Revirei-me na cama esperando encontrar o tronco de Jeff para abraçar. Tinha frio e o que melhor para me aquecer do que o tronco forte e quente do meu namorado? Dei leves batidelas na cama procurando por ele. A minha mão tocou na extremidade oposta da cama e nada de Jefferson.
- Jeff? -Abri lentamente os olhos procurando pelo quarto e encontrei-o sentado ao fundo da cama, com o computador ao colo. Ele nem se mexia, a sua respiração era a única coisa notória no seu corpo visto que os seus ombros subiam e desciam lentamente. -Amor, deita aqui comigo.. -Resmunguei baixinho acabando por coçar os olhos deixando um bocejo sair pelos meus lábios.
Ele nem se incomodou em responder. Permanecia ali. Mudo, imóvel.
- Bebé.. -Murmurei elevando o meu corpo para me sentar na cama. Ajeitei o cabelo que tinha na frente dos olhos e deslizei a língua pelos meus lábios para os humedecer. Gatinhei até as costas de Jeff e pousei as mãos calmamente nos seus ombros. -O que se passa mor? -Sussurrei ao seu ouvido e pousei o queixo sobre uma das minhas mãos encarando atentamente a tela do computador. Parecia um rastreador.
Em seu simples reflexo, ele fechou a tampa do dispositivo e virou o corpo ligeiramente para o lado estendendo a sua mão para que se encaixasse na minha cintura. O seu olhar estava vago, vazio. Ele parecia diferente desde que Desmond mandou aquela mensagem.
- O que se passou amor? Outro pesadelo? -A sua voz rouca e grave murmurou enquanto o seu polegar acariciava a minha pele carinhosamente.
- Não, só.. Saudades tuas na cama.. Que horas são? -Disse enquanto me juntava ainda mais ao seu corpo encarando os seus olhos. Ele limpou a garganta e olhou para o relógio piscando um pouco os olhos antes de me dar uma resposta concreta.
- Quatro e meia.. -Suspirei suavemente. Era a segunda vez que o flagrava a altas horas a rastrear algo no computador. E desde há algum tempo atrás que ele fica no seu aparelho dia e noite. Parece que já nem me liga. -Que carinha é essa? Pareces triste..
- É que.. Pareces ausente.. Já há dias que não fazemos nada juntos, é como se.. -Fiz uma pequena pausa para tentar encontrar as palavras exatas para aquilo que eu estava a tentar dizer-lhe. -Como se me estivesses a pôr de lado pelo computador.. -Murmurei baixando ligeiramente o olhar.
- Oh cesa, eu nunca te vou trocar pelo computador! -Ele inclinou a cabeça tentando encontrar o meu olhar mas eu desviei-o novamente. Não sentia que ele estava a falar a verdade, ele continuava diferente, continuava vago. -Não acreditas em mim é?
- Não é isso! É que parece que não confias em mim.. -Insisti e antes que eu desse por isso ele enrolou ambos os braços na minha cintura e sentou-me de lado no seu colo encarando-me atentamente. Como era possível alguém ser tão lindo e perfeito?
- Porque pensas assim? -Ele aparentava nem se aperceber da maneira que me estava a ignorar. Doía um pouco.
- Jeffy, estás a ignorar-me.. E já não é de hoje, o que tanto fazes no computador que não me contas? -Lancei-lhe o olhar mais inocente e pedinte que eu pude fazer na altura e retoquei com umas pequenas gotas de lágrimas nos olhos. Ele odiava ver-me com lágrimas à tona e se eu queria saber alguma coisa tinha que apelar para a chantagem.
- Não fiques assim piqui.. -Agora algum sentimento brotava nos seus olhos. Pena. Dor. Ele acariciou-me a bochecha com o seu polegar carinhosamente. Ele era tão doce comigo. -Não chores, eu amo-te e o que estou a fazer é por ti, acredita..
- O que é que estás a fazer? -Olhei os seus olhos e pousei a mão sobre a sua que estava na minha bochecha. -Diz-me, por favor.. -Pedi com a voz mais fofa que consegui na altura. Yha. Eu consigo manipular o meu homem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
«Tortura»
ActionUma rapariga, Melody Barker, mantida em cativeiro desde os seus 6 anos, sempre fora torturada pelo seu raptor, Desmond Dark. Ela sofre ate cair pro lado! Entretanto, um grupo perdido de rapazes finalmente encontra a rapariga e uma coisa nós sabemos:...