Esposa de mentirinha.

capítulo 25

Shion

Eu errei muito na minha vida, e com certeza iriei pagar por tudo isso, mas agora, ao menos quero esclarecer tudo para as pessoas a qual eu fiz tanto mal.

Eu sabia que a qualquer hora, Hinata teria que saber a verdade, Kawaki sim era meu filho biológico e eu errei como mãe, fracassei na verdade. Mas ela, sempre soube que ele era adotado, mesmo com a memória falha, de algum modo ela sabia que não era mãe dele de sangue, e mesmo assim eu vejo amor trasbordar de seus olhos quando está com os filhos, diferente do que pensei, ela não os trata com diferença, mesmo Boruto tendo seu sangue, ela não dá mais amor pra um e menos pra outro, é incrível como ela parece amá-los na mesma proporção.

— Vocês vão me achar louca, mas eu preciso falar tudo. — Suspirei sabendo que o momento havia finalmente chegado. — Kawaki é meu filho biológico.

Vi o olhar de Hinata se misturar com medo, dor e desespero, talvez ela tivesse medo de que eu o tirasse dela, oque de fato era meu plano inicial, eu queria me redimir com ele e ser a mãe que ele merece, acontece que ele já tem isso. Hinata se mostrou uma mãe excelente e talvez meu ódio por ela seja por isso, além de roubar o homem que eu jurei amar, ela também roubou meu filho, acontece que não era bem assim como eu pensava, ela os amava mais que tudo e eu estava tentando rouba-los dela, eu era a vilã no final. 

— Shion, você tem certeza do que diz? — Naruto me encara. sua mão estava nas costas de Hinata. — Por que se não tiver certeza, não diga coisas sérias assim!

— Eu tenho certeza, Naruto!

Vi a respiração de Hinata começar a acelerar, como se ela tivesse desaprendido a respirar corretamente, Naruto estava tentando acalma-lá de todas as formas possíveis, e eu só consegui assistir, pensando em mil coisas diferentes.

— Mãe! — Ouvi uma voz tão conhecida por mim que só ao ouvir meus olhos marejaram. olhei lentamente para a porta de um dos quarto e lá estava ele; Kawaki, com o olhar assustado em direção a mãe.

Não demorou para que ele corresse até ela, Boruto estava bem atrás de si. Kawaki pega na mão de Hinata e tenta conversar com a mesma, ela parece se esforçar pra responder, mas em ato imediato, ela o abraça, olhando pra mim por cima do ombro do garoto. Meus olhos não desviam dos dois por nenhum segundo, eu jamais poderia afastá-los, isso é um fato que estou bem ciente.

Lembro-me do dia em que ele nasceu, Toneri estava lá, apenas por estar, já que ele nunca se importou com o filho, sim, Kawaki infelizmente tem o sangue de Toneri correndo em suas veias.

A alegria em minha face era contagiante, eu tinha uma pessoa que saiu de dentro de mim, finalmente eu tinha alguém, alguém que eu me sentia na obrigação de proteger de tudo e todos, alguém que estaria sempre comigo.

Por mais que eu odiasse meu marido, naquele momento eu só soube agradecê-lo, pois ele havia me dado meu maior tesouro, essa criança era minha salvação do fundo do poço.

Kawaki foi crescendo e as agressões de Toneri contra mim, se tornaram mais frequentes, já que ele alegava que eu não o estava satisfazendo mais como antes, que minha atenção se voltou toda para o bebê e ele precisava voltar a se satisfazer pra aliviar o estresse do dia a dia. Eu fazia de tudo durante o dia para que quando Toneri chegasse cansado, Kawaki já estivesse dormindo em seu quarto, assim eu poderia satisfazer meu marido, mesmo que não fosse meu desejo.

Tudo parecia meramente "bem" até que um dia, Toneri chegou irritado por que um de seus experimentos deu errado, foi a pior noite da minha vida, foi também a noite que abri mão do meu filho, eu precisava! ele jamais ficaria bem ao meu lado.

— Cheguei. — Toneri disse ao abrir a porta principal, eu não o respondi de imediato pois estava no banheiro, terminado o banho de Kawaki.

Senti sua presença quando ele abriu a porta do banheiro com tudo e chutou minhas costas, eu escorreguei com kawaki nos braços; ele ia bater a cabeça na pia, mas eu o envolvi em meus braços e bati a cabeça com tudo em seu lugar. Toneri bufou com a cena e minha visão embaçou imediatamente devido ao baque.