercial de margarina. Na hora eu não soube o que responder e aquilo ficou martelando na minha cabeça por bastante tempo, a verdade é que eu sempre busquei nas drogas uma realidade onde eu me sentisse normal sem as limitações que me cercam e me assombram, foi nas drogas onde eu pensei ter criado coragem para enfrentar esses fantasmas. Minha família não tinha nada haver com isso, por mais maravilhosa que ela possa ser, nada é perfeito. E famílias também tinha suas falhas, alguns dias era bom e outros não, mas o importante é ter amor e união. 

Foi por causa da minha mãe e do meu pai que eu quis dá uma segunda chance para minha vida, só de pensar em não ter minha mãe aqui comigo para ver essa mudança trás todo o cinza que eu vivia novamente. Mas por um milagre, ou não, tudo tinha dado certo e tanto minha mãe como meu novo irmão estavam bem. 

Sim o baby oito era um menino, papai nos disse e ele era o bebê mais pequeno que eu já tinha visto antes. Eu e Kate formos os primeiros a ser liberados para conhecer nosso irmãozinho, que por ter nascido prematuramente estava na incubadora.

- Ele é tão pequeno. - Kate diz observando o neném que tinha um pequeno tubo no nariz que levava oxigênio. - Seja bem vindo irmãozinho a trupe Volman. 

-Quanto tempo ele vai ficar dentro dessa coisa? - Perguntei para papai, enquanto observava melhor o bebê.

-A médica disse que vai ser por pouco tempo, ele só precisa ganhar mais um pouco de peso, mas fora isso está completamente saudável. - Papai diz.

-Que susto você nos deu. - Kate diz. - Você e a mamãe já pensaram em um nome? 

Me viro para meu pai também curioso para saber. 

-Sim, sua mãe já tinha pensado. - Ele faz suspense.

-Fala logo pai! - Indaguei ansioso para saber logo.

-O nome do novo membro da família Volman é...- Ele olha para mim e Kate, e eu juro que se não fosse meu pai eu dava um grito e mandava ele falar logo, mas não demorou ate ele falar. - Thomas James Volman. 

-Thomas James? Qual o problema de vocês em colocar dois nome próprios em? - Kate revira os olhos. 

-Katherine Elizabeth Volman, não deboche do nome do seu irmão. Thomas foi o nome do avô da Julia e James foi escolha minha, eu e sua mãe fizemos um acordo, se fosse menina eu colocaria o primeiro nome e se fosse menino ela colocaria. 

-Eu gostei de Thomas. Posso chama-lo de Tommy, combina com Tony. - Me gabei. Mas logo depois eu acabo soltando um longo bocejo, o peso da noite sem dormir já estava chegando.

-É melhor vocês irem para casa descansar junto com seus irmãos, a mãe de vocês não vai poder receber visitas agora. - Papai diz. 

-Certo, mas qualquer coisa quero que nos avise. - Kate acrescenta. - Peter me avisou que deve chegar no final do dia, ele pegou o primeiro voo de Londres para cá assim que soube do que ouve.

-Pode deixar que eu aviso. Agora está tudo bem novamente. - Papai diz. 

Passamos mais alguns minutos olhando Tommy até voltarmos para a recepção, Kate iria para a casa dos meus pais ficar tomando conta de Oliver e Josh com a ajuda de Stella. Laila como já estava morando no campus universitário iria pegar uma carona comigo e com Amy. Falando em Amy, ela passou a noite no hospital comigo, não largou minha mãe em nenhum instante. Eu a encontrei cochilando na recepção quando voltei, me aproximei dela e a chocalhei levemente, ela abre os olhos meio atordoada e depois solta um bocejo. 

-Seu irmão está bem? 

-Está sim, ele é tão pequeno que acho que caberia na minha mão. 

-Que bom que ele está bem, como se chama? - Ela se levanta da cadeira enquanto tirava alguns cachos que caiam sobre seus olhos. 

-Thomas James Volman.

-Seus pais amam por dois nomes nos filhos. - Comentou, não pude deixar de rir com seu comentário.

-Kate disse a mesma coisa. -Entrelaço nossas mãos. - Vamos para casa? 

****

Depois de chegar em casa e tomar um café da manhã bem reforçado preparado por Amy, finalmente fomos deitar para dormir depois de uma noite turbulenta. 

-Amy... - Eu a chamo ela estava deitada abraçada a mim, sim ela oficialmente estava dormindo no meu quarto. 

-Hum...- Ela resmunga com a voz sonolenta. 

-Obrigada. 

-Pelo que? - Ela levanta a cabeça para me encarar. 

-Por estar do meu lado mais uma vez quando eu mais precisei. - Ela sorrir com o que eu tinha falado. 

-Acho que é assim que o amor funciona, ninguém larga a mão de ninguém. 

-Verdade. - Deposito um beijo na sua testa antes de finalmente fechar meus olhos para finalmente dormir tranquilo, sabendo que estava tudo bem agora. 






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