Capítulo 4

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Dereck McBlack


Eu tentava não prestar atenção na bela ruiva na minha frente, ela nadava como uma sereia, com um corpo perfeito. O maio que ela vestia, um velho de uma antiga empregada, não conseguia disfarçava sua beleza.

Eu estava indo à loucura com aquela mulher, faz apenas 3 dias e já estava me afetando, também após um mês de abstinência, já era de se esperar.

Quando minha irmã faleceu repentinamente, eu tive que ficar com a guarda dos seus filhos. Não estava preparado para tal responsabilidade, quando vim me esconder nesta ilha, eu esperava poder ter uma vida na solidão. O silencio me faz muito bem, mas ultimamente, estava ficando uma vida monótona, então ela apareceu e começou a agitar.

Estava tentando entender o ela, era muda, mas tinha sonhos com Ariel me contando seus desejos mais secretos e íntimos. Isso não parecia certo, eu não tinha escutado sua voz, mas sonhava com ela.

Após alguns minutos no mar, decido voltar para a casa, já que as crianças estavam sozinhos. Eu sugeri que Ariel ficasse, mas ela insistiu em ir junto. Ao chegar na casa, as crianças já estavam acordadas e brincavam no saguão.

— Crianças, estão com fome?

— Sim. — responderam em uníssono.

— Eu vou preparar o café da manhã, enquanto isso vocês podem ir brincar lá fora.

— Você vem, Ariel? — minha sobrinha perguntou eufórica. Era bom que ela pudesse se relacionar com outra mulher, quando sua mãe morreu, ela ficou abatida, quase não falava, então Ariel apareceu e ela voltou a se comunicar verbalmente.

Eu estava feliz que Melissa estivesse melhor, ao contrario do seu irmão, que ficou ranzinza. Entendo que quando uma pessoa que consideramos muito morre, ficamos abatido, mas estava tentando dar um tempo ao Theo.

Quando eu tinha a idade deles, perdi minha mãe, foi muito difícil para mim, mas deferente para minha irmã, Cindy, que na época era apenas uma criança de 3 anos, nunca teve lembranças da nossa mãe. Eu só tenho a agradecer, quando meu pai se casou de novo.

Minha madrasta foi uma boa mãe substituto, ela era carinho e nos criou como se fossemos filhos delas, nos amou e até mesmo nos protegia da fúria iminente do meu pai. Não é atoa que o casamento não durou muito, então novamente tínhamos perdido uma mãe. Cindy manteve contato, mas eu me afastei, com raiva que talvez a minha malcriadez fosse o motivo da separação deles. Mal sabia eu, que um homem agressivo era mais que um bom motivo para uma separação. Vejo isso como algo bom, pois 2 meses após o desquite, papai sumiu.

Dez anos depois, ele continuava desaparecido e era melhor assim, não nós dávamos bem. O pior de tudo, era que meus sobrinhos poderiam ir para o mesmo caminho, quando Cindy se jogou do decimo sexto andar de um prédio, ela selou para sempre a vida de duas crianças. O pai, Joffrey, era um empresário no ramo do petróleo, mas se recusou a crias seus próprios filhos. Isso só me mostrou que era melhor ficar comigo, do que com alguém que não os quer.

Eu era uma cara que presava família, há 5 anos eu estava pronto para assumir uma família, mas então a tragédia varreu minha vida novamente, e agora toda vez que fecho meus olhos eu sinto a dor, ouço gritos e sinto o cheiro do fogo.

Acho que é muito ruim quando você se vê sem saída, preso em um circulo vicioso, entre tragédias, mortes e drogas. Posso me esconder em uma ilha, mas ao olhar no espelho só enxergo o verdadeiro Dereck McBlack, passado escuro, presente falho e futuro duvidoso.

Estava tentando fazer a coisa certa, ser melhor e conseguir criar meus sobrinhos. Eu era justo com eles, dou aulas todos os dias, os ensino as necessidades básicas de sobrevivência, pois um dia posso não estar aqui, mas não antes de os verem felizes e realizado.

Eu já não podia ser feliz, mas eles seriam, essa era a missão de Cindy, mas ela não pensou em seus filhos, quando se suicidou. E eu mal sabia do seu caso de depressão, pois estava preso nesta ilha, isolado do mundo. Até pensei que poderia ajuda-la, mas quem estou tentando enganar, eu só pioraria tudo.

(...)

O Café da manhã estava pronto, a mesa posta, só precisava chamar as crianças e a moça. Fui a procura deles, que estavam em frente a casa, sentando em circulo conversando. Até mesmo Theo interagia com a desconhecida, o que me deixou surpresa, já que quando chegou ela a tratou de forma desagradável.

—Crianças, a café da manhã está pronto. — Theo e Melissa levantaram rapidamente e correram em minha direção.

Eu estava parecendo uma dona de casa, tinha que cozinhar, arrumar e cuidar das crianças; pensava em contratar pessoas, talvez um casal para que a mulher pudesse atender os serviços da casa e o homem os serviços em gerais. Entretanto, eu não podia, pois estava preso na ilha, pelo menos pelo próximo 3 meses, com uma desconhecida que estava me deixando intrigado.

Ariel levantou do gramado e correu atrás das crianças.

— O ultimo que chegar, é a mulher do padra. — gritou Melissa, que estava liderando apequena corrida, por ultimo estava Ariel. Seu longo cabelo ruivo voava com o vento, por um instante ela pareceu ser um anjo com cabelo de fogo. Eu não me sentia assim por uma mulher em muito tempo, estava atraído pela pequena moça, que tantas vezes a flagrei nua na praia.

A primeira vez que a vi, estava deitada inconsciente na praia, com o corpo nu. Pensei que estivesse morta, mas ao me aproximar, pude reparar que seu peito se erguia, quando a pequena ninfa respirava. Eu esperava leva-la para a cidade, então uma tempestade destruiu a antena e um árvore caiu em meu helicóptero, infelizmente o avião trimestral tinha passando para deixar os mantimentos um dia antes.

Eu fiquei muito puto, pois estaria preso por 3 meses com a desconhecida, e o pior, ela me afetava de uma maneira que eu não estava acostumado, por um momento eu quis voltar para os dias que era somente eu nesta ilha, mas ao ouvir as risadas das crianças e vê-la sorrir, percebi que me sentia em casa, como há muito tempo não acontecia.

Eram 2 meses, 27 dias, 10 horas e 30 segundos, então a levaria de volta para a cidade e me veria livre do encanto da "sereia"

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90 Dias Para Amar - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora