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NARRADORA, point of viewSeattle ─── Washington

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NARRADORA, point of view
Seattle ─── Washington

Um mês havia se passado e S/n havia visitado o Gallagher, quase todos os dias. Sophia não sabia sobre aquilo e Aidan havia colaborado, dando todas as respostas, contanto que S/n prometesse continuar com as visitas.

A matéria estava pronta e S/n havia pego um exemplar antes de ser publicado, apenas para levá-lo até o garoto.

Aidan escutou atentamente, enquanto S/n lia cada linha da matéria, que havia ficado muito maior do que o previsto. O Gallagher sorriu satisfeito, enquanto escutava as respostas falsas que havia dado, S/n nem sequer havia percebido, ele sabia que ela era mesmo burra.

── Ficou ótimo S/n, bom trabalho. ── ela sorriu, agradecendo em seguida ── Interessante, agora eu sei onde você estuda.

S/n ainda não havia se acostumado com o sarcasmo que ele carregava. Aidan sabia que ela sentia medo e usava aquilo, para brincar com ela.

── Sabe S/n, estou surpreso com a sua lealdade, você tem estado comigo durante um mês e sabe como eu contei? ── S/n negou, então Aidan mostrou o braço cortado.

Cada linha representava um dia e aquilo fazia S/n sentir-se incomodada. O corte mais recente ainda sangrava e aquilo causava muita agonia na garota.

── Posso te considerar uma amiga? ── S/n assentiu ── Diga S/n, eu quero escutar a sua voz.

── Sim, somos amigos.

── Boa garota. ── ele sorriu, sentando na cadeira de forma despojada ── Eu tive uma melhora desde quando você chegou, recebi elogios de todos os enfermeiros.

── Fico feliz por você.

Mentirosa. Aidan pensou.

── Amigos ajudam uns aos outros? Certo? ── S/n assentiu, sem entender onde ele queria chegar ── Eu ajudei você com o seu jornal e agora preciso da sua ajuda, S/n.

── O que você quer? ── Aidan encarou o enfermeiro e após se certificar de que ele estava concentrado no celular, se aproximou mais dos buracos de onde o seu som saía.

── Quero que me ajude a sair daqui.

S/n travou por alguns segundos, ele estava mesmo pedindo aquilo? Não, ela definitivamente não poderia fazer algo daquela dimensão.

── Eu simplesmente não posso, me desculpa, mas você ainda é um criminoso.

── Eu estou aqui há quase três anos pode parecer pouco, mas passar todo maldito dia preso aqui dentro, é como uma eternidade. Se eu tivesse que fazer mal a alguém, eu com certeza já teria feito. Eu só quero recomeçar S/n, pela primeira vez, eu estou tendo sentimentos por alguém e eu sinto que eu mudei.

S/n sentiu seu coração doer, parecia haver sinceridade nas palavras dele e mesmo que aqueles olhos vazios não demonstrassem, ela sentia que ele estava sendo verdadeiro.

── Mas eu entendo se você não acreditar em mim, eu também não acreditaria em um cara que está preso em um manicômio. ── ele suspirou ── Mas você é a minha única esperança. Posso contar com você, S/n? ── Aidan encostou a mão no vidro, enquanto sorria esperançoso.

S/n então encostou a sua mão na superfície gelada, ansiosa pelo dia, em que sentiria aquele toque em sua pele.

── Sim Aidan, eu vou tirar você daqui.

𝗸𝗶𝗹𝗹 𝗴𝗮𝗺𝗲 1 ❪ 𝗮𝗶𝗱𝗮𝗻 𝗴𝗮𝗹𝗹𝗮𝗴𝗵𝗲𝗿 ❫Onde histórias criam vida. Descubra agora