Capítulo 4 - As memórias que Jungwon nunca esqueceu

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Olá leitores!

Chegamos ao penúltimo capítulo, isso significa que o capítulo da semana que vem será com o final que vocês escolheram, então pensem bem, reflitam bastante (kkk) e deixem o voto de vocês na enquete, vou estar deixando o link nas notas finais!

Boa leitura e nos vemos no próximo sábado ❤️

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Jungwon estava sentado diante da escrivaninha de seu quarto enquanto revisava os últimos documentos que havia recebido e que comprovavam que seu pai mantinha os funcionários da fábrica em um regime de quase escravidão, assim como o dinheiro que desviou aqui e ali ao longo dos últimos anos. Quando terminou de ler, ele apoiou o rosto nas mãos e se sentiu exausto, perdido e desapontado. Desde que nasceu, ele sempre ouviu sobre como seu pai era um homem muito pobre que tinha conseguido "subir na vida" através de trabalho duro e dedicação, um exemplo para muitos jovens. Então ele sempre teve a pressão desse modelo em casa, ele mesmo havia nascido em "berço de ouro", por isso o mínimo que podia fazer era ser tão bom ou melhor do que seu pai. Quando assumiu a presidência da fábrica, aquele era seu pensamento predominante, até que as coisas começaram a não fazer sentido e uma a uma, começaram a desmoronar em seu colo.

Como era um tanto inocente, a primeira coisa que Jungwon fez quando percebeu que alguma estava errada, foi conversar com seu pai. Rindo, ele pareceu não achar aquilo importante e que nem tudo na vida podia funcionar de forma limpa, para se chegar longe, era necessário jogar sujo vez ou outra. Naquela época, Ilseong achava que o filho iria entender e seguir seus passos, afinal de contas não era como se o próprio não usufruísse daquele dinheiro também. O que ele nunca imaginou foi que o filho que tinha criado sob suas asas e treinado desde jovem lhe apunhalaria pelas costas do jeito que ele acabou fazendo mais tarde.

Jungwon levantou e pegou uma garrafa de bebida no armário no canto do quarto, rompeu o lacre e começou a beber do bico mesmo. De repente, duas lágrimas quentes desceram por suas bochechas enquanto ele caia sentado no tapete, seu coração doendo tanto que poderia lhe matar.

Não tinha o que fazer... ele teria que denunciar o próprio pai.

E então, mais e mais lágrimas foram se formando e para segurá-las, ele bebia um gole atrás do outro. Em certo ponto, não foi mais possível segurá-las e ele apenas se deixou chorar enquanto continuava a beber compulsivamente. Quem sabe assim ele fosse se esquecer daquela tormenta...

Quando já estava um tanto embriagado, ele levantou e foi até a escrivaninha, puxando todos aqueles papeis pela mão. Ele jogou todos no chão enquanto pisava neles e os rasgava, gritos roucos saindo de sua garganta, em profundo desespero. Foi por conta daqueles gritos que Jay, seu segurança pessoal, apareceu em sua porta alguns minutos mais tarde.

- Jungwon? – ele perguntou confuso e se aproximou apenas para vê-lo naquele estado – Você esteve bebendo?

O mais novo se agarrou na perna dele e chorou enquanto limpava o nariz congestionado em sua calça. Jay ficou olhando para tudo ao seu redor um tanto surpreso, até que se agachou e juntou um dos papeis.

- O que é isso? O que aconteceu?

- Eu não quero mais saber disso – Jungwon respondeu com a língua enrolada – Eu não quero mais!

Aquele segurança o conhecia desde que ambos eram crianças, então ele sabia que as emoções de Jungwon eram geralmente extremas e exageradas, mas por algum motivo hoje ele parecia pior do que em todos os outros dias. Jay já imaginava que algo do tipo ocorreria quando ele assumisse a fábrica, era um tanto de trabalho para alguém muito jovem, então pensando que se tratava de um surto por conta da quantidade de trabalho, ele pegou o mais novo em seus braços e o levou até a cama, deitando-o no colchão. Jungwon ainda chorava e segurava a garrafa vazia de bebida, que Jay gentilmente tirou de sua mão. Depois, buscou alguns lenços para secar o rosto molhado dele e pegou seu pijama de seda confortável para tirá-lo de suas roupas apertadas. Durante todo o tempo, Jungwon não disse uma palavra sequer, seus olhos fixos no teto do quarto enquanto pensava em como diabos iria enfrentar seu pai amanhã.

The Mechanics of Love | jaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora