Timidez Corrompida

Capítulo 3 - Baranga!

Henrique / HS narrando:

Acordo e olho o relógio, são sete horas da manhã, preciso levantar cedo porque hoje meu dia está muito cheio. Sou dono de dois impérios, mas poucos sabem disso.

Henrique Schneider, empresário dono de várias casas de shows, boates, casas de swing e sadomasoquismo. Abri minha primeira boate onde eu morava, em Beverly Hills, mas na verdade nasci aqui no Rio, porém por conta do império do meu pai, eu e minha mãe morávamos lá para nossa segurança. E ele fazia a ponte aérea Rio x Beverly Hills sempre.

Meu pai foi e sempre será meu herói, ele nunca deixou faltar nada, eu estudei na melhor escola, tive a melhor educação, minha mãe sempre teve uma boa vida. Mas eu não podia depender apenas do dinheiro do meu pai e com meus 18 anos abri a minha primeira boate. Fui fazendo sucesso, pois tinha o meu herói para me ensinar os bons passos, e quando fiz 20 anos eu já tinha ampliado para o Brasil, no total já tinha quatro casas lá e quatro aqui no Rio, porém o sucesso não era tudo e na mesma época eu perdi meu pai. E ai sim a minha vida começou a mudar completamente, por direito eu tinha que assumir seu império, corrigindo, o nosso império: o morro do alemão, isso mesmo meu pai era o dono e quando ele morreu eu assumi.

Lá eu sou o implacável e pervertido, HS. Eles não sabem da minha jornada dupla, por isso eu como Henrique não permito fotos minhas publicadas. Tenho 27 anos, solteiríssimo, alto, moreno claro, olhos negros, cabelos negros, barba feita, e posso dizer que: sou gostoso.

Não passo vontade, o dinheiro, a fama e os meus atributos me ajudam, tenho a mulher que quiser. Porém, apenas uma noite e só isso. Nunca tive relacionamento com ninguém, não sirvo pra isso, até porque sou muito obsessivo com que é meu.

Eu como homem de posses preciso ter limites, ou melhor, algumas regras, e uma delas é que não beijo as mulheres que fico na comunidade, mas as que são mulheres mais requintadas, que ai são do Henrique, ai o esquema é diferente. Mas é muito difícil ficar com as dondocas e patricinhas, não tenho paciência para futilidades e na comunidade tem comidinha à vontade e elas vêm oferecer o que elas têm de melhor, e a troca é justa dou um dinheiro e vão embora. Lógico que tem as emocionadas que ficam no meu pé, mas ai eu como de novo e coloco pra correr. Não bato em mulher, mas sempre tem quem faça o serviço, nunca cheguei a dar nenhuma ordem sobre isso, mas muitas já ficaram carecas como é o costume nas comunidades.

Henrique é totalmente diferente do HS, eles só têm duas coisas em comum: a putaria e humor perverso com as mulheres. Em outras coisas somos diferentes principalmente nas roupas, no jeito de ser, eu defino como personagens diferentes, eu precisei adaptar a minha vida, afinal o dono de tantas casas de shows ser visto também como o Dono do morro, não seria bem visto e isso sairia mal para os negócios. Meus personagens com certeza não aprovariam um ao outro, mas isso é bom porque na mesma sociedade que sou um monstro impiedoso, eu também sou um empresário com a conduta impecável. Quem desconfiaria? É um dos motivos que eu não me envolvo em relacionamentos.

Tenho a melhor casa no alto do morro, sempre que possível recebo os outros chefes e aliados para beber, armar esquemas de proteção, umas putaria que não pode faltar, vou também aos bailes. Tenho dois gerentes que são meus braços direito que me ajudam, Samantha (Sam) e Diego (Digo) eles sabem da minha vida dupla e me ajudam sempre, eles eram os gerentes de antes e meu pai tinha total confiança, assim como eu.

Como Henrique eu tenho casa no Jardins, mas não sou de receber pessoas, às vezes um jantar mais social com os meus representantes das boates ou minha mãe quando vem passar uns dias comigo. Prefiro que ela continue morando em Beverly Hills, além de seguro ela administra as empresas lá, o sonho dela é eu sair do morro, entregar para alguém administrar e eu ficar de longe, eu não tenho vontade, mas também nunca posso falar que não farei um dia, não sabemos o dia de amanhã.