Capítulo 3

7 2 2
                                    


O jantar foi servido assim que o sol se pôs, não havia ninguém naquele casarão enorme além de nós dois. Minha ansiedade gritava, meu coração estava constantemente disparado desde o momento em que ele saiu do meu quarto mais cedo.

Na sala de jantar Lucian se sentou na cabeceira da mesa, como um homem rico que provavelmente ele era com tantas terras e com essa casa tão grande. Em cima da mesa havia dois lugares postos, parecia um jantar daquele filme o labirinto do fauno, estava quase esperando aquele monstro com olhos na mão aparecer a qualquer momento.

Lucian vestia uma camisa branca muito bem ornamentada e com aparência sofisticada. Eu, entretanto, vestia uma calça jeans e outra camiseta regional.

— Boa noite, Doce Arabela.

— Você não precisava preparar tudo isso — disse.

— Isso não é nada, minha querida.

Sentei a mesa e comecei a me servir com um pouco de toda aquela comida cheirosa. Quem será que preparou tudo isso se não vi ninguém na casa?

Ele não pegou nada, estava sentado tomando de sua taça dourada outra vez.

— Você não vai comer?

— Eu me alimentei mais cedo, essa comida é apenas para lhe agradar.

Quem fala assim? Que homem excêntrico.

— Certo. Então o flerte continua?

— Sim, ainda estou a lhe cortejar, Doce Arabela.

— Por que você continua me chamando de Doce Arabela?

— Porque tenho certeza que você é doce, apenas isso.

Acho que corei, pois senti meu rosto esquentar.

O resto do jantar foi silencioso e cheio de mistério, outra coisa que me incomodava um pouco naquela casa enorme era a falta de iluminação, tudo parecia sombrio e na penumbra.

— Por que não tem ninguém nessa casa tão grande?

— Eu não preciso de ninguém.

Essa foi a única resposta que recebi durante todo o jantar, ele me analisava friamente do seu lugar, estava começando a me sentir mais como uma presa do que como uma mulher sendo cortejada.

Levantei ao final da refeição e segurei meu prato, em segundos Lucian estava ao meu lado segurando meu pulso.

— Deixe, Baltazar vira recolher. Vou te acompanhar até seus aposentos.

Suspirei resignada, quando passamos na sala a janela grande mostrava que a chuva continuava, mas agora não tão forte quanto mais cedo.

— A chuva está passando — comentei.

— Sim, possivelmente amanhã ela cessará.

Ele me guiou pelo corredor até a porta do quarto em que estou dormindo. Meu coração estava disparado novamente.

— Posso entrar, Doce Arabela?

— Sim, claro — disse e lhe dei passagem.

Ele entrou no quarto e se sentou no mesmo lugar onde havia sentado mais cedo, no canto do colchão.

— Voltando ao assunto de mais cedo, então minha Doce Arabela não acredita em vampiros?

— Não. — Respondi.

Seus olhos pretos ficaram carmesim novamente, dessa vez não era nenhum delírio meu. E não poderia ser nenhuma lente de contato. Ofeguei surpresa, até mesmo sua feição mudou levemente.

VolúpiaOnde histórias criam vida. Descubra agora