O amor cura tudo - tharilo (abandonada)

40. Lise

Oi lindas🙈
Apareceu.

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"—Thaís?"

THAÍS POV's
A voz parecia tão em choque quanto eu. Era estranho, mas era familiar. Era distante mas me atingia tão internamente que senti o ar me sufocar por um instante.

—Tha? -a voz repetiu confusa.

—Carol? -devolvi a dúvida na fala.

Ela me analisou. Caminhou lentamente, os passos eram tão pequenos quanto a minha coragem. Estava mais velha, cabelos longos, agora tingidos de preto.

Voou em meu pescoço. Para me enforcar por tudo que me julgaram no passado? Não, por incrível que pareça, foi apenas um abraço.
Forte, repleto de saudade.

—Não acredito que você está aqui. -sua voz saiu chorosa. A mulher estava comovida com a minha presença, essa que nunca fez questão a anos atrás.

—Pois é. -limitei-me a responder.

—Você chegou na hora certa, estamos almoçando no quintal. Vovó fez um churrasco, ninguém vai acreditar que está aqui. -disse animada.

—Não Carol, eu... -fui interrompida por minha prima que me puxou consigo.

Fui quase arrastada para fora da casa rumo ao jardim. Não queria reencontrar todos que possivelmente estragaram parte da minha vida, assim, sem nenhum preparamento.

Abriu a porta de vidro que dava para o jardim, todos estavam alheios, dançando ao som de um pagode simples enquanto comiam e degustavam do churrasco e algumas cervejas.

—Olha quem está aqui. -Carol gritou chamando a atenção de todos.

Vi alguns rostos empalidecerem. Cervejas foram ao chão e os cachorros aproveitaram a distração para conseguir pegar um pouco da carne.

Silêncio.

Sorri amarelo, ninguém tinha reação alguma, eram apenas rostos assustados, completamente perplexos com a minha presença. Lá estava eu, sentindo-me uma estranha, no lugar em que eu deveria me sentir em casa.

—Por que está tudo em silêncio, acabei de trazer o queij... -a voz de minha vó me fez virar-me para trás rapidamente.

Primeiro veio a cara de espanto, semelhante às outras. Logo depois o sorriso, em seguida entregou a travessa que carregava nas mãos, para Carol e me abraçou. Com força. Com desespero. Com saudades.

Era isso que eu queria. Queria que alguém me tratasse como alguém importante. Como alguém amada. Senti as lágrimas molharem meu ombro. Estava feliz em me ver. Estava feliz em me ter ali.

—Senti sua falta. -a voz dela saiu embargada, baixa e falha.

—Pelo menos você né, Vó. -e então apertou o abraço.

Porque é nos seus braços que me sinto em casa,  nos seus braços que me sinto segura nos seus braços que eu queria estar agora, e pude sentir-me bem.

—Está mais bonita. Cara de saúde, como andam as coisas? Vai me contar tudo sobre o novo trabalho. -estava interessada em mim.

A atenção que eu precisava, a atenção que eu ansiava. Era tudo real, estava acontecendo. Se eu soubesse, teria voltado antes.

—Cadê Silvia? -perguntei.

O semblante sério tornou-se imediato. Havia algo que não mudará, minha vó continuava a mudar reações diante minha mãe. Mas dessa vez, carregava além da seriedade, uma cautela misturada com preocupação.