90 Dias Para Amar - DEGUSTAÇÃO

Capítulo 2

Capítulo 2

Deitada na cama observei o quarto, não havia lugar algum onde eu poderia sair para tomar um banho de água salgada. Quando eu estava preste a desistir, avistei no canto uma portinha de madeira, desci da cama e arrastei minhas pernas até a portinha, a verdade era que eu não estava conseguindo mais andar, tudo por culpa dá madrinha má. Puxei uma travinha e abri a porta, estava uma completa escorridão. Não tinha nada para iluminar, amaldiçoei a velha e ela apareceu.

— Você também ouve pensamentos?

— Claro, sou uma fada madrinha.

— Sei...

—  Eu poderia ajudá-la, mas só se me parar de me chamar de madrinha má.

— Poderia me ajudar como? Me levaria de volta para casa.

— Querida, essa é sua nova vida, pelo menos pelos próximos 3 meses, posso te dar uma vela? 

Queria mesmo é me livrar de você, mas como isso não dá para fazer aceitei a vela.

— Eu odeio esta vida.

—  Me diga daqui alguns dias. —  ela pisca para mim e em um estalar de dedo tenho uma vela em minha mão, seguro o pratinho com firmeza e me arrasto dentro do buraco. O cheio de mofo e o medo de aparecer um bicho, faz com que eu me rasteje mais rápido, o túnel acaba do outro lado da praia, cai para fora do buraco dando de cara com a areia, tento tirar a areia da minha boca, coloco o pratinho com a vela na areia e me rastejo até o mar, a dor nas minhas pernas desaparece quando mergulho na água fria, nado pelo oceano pelo que parece por horas, então decido voltar para a areia.

Meu vestido estava encharcado, o puxei e o torci. Quando menos esperava ouvi um murmuro, me virei para achar Dereck, pela segunda vez no dia, ele estava me vendo nua.

—  O que você está fazendo aqui? Eu sempre esqueço que você é muda. Coloque sua roupa. — coloco meu vestido rapidamente, ele agarra me braço e me leva com ele. Tento resmungar em protesto, mas é inútil. — Não deveria andar sozinha aqui. Pode ter animais ferozes. — o único animal feroz era ele, chegamos a escadaria principal. Me soltei dele e subi as escadas sozinha.

—Como você veio parar aqui? Deixei a porta das escadas que dá para seu quarto fechada. — peguei seu caderno de desenho e escrevi.

Dei meu jeito. Boa noite.

—Espere, não vá ainda. — Parei no mesmo instante, meu corpo virou para encará-lo. — Me conte algo interessante sobre você? — eu poderia ir embora para o meu quarto, mas eu precisava conquistá-lo, agarrei o caderno e o lápis e me sentei nos degraus. 

Não há nada de interessante sobre mim.

— Acho isso impossuível.

O que tem de interessante sobre você? — escrevi no papel novamente. 

—Nada. Minha vida é isso, caçar e cuidar dos meus sobrinhos. Você não se lembra de nada sobre você? — ele sentou ao meu lado, ele tinha um cheiro de água salgada, portanto deve ter ido tomar um banho de mar também.

Não me lembro de nada. Só algumas coisas, como meu nome e idade.

Virei a pagina e escrevi:

Qual a sua idade?

—Isso não seria o mais gentil de se perguntar.

Seria ruim se você fosse mulher, você é mulher?

— Não, eu tenho 33 anos. — ele era muito mais velho do que meus 17 anos. Quase 20 anos de diferencia, mas eu naquele momento não estava me importando.

Não parece.

Massagear seu ego, poderia me dar uma vantagem, deixá-lo mais confortável em minha presença. Ele deu uma risada leve e falou:

— Vamos entrar, porque está tarde e já está na sua hora. Amanha acordaremos cedo para ir a cidade. — Devolvi o seu caderno de desenho e me levantei. Mesmo não podendo falar, tentei fazer uma mímica para ele, tentando dizer "Boa noite".Ele ri e falar: — Boa noite também.

Volto para o meu quarto e tomo outro banho para tirar a água salgada do meu corpo, ao me deitar na cama, ouço um trovejo, me escondo entre as cobertas e não durmo até a tempestade passar.

Acordo com sons de gritos e risadas, sabia que eram seus sobrinhos,  levanto da cama e me troco rapidamente, antes que eu possa sair, a porta é aberta.

— Bom dia, pequena sereia. O ti Deck está bravo, até falou palavras feias. — ao seu lado, seu irmão gêmeo, me encara, pego ambos pelas mãos e subo as escadas.

— Mais que merda. — do lado de fora da mansão Dereck gritava e chutava o ar, estava com um celular na mão andando para um lado e para o outro. Deixei as crianças na sala de jantar e parti para fora, hoje seria o dia em que ele me levaria embora, eu não queria morrer, tinha que ficar e conquistá-lo. Apanhei seu caderno de desenho e escrevi:

O que está acontecendo?

Fui até ele e mostrei o caderno, o mesmo olhou para o caderno e suspirou.

— Durante a tempestade, caio uma árvore no helicóptero e a torre de sinal torrou.

Finjo cara de preocupada, e escrevi novamente:

E agora?

—  Eu não sei porra. — ele jogou seu celular no chão e suspirou. — Não há como se comunicar com qualquer pessoa, o helicóptero com os alimente vem a cada 3 meses e adivinha, ele veio na segunda, ou seja, você terá que ficar. — suspiro aliviada e ele percebe, mas não comenta mais nada, anda de uma lado para o outro e então volta para dentro da casa.

Eu iria continuar aqui e conseguiria minha vida de volta, coroa me espera que eu sou a única que você coroar. Eu sou a rainha. Faço uma dancinha feliz e a meninas dos cachos escuros vem dançar comigo, nem sabe que isso tudo é um plano, quanto mais rápido eu fizesse se apaixonar mais rápido voltaria para os braços do meu amido e minha querida coroa, Dereck McBlack não sabe o que lhe atingiu, pois eu estou chegando para derrubar qualquer barreiras que tenha em seu coração, Ariel Morgan vai ser um furacão na sua praia particular.