Infinito.

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Por um instante, os lábios deixaram de se tocar mas a saliva ainda permanecia doce e convidativa.

E então, toques se espalharam explorando a curvatura de seios médios, grandes e pequenos, conferindo a rigidez do peitoral torneado em seu encontro, enquanto o perfume se espalhava pelo ar e o brilho intenso de tantos olhos que passaram se contemplando davam a permissão para que um novo abraço, mais lascivo e ainda mais intenso, juntasse novamente aqueles seres que se compartilhavam.

E membros interpuseram-se, e tocavam-se sem nenhum pudor, exigindo que cada um conhecesse ainda mais o peso do toque de sua companhia e as formas do seu prazer.

Línguas se cruzavam, mas, quanto mais era desvelado, ainda segredos tornavam-se desejos, e então as bocas se revezavam ou se saciavam no mesmo momento. Preenchidas até os limites pelo mimo virtuoso em frescor molhado ou esbaldando-se da essência que minava incessantemente daquela fechadura que guardava tão rico prêmio, todo ser se desejava terminar por combalido em regalo, preenchido pela mais pura expressão da devoção de sua deidade ou após preencher do seu amor o clamor divino que o encontrou.

E todos os dias cada um deles era dois. E o laço entre os dois juntos era tão forte que as más palavras ou ações de terceiros não afligiam nenhum.

Quarto Conto - InquebrantávelOnde histórias criam vida. Descubra agora