Capítulo 12

1.1K 84 0
                                    

Ouvir aquilo apertou o meu coração. Porém, eu sabia como devia agir.

- Eu já tinha pensado nisso... - falei - e se acontecer... A gente se separa - falei, o abraçando.

- Mas você suportaria ficar longe de mim...

- Não sei... Eu gosto tanto de você... Mas também não serei birrento. A sua carreira é mais importante que o nosso namoro...

- Não diga isso ! - falou, segurando a minha mão - nada é mais importante para mim que o nosso namoro - sorri.

- Jura ?

- Juro... - falou, me beijando - eu sinceramente não sei se conseguiria viver longe de você...

TEMPO DEPOIS

Viajamos para Córdoba no dia seguinte, e lá fizemos os dois últimos jogos da primeira fase. Na segunda rodada, enfrentamos o Uruguai. Como já esperado, foi um jogo muito truncado. No fim do jogo eu estava esgotado, porquê tinha muita gente me marcando, me derrubando, e eu precisava me movimentar para me livrar dessa marcação, caso quisesse ganhar. Também terminei o jogo com algumas marcas, mas valeu a pena. Nem mesmo as cotoveladas, caneladas e empurrões que eles me deram me pararam. Numa jogada, eu recebi a bola girei e me livrei da zaga. Só de raiva que eu tava, driblei o goleiro e fui com a bola lá dentro. Depois outro jogador marcou, e terminou 2 x 0.

- Tô morto ! - falei, me jogando na cama.

- Muita correria nesse jogo... - disse ele, jogando as coisas no canto e se jogando também ao meu lado.

- O Valdez quase arranca a minha perna... Deve estar cheia de marcas - dizia, levantando a calça que estava vestindo. E como esperava, estava cheia de marcas roxas.

- Tira a calça...

- Ah não Rafael, hoje não tenho disposição... - ele riu

- Seu mente suja ! Não é para isso, é para eu passar um creme nessas marcas, para aliviar a dor e elas sumirem logo.

- E você tem algum creme ? - ele fuçou a mala e logo tirou um pote.

- Quando a gente leva muita porrada no jogo, acaba acostumando a ter... - falou, vindo até mim com aquele creme. Tirei a calça e fiquei apenas de cueca. E então ele começou a massagear a minha perna com aquele creme - você vai ver, amanhã amanhece melhor, a dor passa e as manchas melhoram - ri

- O que seria de mim se você não existisse ?

- Não teria o meu amor... - falou, me dando um selinho.

- Confiado... - ele apertou um pouco mais forte - ai, devagar !

- Para que você não menospreze o meu amor... - falou, fechando o pote. O jogou, e então se jogou em cima de mim - porquê eu te amo muito - e mais uma vez me beijou.

TEMPO DEPOIS

Não estávamos com sono, mesmo depois de toda a correria que houve no jogo. Então ficamos assistindo TV, enquanto eu estava deitado no peito dele.

- O que você acha de eu cortar o cabelo ? - perguntei.

- Porquê ? Eu gosto tanto dele assim...

- Ah... Apenas pra mudar de visual mesmo.

- Não sei... Eu amo passar a mão nesse cabelo - falou, beijando o meu pescoço...

- Bobo... - mais um silêncio se formou entre nós.

- Engraçado...

- O que ?

- A meses atrás eu não ligava para nada. Era arrogante, prepotente, nada humilde. Menosprezei meu próprio irmão. Rezava a cada dia para que recebesse uma proposta da Europa. E agora... Eu já nem sei se quero ir para a Europa... Agora você é mais importante que a minha carreira, para mim... - apenas o olhei.

Futebol é para os Héteros. Ou Não ? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora